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sábado, 24 de outubro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O ultimo Trago... Pt. I
Ele corria como um demônio. E eu, logo atrás. Sentia o peso da roupa, mas ele não. Apenas uma calça e um moletom cobriam seu corpo. O capús cobria seu rosto como a máscara cobria o meu. Aponto a arma e erro. Maldita tripidação, mas não posso parar. Finalmente eu o encontrei.
Ele corre para uma parte muito conhecida e viva nas noites de São Paulo. A augusta está lotada de pessoas. Um calor que sinto com o frio do meu corpo. Ele corre no meio da rua e todos, sem entender me olham. Dessa vez ele não vai escapar. Vai morrer, e não escapar.
Chegando no centro, escuto sirenes. Ele vira a direita e entra em um prédio. Lá será seu leito de morte. Me preparo e vou atrás dele. Sigo meus instintos, o farejo como cão. Ele sobe as escadas e começa o tiroteio. Sorte que passei no velho e peguei alguns brinquedos. Enquanto subimos atiramos. Parece que se passou uma eternidade, porém foram minutos.
Ele desiste de correr e começa a se esconder. Eu o sigo, mas sua tentativa é frustrada. Ele chega a um beco sem saida, então começamos o diálogo:
-Fim da linha, traste.
-Matador, matador... será que é o fim da linha mesmo?
-Se você tiver asas, não! Você tem?
-Não, mas tenho um outro presente pra você.
-Hum.. não precisava se incomodar.
-Não foi incomodo, foi mais... prazer.
-Prazer?
Ele aponta para um canto, onde algo se mexe.
-Você achou que eu entrei aqui por besteira?
-Achei que ia entrar em um puteiro, fiquei decepcionado quando não.
-Você é divertido. Mas espero que goste disso.
-O que tem lá?
Ele não aponta mais a arma para mim, mas para o canto.
-Uma menina linda.
-É a sua filha? Ela é gostosa?
-Não acredita né!?
-Vamos acabar logo com isso, abaixe a arma que lhe darei um teco na cabeça e pronto.
-Não é tão fácil assim. Primeiro vou matá-la e depois você.
-E você acha que vou deixar? Você não conseguirá nem apontar a arma para mim se atirar nela.
-Exato. Mas, será que o herói... vai deixar a menininha morrer?
Ele tira a carta da manga. Agora estou em apuros. Faço o que sempre fiz melhor.
-Quer um cigarro?
Abaixo a minha arma e acendo um cigarro. Jogo o maço para ele, mas ele fica desconfiado. Vou até a beirada do edificil abandonado. Mais um esqueleto na cidade de São Paulo. O ar daqui de cima é mais gélido.
-É alto aqui... e hum... Nossos amigos policiais chegaram.
-Será que vieram pra você ou pra mim?
-Ha Ha... boa pergunta. Realmente não quer um cigarro?
-Claro, porque não.
-Aproveita enquanto pode... logo vão proibir a gente de fumar. Proibem de matar, correr pelado...
-Estou aproveitando.
-E aproveita também porque hoje alguém vai dar o trago final.
Um barulho vindo das escadas me faz refletir. Chegou a minha hora? Quem será que está vindo? Acho que não sairei daqui tão fácil.
-Parados!
-Olha... é a policia. Diz o maluco.
-Pensei que era o papai noel!
-Ei Batman... agora tenho dois reféns. HA HA HA!!
Ele corre para uma parte muito conhecida e viva nas noites de São Paulo. A augusta está lotada de pessoas. Um calor que sinto com o frio do meu corpo. Ele corre no meio da rua e todos, sem entender me olham. Dessa vez ele não vai escapar. Vai morrer, e não escapar.
Chegando no centro, escuto sirenes. Ele vira a direita e entra em um prédio. Lá será seu leito de morte. Me preparo e vou atrás dele. Sigo meus instintos, o farejo como cão. Ele sobe as escadas e começa o tiroteio. Sorte que passei no velho e peguei alguns brinquedos. Enquanto subimos atiramos. Parece que se passou uma eternidade, porém foram minutos.
Ele desiste de correr e começa a se esconder. Eu o sigo, mas sua tentativa é frustrada. Ele chega a um beco sem saida, então começamos o diálogo:
-Fim da linha, traste.
-Matador, matador... será que é o fim da linha mesmo?
-Se você tiver asas, não! Você tem?
-Não, mas tenho um outro presente pra você.
-Hum.. não precisava se incomodar.
-Não foi incomodo, foi mais... prazer.
-Prazer?
Ele aponta para um canto, onde algo se mexe.
-Você achou que eu entrei aqui por besteira?
-Achei que ia entrar em um puteiro, fiquei decepcionado quando não.
-Você é divertido. Mas espero que goste disso.
-O que tem lá?
Ele não aponta mais a arma para mim, mas para o canto.
-Uma menina linda.
-É a sua filha? Ela é gostosa?
-Não acredita né!?
-Vamos acabar logo com isso, abaixe a arma que lhe darei um teco na cabeça e pronto.
-Não é tão fácil assim. Primeiro vou matá-la e depois você.
-E você acha que vou deixar? Você não conseguirá nem apontar a arma para mim se atirar nela.
-Exato. Mas, será que o herói... vai deixar a menininha morrer?
Ele tira a carta da manga. Agora estou em apuros. Faço o que sempre fiz melhor.
-Quer um cigarro?
Abaixo a minha arma e acendo um cigarro. Jogo o maço para ele, mas ele fica desconfiado. Vou até a beirada do edificil abandonado. Mais um esqueleto na cidade de São Paulo. O ar daqui de cima é mais gélido.
-É alto aqui... e hum... Nossos amigos policiais chegaram.
-Será que vieram pra você ou pra mim?
-Ha Ha... boa pergunta. Realmente não quer um cigarro?
-Claro, porque não.
-Aproveita enquanto pode... logo vão proibir a gente de fumar. Proibem de matar, correr pelado...
-Estou aproveitando.
-E aproveita também porque hoje alguém vai dar o trago final.
Um barulho vindo das escadas me faz refletir. Chegou a minha hora? Quem será que está vindo? Acho que não sairei daqui tão fácil.
-Parados!
-Olha... é a policia. Diz o maluco.
-Pensei que era o papai noel!
-Ei Batman... agora tenho dois reféns. HA HA HA!!
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Escravo
Era um cara engraçado, de palavras afiadas. Frequentemente era citado por outros, e quando ocorria, ele sorria como se suas próprias palavras fossem um absurdo. O absurdo era que não sabia não ser assim. E morria por dentro, cada vez que riam de suas palavras, de suas atitudes, de seus gestos. morria um pouquinho por dia, como todos nós, mas sofria um bocado a mais.
Por dentro era oco, tudo o que tinha não era de fato seu, era crédito de sua incrível capacidade de fazê-los rir. O mundo inteiro ria. Ele sorria e balançava a cabeça: "que absurdo...". Sorria por fora, morria por dentro.
Tinha um cargo alto numa multimilionária multinacional, conquistara a simpatia da diretoria.
Tinha uma esposa-troféu, a mulher mais inteligente que já conheci em minha vida, com olhos brilhantes e um perfume natural que despertava memórias distantes de lugares esquecidos ou nunca vistos e ficava na pele da gente quando a cumprimentávamos.
Conhecera-a numa festa de aniversário de um amigo em comum, dizem que o primeiro passo é fazer a garota rir, deu certo pra ele.
Ele fitava de sua gigantesca janela o pôr-do-sol, lamentando todas as outras vidas que poderia ter e não teve, tomava um gole de café, cuja cor preenchia suas vísceras, suas artérias, seu coração, sua alma.
Fitava a linha do horizonte cada vez mais invisível com o cinza do escarro dos automóveis e o fosco das vidraças que escondiam as grandes e pequenas empresas.
Fitava a entrada do formigueiro humano que era a estação de trem subterrânea às seis horas da tarde.
Queria chorar, mas não sabia, queria gritar, mas o decoro que aprendemos desde a infância não o permitiria.
Simplesmente pensou, então. Deixou que aquela exorbitância de imagens, sons e palavras desconexos se alastrasse por sua mente, esperando ocupar-se de algo. Inundou a mente para aliviar o vazio da alma.
As palavras da professora de Estudos Socias na segunda série, e como era o nome dela mesmo?, sua irmã chorando por um brinquedo quebrado, aquele coelho tinha as orelhas azuis, aonde foram parar meus heróis de infancia?, quem dirigia aquele carro amarelo?, meu pai tinha uma carteira macia de couro, o cheiro de couro, o gosto de ferro, o chão vermelho.
Deixou uma nota um bocado bem-humorada em cima de sua mesa e partiu.
Nunca encontrou a resposta ao vazio, nunca o preencheu, nem com a maior tempestade de idéias que foi capaz de atingir. Não deixou de fazer rir, nem tentou.
Deu-se por vencido. Escravo do riso.
De algum Deus sádico e de um humor imperdoável.
Vivia uma ironia, característica fatal da condição humana.
Tudo o que tinha era graças ao que nunca teve sinceramente, o riso.
verdadeinventadaminha
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Pobre mortal...
Pobre mortal..
Perco-me em palavras difíceis, das suas paginas cheias de comentários de pessoas que te conhecem mais que eu.
just..enjoy.
Perco-me em palavras difíceis, das suas paginas cheias de comentários de pessoas que te conhecem mais que eu.
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segunda-feira, 13 de julho de 2009
Saudade...
Guardo música pra vida.
Guardo palavras para a história.
Tento, desajeitado, sentir o que me fazia viver na infância..
Me arrepende de coisas que fiz quando crescia e de erros que cometo quando grande.
Pinto de Bege e azul o preto da rua...
Canto parado, canções sem sentido para só eu entender.
Já tentei trazer isso para a minha vida, no lugar de trabalho, contas...
Mas descobri que crescer pode ser bem diferente do que brincávamos quando crianças.
Ainda me lembro do primeiro beijo, da primeira namorada...
Me lembro de momentos especiais e bem bestas para alguns,
me lembro do seu cheiro, do seu calor, da sua vida.. Bobo não?
Mas guardo essas coisas especiais em uma caixa... lá no fundo.
Uso palavras bonitas e um sorriso falso para esconder meus medos,
brigo com a vida, grito com o tempo... só pra tentar ser criança outra vez.
Choro o desespero dos desesperados afinado em Mi, Sol e Si...
Não consigo o sono dos justos pois minha consciência me mata aos poucos.
Sim... admito imperfeições em minha vida e a maioria delas foi causada e pensada.
Sinto uma saudade tão grande de uma única coisa, que acho explicável uma frase besta...
"Vou morrer de saudade"... sim, estou morrendo de Saudades, Mas como cheguei a esse ponto?
Hum... boa pergunta, Acho que... só abri os olhos.
Guardo palavras para a história.
Tento, desajeitado, sentir o que me fazia viver na infância..
Me arrepende de coisas que fiz quando crescia e de erros que cometo quando grande.
Pinto de Bege e azul o preto da rua...
Canto parado, canções sem sentido para só eu entender.
Já tentei trazer isso para a minha vida, no lugar de trabalho, contas...
Mas descobri que crescer pode ser bem diferente do que brincávamos quando crianças.
Ainda me lembro do primeiro beijo, da primeira namorada...
Me lembro de momentos especiais e bem bestas para alguns,
me lembro do seu cheiro, do seu calor, da sua vida.. Bobo não?
Mas guardo essas coisas especiais em uma caixa... lá no fundo.
Uso palavras bonitas e um sorriso falso para esconder meus medos,
brigo com a vida, grito com o tempo... só pra tentar ser criança outra vez.
Choro o desespero dos desesperados afinado em Mi, Sol e Si...
Não consigo o sono dos justos pois minha consciência me mata aos poucos.
Sim... admito imperfeições em minha vida e a maioria delas foi causada e pensada.
Sinto uma saudade tão grande de uma única coisa, que acho explicável uma frase besta...
"Vou morrer de saudade"... sim, estou morrendo de Saudades, Mas como cheguei a esse ponto?
Hum... boa pergunta, Acho que... só abri os olhos.
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sexta-feira, 10 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Contudo...
Tem dias em que a hora passa devagar,
ela implora pra ser morta, mas não tenho o ponteiro certo.
Tem horas que a tristeza pede o desespero,
mas esse está tão longe quanto a felicidade.
Há momentos que uma canção é a solução,
porém não há como tirar uma bela melodia de uma pedra morta.
Há orvalhos que choram todas as noites,
já tentei enxugá-los, mas chorei mais que eles.
É possível que o amor seja tardio,
ele aparece de uma forma inexplicável, não bate, só estaciona.
É dito pelo velho realejo que o dia é calmo,
promíscua é a noite que raia um véu branco de pureza e serenidade.
Contudo, não entendo a felicidade.
ela implora pra ser morta, mas não tenho o ponteiro certo.
Tem horas que a tristeza pede o desespero,
mas esse está tão longe quanto a felicidade.
Há momentos que uma canção é a solução,
porém não há como tirar uma bela melodia de uma pedra morta.
Há orvalhos que choram todas as noites,
já tentei enxugá-los, mas chorei mais que eles.
É possível que o amor seja tardio,
ele aparece de uma forma inexplicável, não bate, só estaciona.
É dito pelo velho realejo que o dia é calmo,
promíscua é a noite que raia um véu branco de pureza e serenidade.
Contudo, não entendo a felicidade.
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A Carta...
Era simples. Pegou alguma grana. Deixou os cartões. Comprou uma passagem no cartão de um amigo e foi para a Colômbia. Sua viagem não demorou muito. Ninguém soube dele por três meses. Apenas um bilhete foi deixado. Nele continha poucas informações. Edgar nem se preocupou.
"Procuro algo que não sei onde está, ou com quem está!
Não me espere acordada mãe, Chegarei Tarde.
Eduardo."
"Procuro algo que não sei onde está, ou com quem está!
Não me espere acordada mãe, Chegarei Tarde.
Eduardo."
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sábado, 13 de junho de 2009
Quando o mar fala...
"Quando disse que seria o último toque em seus lábios, não disse que seria pela vida inteira.
Quando disse que seria a última palavra, não notei no tom da minha voz.
Ora menina simpática, estenda a mão e deixe-me tocá-la...
ora garota ruiva, deixe me perfumá-la com a essência da rosa mais perfumada.
Somos apenas donos de uma coisa simples chamada vida..
Não complique o que é complicado, não seja o que você não é. Apenas sinta.
Sinta o sol, sinta o céu, sinta o vento bater em ti nas tardes de verão...
Antes que acabe a luz, gostaria que você soubesse... Eu Te Amo."
John Brian - Carta a sua mulher, encontrada nos destroços de sua embarcação, presa dentro de uma garrafa de refrigerante - Mar de Bering.
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Quando disse que seria a última palavra, não notei no tom da minha voz.
Ora menina simpática, estenda a mão e deixe-me tocá-la...
ora garota ruiva, deixe me perfumá-la com a essência da rosa mais perfumada.
Somos apenas donos de uma coisa simples chamada vida..
Não complique o que é complicado, não seja o que você não é. Apenas sinta.
Sinta o sol, sinta o céu, sinta o vento bater em ti nas tardes de verão...
Antes que acabe a luz, gostaria que você soubesse... Eu Te Amo."
John Brian - Carta a sua mulher, encontrada nos destroços de sua embarcação, presa dentro de uma garrafa de refrigerante - Mar de Bering.
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segunda-feira, 1 de junho de 2009
Mas... onde estão???
Alguns perguntaram onde estão Caio, Carol, Marco e sua turma. Bem... logo voltarão, como escrevi por mais de um ano essa história sem parar, resolvi dar umas férias prolongadas para eles. Hahaha.
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domingo, 31 de maio de 2009
O traste...
Ele veio andando, com um cigarro na mão esquerda. Parecia que não dormia a uma semana. Roupa amassada, barba por fazer. Andava devagar e olhava o movimento. Admirava as pessoas com um sorriso calmo. Chegou perto do rapaz e estendeu a mão direita.
-Olá Eduardo.
-Detetive.
-Ed, por favor. Queria falar comigo?
-É... precisava conversar.
-E quem é a garota.
-Uma vagabunda sem importância.
-Você tem amigos diferentes. Entenda, russos, italianos, chineses, japoneses... pra mim isso é o de menos. O que me importo, é o que eles fazem na minha cidade. Agora você sabe o que eles podem fazer.
O garoto acende um cigarro.
-Vamos Eduardo, no fundo você sabe. Eles são perigosos. Espero que você não se meta em mais problemas, sei que é difícil.
-Estou pensando em viajar.
-Pra onde? Você está sendo investigado, lembra-se?
-Você me acha realmente suspeito?
-Não.
-Então por quê me investiga?
-Olhe garoto, não sei para onde quer ir, mas pode voltar em um caixão.
-Não tenho medo. Morri quando ela morreu.
Ele tirou o distintivo da cintura e colocou no bolso.
-Entre nós, se eu fosse você, iria procurar que fez isso e o mataria.
-Não posso infringir a lei, lembra?
-Quem disse algo sobre lei? Digo sobre justiça. Mexerei uns pauzinhos. Se mande daqui, não volte se quiser, ou volte, foda-se.
-Obrigado.
O garoto se virou e deu mais um trago. O Policial fala:
-Boa sorte filho.
-Filho não, me chame de Edu, Du, Eduardo... como preferir.
-Ok.
O garoto entra no carro e liga o motor. O homem anda dois metrôs, um carro para e ele entra. A vagabunda começa.
-Seu amigo?
-Conhecido.
-Sobre o que conversaram?
-Justiça.
-Justiça?
-E viagens.. Sabia que a Colômbia é bonita? Principalmente a floresta colombiana.
-E o que você quer lá?
-Não sei. Quer ir comigo?
-Não força, não serei sua babá pelo resto da vida!
-Talvez não teremos o resto de nossas vidas.
Ela ficou sem entender.
-Bem... preciso arrumar minhas coisa, e dormir um pouco. Faz um favor para mim? Joga todas aquelas porcarias de garrafas pra fora da minha casa. Esvazia na pia e joga na rua, ou leva pra casa, foda-se.
-Vai entrar por AAA?
-Cala a boca sua vaca, por quê você não ocupa a sua boca me chupando.
Ela fica sem reação por um segundo e abre um sorriso.
-O traste voltou.
-Sim, voltei.
-Olá Eduardo.
-Detetive.
-Ed, por favor. Queria falar comigo?
-É... precisava conversar.
-E quem é a garota.
-Uma vagabunda sem importância.
-Você tem amigos diferentes. Entenda, russos, italianos, chineses, japoneses... pra mim isso é o de menos. O que me importo, é o que eles fazem na minha cidade. Agora você sabe o que eles podem fazer.
O garoto acende um cigarro.
-Vamos Eduardo, no fundo você sabe. Eles são perigosos. Espero que você não se meta em mais problemas, sei que é difícil.
-Estou pensando em viajar.
-Pra onde? Você está sendo investigado, lembra-se?
-Você me acha realmente suspeito?
-Não.
-Então por quê me investiga?
-Olhe garoto, não sei para onde quer ir, mas pode voltar em um caixão.
-Não tenho medo. Morri quando ela morreu.
Ele tirou o distintivo da cintura e colocou no bolso.
-Entre nós, se eu fosse você, iria procurar que fez isso e o mataria.
-Não posso infringir a lei, lembra?
-Quem disse algo sobre lei? Digo sobre justiça. Mexerei uns pauzinhos. Se mande daqui, não volte se quiser, ou volte, foda-se.
-Obrigado.
O garoto se virou e deu mais um trago. O Policial fala:
-Boa sorte filho.
-Filho não, me chame de Edu, Du, Eduardo... como preferir.
-Ok.
O garoto entra no carro e liga o motor. O homem anda dois metrôs, um carro para e ele entra. A vagabunda começa.
-Seu amigo?
-Conhecido.
-Sobre o que conversaram?
-Justiça.
-Justiça?
-E viagens.. Sabia que a Colômbia é bonita? Principalmente a floresta colombiana.
-E o que você quer lá?
-Não sei. Quer ir comigo?
-Não força, não serei sua babá pelo resto da vida!
-Talvez não teremos o resto de nossas vidas.
Ela ficou sem entender.
-Bem... preciso arrumar minhas coisa, e dormir um pouco. Faz um favor para mim? Joga todas aquelas porcarias de garrafas pra fora da minha casa. Esvazia na pia e joga na rua, ou leva pra casa, foda-se.
-Vai entrar por AAA?
-Cala a boca sua vaca, por quê você não ocupa a sua boca me chupando.
Ela fica sem reação por um segundo e abre um sorriso.
-O traste voltou.
-Sim, voltei.
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sexta-feira, 29 de maio de 2009
Soneto sinestésico.
Seu perfume ficou em minhas mãos.
Volto pra casa contente, enfim.
Sabendo que, pra você nem sou.
Me contento em sonhar, e sonho.
Sonho mais uma paixão,
Deixo-te entrar em mim.
Contando que vá comigo onde vou
em meu pensamento, proponho.
Caso não queira, deixe-me,
basta seu cheiro em mim
para que eu fique bem.
De fato, de nada queixo-me,
porque, tendo-te assim,
tenho o que ninguem tem.
----------------------------------
Álvaro de Campos disse:
"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas."
"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas."
Deixem-me apaixonado e ridículo então, uma vez.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Mas... E Se..
Já há um texto aqui que fala sobre se apaixonar em um lugar público.
Passo por um período diferente. Mudanças ocorrem rápido, não sei se realmente fiz escolhas certas, mas resolvi vestir a camisa e deixar rolar. Mesmo me machucando a cada dia mais. Mas essa semana, que poderia ser uma merda.. coisa que está sendo.. aconteceu uma coisa diferente.
Encontrei uma garota linda, perfeitinha pra me apaixonar e ter momentos agradáveis, mas ela não me olhou. Parecia que havia uma parede invisível, ou que ela enchergou através de mim, mas não me olhou. Talvez tenha lido minha mente, e sabia que estava pensando nela. O metrô chega a minha estação, e mesmo ela descendo junto comigo, apreciei por mais uns estantes e mudamos decaminho.
Sua figura, seu olhar, seu jeito me fizeram pensar uma parte da manhã, mas quanto mais trabalho, mais problemas tenho q solucionar. Perdi o foco e esqueci daquela coisa linda, que vi mais cedo.
Hoje entro no metrô. Olho para os lado e sigo minha viagem. Reparo em algo familiar. A mesma mochila, a mesma garota, o mesmo gesto, o mesmo bordão.. Ela estava no mesmo vagão, no dia seguinte. Qual a chance disso acontecer? Ela me olhou com o mesmo olhar, através de mim e só.
Tentei criar coragem para falar com ela, dar meu telefone, tentar algo.. mas não consegui. Uso uma filosofia sobre a vida que realmente caiu como uma luva em mim hoje. " A Vida é algo muito style, a gente pode entrar em um metrô um dia e encontrar a mulher de nossa vida."
Claro que não foi a mulher da minha vida. Claro que amanhã, minhas esperanças serão frustradas pelo tempo, que não dará a mesma oportunidade para apreciá-la novamente. Mas... E Se...
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Passo por um período diferente. Mudanças ocorrem rápido, não sei se realmente fiz escolhas certas, mas resolvi vestir a camisa e deixar rolar. Mesmo me machucando a cada dia mais. Mas essa semana, que poderia ser uma merda.. coisa que está sendo.. aconteceu uma coisa diferente.
Encontrei uma garota linda, perfeitinha pra me apaixonar e ter momentos agradáveis, mas ela não me olhou. Parecia que havia uma parede invisível, ou que ela enchergou através de mim, mas não me olhou. Talvez tenha lido minha mente, e sabia que estava pensando nela. O metrô chega a minha estação, e mesmo ela descendo junto comigo, apreciei por mais uns estantes e mudamos decaminho.
Sua figura, seu olhar, seu jeito me fizeram pensar uma parte da manhã, mas quanto mais trabalho, mais problemas tenho q solucionar. Perdi o foco e esqueci daquela coisa linda, que vi mais cedo.
Hoje entro no metrô. Olho para os lado e sigo minha viagem. Reparo em algo familiar. A mesma mochila, a mesma garota, o mesmo gesto, o mesmo bordão.. Ela estava no mesmo vagão, no dia seguinte. Qual a chance disso acontecer? Ela me olhou com o mesmo olhar, através de mim e só.
Tentei criar coragem para falar com ela, dar meu telefone, tentar algo.. mas não consegui. Uso uma filosofia sobre a vida que realmente caiu como uma luva em mim hoje. " A Vida é algo muito style, a gente pode entrar em um metrô um dia e encontrar a mulher de nossa vida."
Claro que não foi a mulher da minha vida. Claro que amanhã, minhas esperanças serão frustradas pelo tempo, que não dará a mesma oportunidade para apreciá-la novamente. Mas... E Se...
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sábado, 23 de maio de 2009
Curativos e Cigarros...
Que dor de cabeça. Parece que tomei uma garrafa de vodka. Arde muito. Mas sem abrir os olhos percebo o lugar, o cheiro, o barulho. Abro os olhos e minha roupa está ao meu lado. Meu coldre com a arma ao lado da cama. Sangue, muito sangue e minha máscara no chão. Cacete, onde estou? Um barulho na porta.
-Preciso trocar o curativo dele.
Essa voz. Me lembro dela. Ela se aproxima, e toca meu peito. Verifica se ainda vivo. Mas ela não percebe que o quarto está diferente. Coldre sem arma só indica uma coisa.
-Quem é você?
Aponto a arma que tirei do codtre para a sua cabeça. Ela se assusta mas se acalma rapidamente.
-Sou seu, não se lembra?
-Você era... Eu estou na sua casa? Mas e...
-Calma, estou aqui pra te ajudar.
-Você... Minha máscara, você a tirou.
-Não se preocupe, não contarei para ninguém.
Realmente isso iria acontecer. Acabarei com ela no final. Mas ela me olha com olhar meigo. Troca meu curativo, se preocupa comigo. Não sei o que deu em mim, mas deixei.
-E seus pais, estão bem?
-Estão em choque.
-Eles sabem que estou aqui?
-Fique tranquilo, eles gostam de você. E já perceberam que você não saiu da casa.
-Onde tomei o tiro?
-Na cabeça. De raspão.
-Droga, não irei morrer? Que saco!
Ela me da um comprimido e eu durmo. Acordo horas depois com ela cuidando de mim novamente.
-Quer casar?
-Com quem?
-Comigo, com quem seria mais?
-Engraçadinho. Logo estará bom para pular e atirar nas pessoas.
-Não atiro por diversão, só por necessidade.
-Necessidade sua?
-Não, da vítima.
-Obrigado!
-Pelo que?
-Por me salvar, e a toda a minha família.
-Não foi nada, é pra isso que recebo meus milhões.
-Hahaha... gostei de você!
-Sorte minha.
No meio da noite, vesti a minha roupa. Recarreguei as arma, limpei as lâminas, ajustei o chapéu e coloquei a máscara. Mais uma noite, mais bandidos. Ela chega na última hora, quando estou terminando com as luvas.
-Onde você pensa que vai?
-Pra balada, vamos?
-Você não pode sair ainda.
-Tenho que trabalhar, não se preocupe comigo. E... obrigado.
Abro a porta e ando pelo corredor. Abro a janela e saio. Mas antes, ela toca meu braço.
-Obrigado!
-Não... foi você que salvou a minha vida, não eu.
Mais uma noite, mais trabalho. Agora fumo no alto de um prédio a observar as coisas. Preciso lavar a minha máscara, arrumar a roupa e pegar armas com o velho. O maníaco está a solta e vou matá-lo. Só não sei quando.
-Preciso trocar o curativo dele.
Essa voz. Me lembro dela. Ela se aproxima, e toca meu peito. Verifica se ainda vivo. Mas ela não percebe que o quarto está diferente. Coldre sem arma só indica uma coisa.
-Quem é você?
Aponto a arma que tirei do codtre para a sua cabeça. Ela se assusta mas se acalma rapidamente.
-Sou seu, não se lembra?
-Você era... Eu estou na sua casa? Mas e...
-Calma, estou aqui pra te ajudar.
-Você... Minha máscara, você a tirou.
-Não se preocupe, não contarei para ninguém.
Realmente isso iria acontecer. Acabarei com ela no final. Mas ela me olha com olhar meigo. Troca meu curativo, se preocupa comigo. Não sei o que deu em mim, mas deixei.
-E seus pais, estão bem?
-Estão em choque.
-Eles sabem que estou aqui?
-Fique tranquilo, eles gostam de você. E já perceberam que você não saiu da casa.
-Onde tomei o tiro?
-Na cabeça. De raspão.
-Droga, não irei morrer? Que saco!
Ela me da um comprimido e eu durmo. Acordo horas depois com ela cuidando de mim novamente.
-Quer casar?
-Com quem?
-Comigo, com quem seria mais?
-Engraçadinho. Logo estará bom para pular e atirar nas pessoas.
-Não atiro por diversão, só por necessidade.
-Necessidade sua?
-Não, da vítima.
-Obrigado!
-Pelo que?
-Por me salvar, e a toda a minha família.
-Não foi nada, é pra isso que recebo meus milhões.
-Hahaha... gostei de você!
-Sorte minha.
No meio da noite, vesti a minha roupa. Recarreguei as arma, limpei as lâminas, ajustei o chapéu e coloquei a máscara. Mais uma noite, mais bandidos. Ela chega na última hora, quando estou terminando com as luvas.
-Onde você pensa que vai?
-Pra balada, vamos?
-Você não pode sair ainda.
-Tenho que trabalhar, não se preocupe comigo. E... obrigado.
Abro a porta e ando pelo corredor. Abro a janela e saio. Mas antes, ela toca meu braço.
-Obrigado!
-Não... foi você que salvou a minha vida, não eu.
Mais uma noite, mais trabalho. Agora fumo no alto de um prédio a observar as coisas. Preciso lavar a minha máscara, arrumar a roupa e pegar armas com o velho. O maníaco está a solta e vou matá-lo. Só não sei quando.
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sábado, 18 de abril de 2009
Sangue...
Não fazia idéia que eu já estava assim. Maldito golpe de bala rasteira. Aquelas que te dão um empurrão e você acaba no chão. Já tomei vários dessas. Mas minhas histórias estão ficando mais pesadas do que as iniciais. Queria fazer o bem, mas será que estou fazendo? Que pergunta idiota.
Faz um calor insuportável na cidade. A chuva que veio passou como um raio. As ruas secaram como a caatinga no sertão. Me abriguei para fumar um cigarro. Assisti uma criancinha brincar com brinquedos, e ver sua inocência em seus olhos. Meio sem jeito, sai do local querendo observar sua pureza mais. Pureza que defendo.
A casa do velho armeiro estava empoeirada aquela noite. Conversamos e ele me ofereceu um chá, coisas de velho.
-Tem cerveja?
-Claro.
O rádio estava calmo aquela noite. Queria tirar um cochilo, mas algo me alertou. O rádio dizia que um roubo a uma casa lotérica tinha levado a perseguição até uma casa, onde três pessoas eram reféns de dois sequestradores. Como não podia fazer nada, pois muita polícia indicava muitos problemas, continuei com a minha cerveja, mas aquilo me irritou.
-Onde você vai?
-Pegar alguns idiotas.
Tiros já tinham sido disparados quando cheguei. O GATE não estava no local, uma outra ocorrência, uma bomba no shopping, mobilizou o esquadrão inteiro. Aproveitei e subi nos telhados. Mas era obvio que eles iriam ver.
O capitão tentava fazer um plano, mas era impossível. Haveria sangue. Muito sangue naquela noite.
-Ei, Capitão.
Ele me olhou com uma cara de espanto. Tentou sacar a arma mas não conseguiu, sua mão tremia. Creio que ele rezou para os santos, sei lá quem ele venera. Sua voz gaguejante fazia um som estranho.
-Ele está na mira capitão.
Odeio policiais que assistem esses filminhos, e pensam que são os bonzões.
-Abaixe essa arma coxinha. Se eu quisesse matar alguém, já tinha feito.
-O que quer então? Pergunta o capitão.
-Sinto cheiro de sangue. Se o guarda não abaixar a arma, será o dele, mas quero que seja de outros homens.
-Como assim?
-Facilite a minha entrada. Eu cuido do resto.
Dou a ultima tragada. Jogo o cigarro fora. Observo a polícia agir. Os dois aparecem na janela. A imprensa se focaliza no lugar certo e eu pulo. Caio na casa vizinha. Maldito pulo errado. Rolo até o beiral e quase caio. Me seguro. Faço força. Me equilibro e entro pela sacada dos fundos. A janela do quarto está aberta.
Entro e saco a arma. Será simples. Barulhos na escada e gritos. Fico esperando a hora certa. Eles comem, reclamam. Sinto o medo deles. Preciso agir. Um dos safados sobe e leva a mãe e a filha. Uma é trancada no banheiro e a outra é levada até o quarto onde estou.
-O que você vai fazer?
-Cala a boca. Fica aqui e não reclama!
-Cadê a minha mãe?
-Já disse pra se calar!
Ele da um tapa na menina. Filho da Puta. Ela cai e sua jaqueta exibem seus lindos seios. Acho que foi isso que despertou a vontade animal daquele verme.
-Você é gostosinha ein. Deixa eu ver esses peitinhos.
-Não!
-Vem aqui... eu sei que você gosta sua puta!
-Não! Sai!
-Cala a boca se não eu te mato.
Ele passa a mão no corpo dela. Eu passo a mão no meu cinto. Ele aperta os seios dela e ela chora. Tenta lutar mas é impossível. Eu tiro um brinquedo. Eu assisto ela chorar.
-Não, por favor...
Meu Deus, ela nem consegue falar.
-Não é não! Você nunca aprendeu isso?
A lâmina entra em seu pescoço. Eu o puxo para trás e prendo a sua mão. Corto a sua garganta e ele se debate. Sua arma, de brinquedo é inofensiva. Ele sangra até morrer. Vai tarde.
-Você está bem?
Ela está em choque.
-Minha mãe!
-Calma, iremos pegá-la.
Ando com as armas em punho. Procuro o safado. O outro que irá morrer. Guardo uma das armas e abro a porta. As duas choram e eu fecho a porta. Essa é a hora. A adrenalina está a toda. Olho para baixo e não vejo ninguém. Como vou descer? Caralho.. não pensei nisso. Quer saber? Foda-se!
Pulo até o meio da escada e quando coloco o pé, me viro e aponto a arma para alguém. Mas só o refém está na sala. Vasculho a cozinha. Onde está esse filho da puta? é o que me pergunto. Desamarro o homem. E escuto um barulho. Olho para trás. Um tiro é disparado. O barulho é grande.
Caio no chão e vejo sangue. A vítima se joga da cadeira e rola para o outro lado. O sangue escorre da testa. Foi na cabeça! Foi na cabeça! Me desespero... Foi de raspão caralho! Ele atira novamente mas erra. O terceiro atinge meu colete. O quarto também. Tenho forças para desferir apenas um tiro. Certeiro, no quadro acima de sua cabeça. Ele cai e assusta o homem. Sua arma vai ao chão.
Um ultimo suspiro. Desfiro mais dois tiros, um na porta e outro em sua garganta. Na mosca, filho da Puta. Vá para o inferno. Mas confesso que sinto o frio. O sangue. A jovem desce. Sua mãe vai cuidar de seu pai. Capengando tento levantar e vou para o andar de cima. Estou sangrando. Entro no quarto em que invadi a casa. Morrerei ali, ou serei preso.
-Entra aqui.
Ela me empurra para o corredor. Eu entro em um quarto branco. Deve ser o hospital. Depois fica tudo escuro. Ela me trás toalhas e tira a minha máscara. Não consegui controlá-la. Mas o que importa, esse é meu fim.
Faz um calor insuportável na cidade. A chuva que veio passou como um raio. As ruas secaram como a caatinga no sertão. Me abriguei para fumar um cigarro. Assisti uma criancinha brincar com brinquedos, e ver sua inocência em seus olhos. Meio sem jeito, sai do local querendo observar sua pureza mais. Pureza que defendo.
A casa do velho armeiro estava empoeirada aquela noite. Conversamos e ele me ofereceu um chá, coisas de velho.
-Tem cerveja?
-Claro.
O rádio estava calmo aquela noite. Queria tirar um cochilo, mas algo me alertou. O rádio dizia que um roubo a uma casa lotérica tinha levado a perseguição até uma casa, onde três pessoas eram reféns de dois sequestradores. Como não podia fazer nada, pois muita polícia indicava muitos problemas, continuei com a minha cerveja, mas aquilo me irritou.
-Onde você vai?
-Pegar alguns idiotas.
Tiros já tinham sido disparados quando cheguei. O GATE não estava no local, uma outra ocorrência, uma bomba no shopping, mobilizou o esquadrão inteiro. Aproveitei e subi nos telhados. Mas era obvio que eles iriam ver.
O capitão tentava fazer um plano, mas era impossível. Haveria sangue. Muito sangue naquela noite.
-Ei, Capitão.
Ele me olhou com uma cara de espanto. Tentou sacar a arma mas não conseguiu, sua mão tremia. Creio que ele rezou para os santos, sei lá quem ele venera. Sua voz gaguejante fazia um som estranho.
-Ele está na mira capitão.
Odeio policiais que assistem esses filminhos, e pensam que são os bonzões.
-Abaixe essa arma coxinha. Se eu quisesse matar alguém, já tinha feito.
-O que quer então? Pergunta o capitão.
-Sinto cheiro de sangue. Se o guarda não abaixar a arma, será o dele, mas quero que seja de outros homens.
-Como assim?
-Facilite a minha entrada. Eu cuido do resto.
Dou a ultima tragada. Jogo o cigarro fora. Observo a polícia agir. Os dois aparecem na janela. A imprensa se focaliza no lugar certo e eu pulo. Caio na casa vizinha. Maldito pulo errado. Rolo até o beiral e quase caio. Me seguro. Faço força. Me equilibro e entro pela sacada dos fundos. A janela do quarto está aberta.
Entro e saco a arma. Será simples. Barulhos na escada e gritos. Fico esperando a hora certa. Eles comem, reclamam. Sinto o medo deles. Preciso agir. Um dos safados sobe e leva a mãe e a filha. Uma é trancada no banheiro e a outra é levada até o quarto onde estou.
-O que você vai fazer?
-Cala a boca. Fica aqui e não reclama!
-Cadê a minha mãe?
-Já disse pra se calar!
Ele da um tapa na menina. Filho da Puta. Ela cai e sua jaqueta exibem seus lindos seios. Acho que foi isso que despertou a vontade animal daquele verme.
-Você é gostosinha ein. Deixa eu ver esses peitinhos.
-Não!
-Vem aqui... eu sei que você gosta sua puta!
-Não! Sai!
-Cala a boca se não eu te mato.
Ele passa a mão no corpo dela. Eu passo a mão no meu cinto. Ele aperta os seios dela e ela chora. Tenta lutar mas é impossível. Eu tiro um brinquedo. Eu assisto ela chorar.
-Não, por favor...
Meu Deus, ela nem consegue falar.
-Não é não! Você nunca aprendeu isso?
A lâmina entra em seu pescoço. Eu o puxo para trás e prendo a sua mão. Corto a sua garganta e ele se debate. Sua arma, de brinquedo é inofensiva. Ele sangra até morrer. Vai tarde.
-Você está bem?
Ela está em choque.
-Minha mãe!
-Calma, iremos pegá-la.
Ando com as armas em punho. Procuro o safado. O outro que irá morrer. Guardo uma das armas e abro a porta. As duas choram e eu fecho a porta. Essa é a hora. A adrenalina está a toda. Olho para baixo e não vejo ninguém. Como vou descer? Caralho.. não pensei nisso. Quer saber? Foda-se!
Pulo até o meio da escada e quando coloco o pé, me viro e aponto a arma para alguém. Mas só o refém está na sala. Vasculho a cozinha. Onde está esse filho da puta? é o que me pergunto. Desamarro o homem. E escuto um barulho. Olho para trás. Um tiro é disparado. O barulho é grande.
Caio no chão e vejo sangue. A vítima se joga da cadeira e rola para o outro lado. O sangue escorre da testa. Foi na cabeça! Foi na cabeça! Me desespero... Foi de raspão caralho! Ele atira novamente mas erra. O terceiro atinge meu colete. O quarto também. Tenho forças para desferir apenas um tiro. Certeiro, no quadro acima de sua cabeça. Ele cai e assusta o homem. Sua arma vai ao chão.
Um ultimo suspiro. Desfiro mais dois tiros, um na porta e outro em sua garganta. Na mosca, filho da Puta. Vá para o inferno. Mas confesso que sinto o frio. O sangue. A jovem desce. Sua mãe vai cuidar de seu pai. Capengando tento levantar e vou para o andar de cima. Estou sangrando. Entro no quarto em que invadi a casa. Morrerei ali, ou serei preso.
-Entra aqui.
Ela me empurra para o corredor. Eu entro em um quarto branco. Deve ser o hospital. Depois fica tudo escuro. Ela me trás toalhas e tira a minha máscara. Não consegui controlá-la. Mas o que importa, esse é meu fim.
just..enjoy.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
!!! Confissão de mulher !!!
Eu, confesso que sou mulher, e como todas, espero o princípe encantado,
não garotos, eu não acredito nele,
mas o espero, e cada vez que durmo sonho com ele, e sonho com uma casinha de campo,
como toda mulher,
e gostaria de ter filhos lindos, seriamos uma família feliz,
sim garotos, uma família,
é este o sonho maternal que se acende no coração de toda menina ao crescer,
mesmo sem perceber, mesmo sem entender...
Só queremos abraços acolhedores todas as noites e um beijo em todas as manhãs,
só queremos segurança, do tipo que só um homem pode nos dar,
é a necessidade inconsciente feminina,
e sonhar com o princípe
sempre sonhando, poder se dedicar a um marido, um que seja só meu, que me ame,
somos todas fortes e independentes, mas lá dentro, a fantasia da felicidade nos bracos de um principe
sempre vive e viverá
seja em um coração novo ou velho, só basta ser coração de mulher.
Somos todas mulheres, mas nossa especialidade é sonhar como a menina que um dia já fomos.
não garotos, eu não acredito nele,
mas o espero, e cada vez que durmo sonho com ele, e sonho com uma casinha de campo,
como toda mulher,
e gostaria de ter filhos lindos, seriamos uma família feliz,
sim garotos, uma família,
é este o sonho maternal que se acende no coração de toda menina ao crescer,
mesmo sem perceber, mesmo sem entender...
Só queremos abraços acolhedores todas as noites e um beijo em todas as manhãs,
só queremos segurança, do tipo que só um homem pode nos dar,
é a necessidade inconsciente feminina,
e sonhar com o princípe
sempre sonhando, poder se dedicar a um marido, um que seja só meu, que me ame,
somos todas fortes e independentes, mas lá dentro, a fantasia da felicidade nos bracos de um principe
sempre vive e viverá
seja em um coração novo ou velho, só basta ser coração de mulher.
Somos todas mulheres, mas nossa especialidade é sonhar como a menina que um dia já fomos.
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quinta-feira, 9 de abril de 2009
Flor, a folha que subiu na vida
ela estava murcha, sua vida já tinha se passado no galho mais baixo da árvore em que nasceu
já tinha sido verde e brilhante quando estava pindurada, desfilando parada com suas lindas cores
agora estava caida,sendo pisada por qualquer coisa que tinha patas ou pés
em sua mente já sabia que era o fim
só esperava o último suspiro... mas sentia a demora...
em um belo dia ela simplemente foi soprada pelo vento e pousou no galho mais alto de uma árvore, e então, ali, ela começou realmente a viver.
enjoy
já tinha sido verde e brilhante quando estava pindurada, desfilando parada com suas lindas cores
agora estava caida,sendo pisada por qualquer coisa que tinha patas ou pés
em sua mente já sabia que era o fim
só esperava o último suspiro... mas sentia a demora...
em um belo dia ela simplemente foi soprada pelo vento e pousou no galho mais alto de uma árvore, e então, ali, ela começou realmente a viver.
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segunda-feira, 6 de abril de 2009
Uma nova tentativa..
Andava por andar. Comia por comer. Não entrou no mundo das drogas, mas procurou ficar em uma brisa mais doce.. o doce do álcool. Não tinha amigos, não tinha sombra. Apenas seu cigarro fazia companhia. A menina andava junto com ele. Observava-o. Estudava-o. Media todas as suas atitudes e passos. Contava quantas vezes ele caia no chão de bêbado.
-Quer algo?
-Morrer!
-Agora?
-Sim.
-Bebe mais um pouco e bate a cabeça com mais força na quina, prometo que deixo você lá sangrando.
Ele cai no chão e fica por uns cinco minutos. Levanta e larga a garrafa de Jack no chão. Lava o rosto e senta no sofá. Sua carteira era de marca. Tirou um cartão e sacou o telefone.
-Oi. É o Eduardo. Gostaria de falar com você, pode ser?
A mulher olhava para ele.
-Estarei lá!
Ela olha para o garoto tentando se equilibrar. Ele fica em pé e cai no sofá denovo.
-Onde você vai?
-Conversar com alguém.
-E esse alguém, quem seria?
just..enjoy
-Quer algo?
-Morrer!
-Agora?
-Sim.
-Bebe mais um pouco e bate a cabeça com mais força na quina, prometo que deixo você lá sangrando.
Ele cai no chão e fica por uns cinco minutos. Levanta e larga a garrafa de Jack no chão. Lava o rosto e senta no sofá. Sua carteira era de marca. Tirou um cartão e sacou o telefone.
-Oi. É o Eduardo. Gostaria de falar com você, pode ser?
A mulher olhava para ele.
-Estarei lá!
Ela olha para o garoto tentando se equilibrar. Ele fica em pé e cai no sofá denovo.
-Onde você vai?
-Conversar com alguém.
-E esse alguém, quem seria?
just..enjoy
quinta-feira, 2 de abril de 2009
sobre rodas
Impossível deixar de pensar naquele rosto.
Um anjo anônimo que dormia encostada num vidro imundo, sentada num banco imundo vestindo roupas que não lhe cabiam.
Por muito tempo beijarei aquele rosto em meus sonhos, o sonharei em minha vida, sonharei minha vida nele.
Amor infinito, o amor dos itinerários de ônibus. Amor que surge antes da próxima parada, apertar o botão e descer. Amor que não dura o suficiente para terminar.
Quando desci, ela ainda dormia sorrindo, sonhando uma paixão qualquer.
Jamais cheguei a conhecê-la, e por isso a amo.
Amo com sinceridade infinita. E fidelidade infinita.
Sinceridade de quem se apaixona sobre quatro rodas, entre pessoas invisíveis quaisquer, entre um ponto e outro.
Fidelidade do que nunca se concretizará, e por isso é eterno.
Seremos anônimos.
Seremos eternos.
Seremos amantes.
Um anjo anônimo que dormia encostada num vidro imundo, sentada num banco imundo vestindo roupas que não lhe cabiam.
Por muito tempo beijarei aquele rosto em meus sonhos, o sonharei em minha vida, sonharei minha vida nele.
Amor infinito, o amor dos itinerários de ônibus. Amor que surge antes da próxima parada, apertar o botão e descer. Amor que não dura o suficiente para terminar.
Quando desci, ela ainda dormia sorrindo, sonhando uma paixão qualquer.
Jamais cheguei a conhecê-la, e por isso a amo.
Amo com sinceridade infinita. E fidelidade infinita.
Sinceridade de quem se apaixona sobre quatro rodas, entre pessoas invisíveis quaisquer, entre um ponto e outro.
Fidelidade do que nunca se concretizará, e por isso é eterno.
Seremos anônimos.
Seremos eternos.
Seremos amantes.
verdadeinventadaminha
quinta-feira, 26 de março de 2009
Cheiro de Chuva...
Sim, nada dura para sempre. Fazia calor nessa noite. Não frio. Mas uma tempestade se aproximava e junto com ela uma sensação de que eu iria me molhar. Procuro um erro na noite, mas hoje ela estava limpa.
Minha amiga anda pela rua e seu parceiro também. Nunca gostei dele, ele é um bom homem mas apontou uma arma para mim. Normalmente as pessoas morrem por esse erro. Mas como a noite está chata, e um trago iria bem, resolvi convidá-la.
-Boa noite.
-Você de novo!
-Calma ae "louca academia de polícia", não vim brigar.
-Você está preso.
-Garotos, acalmem-se. Diga o que você quer logo!
-Fumar um cigarro. Você me acompanha?
-Claro, por quê não?
Andamos afastados do garoto, mas ele sempre estava espiando.
-Como vai o trabalho?
-Bem.
-O meu anda meio parado, deve ser o tempo.
-Quantos você já matou?
-Hoje nenhum e você?
-Não sente remorso?
-É de comer?
-Para!
O garoto olha intensamente e faz um movimento como se desabotoasse o coldre. Mas logo desiste da ação.
-Você fica com essas piadinhas! Isso me irrita!
-Cigarro?
-Obrigada.
-Quer realidade? Assista uma pessoa morrer por não ter um real. Você não poderá fazer nada, pedirá a Deus para que aquilo acabe. Mas não acabará. Depois de ver isso várias vezes, diga que não sou necessário.
-Chame a polícia.
-Não existe polícia no inferno. E se você não sabe, estamos nele agora.
-Se não existem policiais, existem anjos?
-Não. Eles pararam de vir à terra. Só sobraram demônios piores que eles, e esses, estão tentando controlar algo incontrolável.
-Você é um demônio?
-Não chamaria minhas habilidades de Dom Divino.
Um grito tira a minha concentração. Ele está longe. Mas parece ser constante.
-Depois conversamos!
Corro até a origem do som. Os dois vem comigo. O barulho aumenta, a voz não para. Vem de um conjunto abandonado no centro. Sua entrada foi forçada. Claro que algo deve estar acontecendo. Pego a minha arma e me direciono para o lado seguro da porta.
-Espere que vou chamar reforços.
-Não! Isso é coisa minha.
-Você não vai entrar ai!
-Desculpe "Guarda Belo", mas você não manda em mim. Fique ai para não se machucar, sim!
Entro com a arma em punho. Espreito os cantos imundos de um prédio empoeirado e esquecido pela humanidade. Ratos e baratas andam como se fosse uma praça de sujeira, um shopping de imundice. As garrafas de pinga fazem barulho no chão quando ando. O barulho para.
Sabem que alguém está aqui, mas não eu. Caminho pela escada sorrateiramente.
Uma sombra cruza meu rosto rapidamente. Vasculho os quartos, procuro algo que pode estar em qualquer lugar. Abro o quarto do meio. Nada, só ratos. O da ponta também. Empurro a porta com o dedo, o quarto é o último, junto com a parede da escada. A tinta amarela na parede não esconde que esse era o cenário de um hotel antigamente.
A porta se abre e vejo uma jovem amarrada. Ela sangra e chora. Deve ter seus dezoito anos, blusa de faculdade no chão. E um pervertido passando a mão em seu corpo e se acariciado. Fico muito irritado com aquilo. Quero matá-lo, espancá-lo. Mas observo por mais um segundo. Ele se assusta quando me vê.
A noite estava bonita. Mas o cheiro de chuva se misturou ao de sangue quando um corpo caiu e ficou estendido na rua. Dois policiais estavam prestes a entrar no prédio. Cinco minutos depois, a menina sai com o justiceiro mascarado. Seu mal feitor está morto. Viaturas se aproximam. A chuva cai.
No meio da noite o mascarado corre de sua habilidade, de seu dom. Fez o certo por fazer. Fumou seu cigarro por vício. Devolveu a liberdade de quem realmente merecia.
Minha amiga anda pela rua e seu parceiro também. Nunca gostei dele, ele é um bom homem mas apontou uma arma para mim. Normalmente as pessoas morrem por esse erro. Mas como a noite está chata, e um trago iria bem, resolvi convidá-la.
-Boa noite.
-Você de novo!
-Calma ae "louca academia de polícia", não vim brigar.
-Você está preso.
-Garotos, acalmem-se. Diga o que você quer logo!
-Fumar um cigarro. Você me acompanha?
-Claro, por quê não?
Andamos afastados do garoto, mas ele sempre estava espiando.
-Como vai o trabalho?
-Bem.
-O meu anda meio parado, deve ser o tempo.
-Quantos você já matou?
-Hoje nenhum e você?
-Não sente remorso?
-É de comer?
-Para!
O garoto olha intensamente e faz um movimento como se desabotoasse o coldre. Mas logo desiste da ação.
-Você fica com essas piadinhas! Isso me irrita!
-Cigarro?
-Obrigada.
-Quer realidade? Assista uma pessoa morrer por não ter um real. Você não poderá fazer nada, pedirá a Deus para que aquilo acabe. Mas não acabará. Depois de ver isso várias vezes, diga que não sou necessário.
-Chame a polícia.
-Não existe polícia no inferno. E se você não sabe, estamos nele agora.
-Se não existem policiais, existem anjos?
-Não. Eles pararam de vir à terra. Só sobraram demônios piores que eles, e esses, estão tentando controlar algo incontrolável.
-Você é um demônio?
-Não chamaria minhas habilidades de Dom Divino.
Um grito tira a minha concentração. Ele está longe. Mas parece ser constante.
-Depois conversamos!
Corro até a origem do som. Os dois vem comigo. O barulho aumenta, a voz não para. Vem de um conjunto abandonado no centro. Sua entrada foi forçada. Claro que algo deve estar acontecendo. Pego a minha arma e me direciono para o lado seguro da porta.
-Espere que vou chamar reforços.
-Não! Isso é coisa minha.
-Você não vai entrar ai!
-Desculpe "Guarda Belo", mas você não manda em mim. Fique ai para não se machucar, sim!
Entro com a arma em punho. Espreito os cantos imundos de um prédio empoeirado e esquecido pela humanidade. Ratos e baratas andam como se fosse uma praça de sujeira, um shopping de imundice. As garrafas de pinga fazem barulho no chão quando ando. O barulho para.
Sabem que alguém está aqui, mas não eu. Caminho pela escada sorrateiramente.
Uma sombra cruza meu rosto rapidamente. Vasculho os quartos, procuro algo que pode estar em qualquer lugar. Abro o quarto do meio. Nada, só ratos. O da ponta também. Empurro a porta com o dedo, o quarto é o último, junto com a parede da escada. A tinta amarela na parede não esconde que esse era o cenário de um hotel antigamente.
A porta se abre e vejo uma jovem amarrada. Ela sangra e chora. Deve ter seus dezoito anos, blusa de faculdade no chão. E um pervertido passando a mão em seu corpo e se acariciado. Fico muito irritado com aquilo. Quero matá-lo, espancá-lo. Mas observo por mais um segundo. Ele se assusta quando me vê.
A noite estava bonita. Mas o cheiro de chuva se misturou ao de sangue quando um corpo caiu e ficou estendido na rua. Dois policiais estavam prestes a entrar no prédio. Cinco minutos depois, a menina sai com o justiceiro mascarado. Seu mal feitor está morto. Viaturas se aproximam. A chuva cai.
No meio da noite o mascarado corre de sua habilidade, de seu dom. Fez o certo por fazer. Fumou seu cigarro por vício. Devolveu a liberdade de quem realmente merecia.
just..enjoy.
domingo, 8 de março de 2009
Pintando a dedo...
Pego o verde e jogo bege. Monto minha própria aquarela. Não sei muito sobre verdades ou mentiras. Tenho certeza das minhas incertezas mais profundas. Cubro com tinta e rabiscos, detalhes de minha vida que deixei para trás. Cubro com o céu e desenho o inferno no dia-a-dia, depende da situação. Quero graça. Quero temor. Quero riso e sabor de quem já fui um dia.
Deitado na parede de meu quarto escuto as lamentações das estrelas. Não que o dia seja mais belo que a noite, mas a pureza me transmite algo incerto. Talvez, no meio de espigas ou do deserto ponho-me em contato com a natureza. Talvez em alguma parte do mundo me ponho a prova da minha pureza.
Não busco respostas ou dinheiro. Dinheiro nos torna gananciosos e sem perguntas, as respostas parecem ser melhor respondidas. Busco no tempo o sentimento da partida. Dizem que ele cura tudo, mas a ferida do soldado é mais clara que a neve, mais dura que o aço, mais funda que o buraco na calçada. Dias, horas, minutos, segundos.
Agora a minha aquarela tem cor, sentimento, seriedade... tempo. Os rabiscos tomam forma. A cor é detalhada. Mas o palhaço não é colorido. Na verdade, é preto e branco. Muitas coisas coloridas com a aquarela são pretas e brancas. Apenas os passos, os andares, as ruas esburacadas, os carros e as motos têm cor. Mas é realmente com o sabor que me surpreendi mais.
Pinto a dedo emoções e cantigas. Pinto portas e borrões. Histórias e palavrões que me tornaram a pessoa que sou hoje. Sem sentido? Caro amigo, se estivesse a ponto de suicídio como eu, isso seria o texto mais belo. Mas digo para você. Pinte a dedo sentimentos e amigos. Não deixe que um pequeno erro ao usar a aquarela, se torne um borrão em sua vida. Paz!
Deitado na parede de meu quarto escuto as lamentações das estrelas. Não que o dia seja mais belo que a noite, mas a pureza me transmite algo incerto. Talvez, no meio de espigas ou do deserto ponho-me em contato com a natureza. Talvez em alguma parte do mundo me ponho a prova da minha pureza.
Não busco respostas ou dinheiro. Dinheiro nos torna gananciosos e sem perguntas, as respostas parecem ser melhor respondidas. Busco no tempo o sentimento da partida. Dizem que ele cura tudo, mas a ferida do soldado é mais clara que a neve, mais dura que o aço, mais funda que o buraco na calçada. Dias, horas, minutos, segundos.
Agora a minha aquarela tem cor, sentimento, seriedade... tempo. Os rabiscos tomam forma. A cor é detalhada. Mas o palhaço não é colorido. Na verdade, é preto e branco. Muitas coisas coloridas com a aquarela são pretas e brancas. Apenas os passos, os andares, as ruas esburacadas, os carros e as motos têm cor. Mas é realmente com o sabor que me surpreendi mais.
Pinto a dedo emoções e cantigas. Pinto portas e borrões. Histórias e palavrões que me tornaram a pessoa que sou hoje. Sem sentido? Caro amigo, se estivesse a ponto de suicídio como eu, isso seria o texto mais belo. Mas digo para você. Pinte a dedo sentimentos e amigos. Não deixe que um pequeno erro ao usar a aquarela, se torne um borrão em sua vida. Paz!
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sábado, 28 de fevereiro de 2009
..Em dúvida sobre o título..
O que fazer? ou será não fazer? As palavras foram escolhidas com cautela, mas ainda assim me confundem, não sei o que dizer, nem sei o que pensar, será melhor nada ser? Mas então seria o fim, o nada não me traz o que eu quero, a dúvida reina em minha cabeça e meu corpo endurece não sabendo que movimento fazer, o que devo ser?
Talvez eu não deva me preocupar, mas como não? se é o que me faz feliz! como agir de forma não artificial?
Quando o ser humano perde sua espontaneidade e começa a calcular e pensar no que é melhor para se fazer, perde a vida, se o dilema for o que dará mais retorno, o que o fará mais feliz, e não se sabe o que é, então tudo se confunde não chegando a uma solução e me deixando sem saber o que fazer.
Que saudade da minha espontaneidade! / das coisas não perfeitas!
.espontâneo.
..a facilidade com que alguma coisa se produz..
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Derrota
O Zé era assim. Grandão, cabeçudo, desengonçado e dentuço. Como se não bastasse, alguma coisa aconteceu em sua vida que o deixou gago, ninguem sabia exatamente o que, e ele não se dava ao trabalho de contar. A sorte simplesmente deixa de sorrir para alguns.
E o que podia ele fazer? Nada! Zé sorria bastante, tentava contar piadas que matavam os outros de rir quase sempre, não pela piada em si, mas pela tremenda dificuldade com a qual ele batalhava com as palavras que saíam de sua boca, como se elas não quisessem sair de forma alguma.
Ninguém sabia se Zé era feliz, ninguém se importava, pra falar bem a verdade. Zé era um mascote, como um rato de estimação: todo mundo sabe que é estranho, mas todo mundo adora.
Um dia, Zé desistiu de sorrir, desistiu de contar piadas. De uma hora para a outra, ele não estava mais satisfeito com a posição de mascote. Pegou seu carro com o objetivo de atirar-se do viaduto.
Ligou o carro, não se despediu de ninguém, não afivelou o cinto de segurança. Mas o destino de Zé não era daqueles que permitia um mascote se suicidar. Não é da natureza dos mascotes. O pneu estourou na entrada do viaduto, o carro perdeu velocidade até parar. E o que podia ele fazer? Nada! Sorriu de novo, e ligou para alguém buscá-lo.
Zé aceitou a derrota, então. A derrota da vida inteira.
Afinal, contra o destino dos mascotes é difícil ganhar. O máximo que se pode fazer é ser derrotado com estilo.
E o que podia ele fazer? Nada! Zé sorria bastante, tentava contar piadas que matavam os outros de rir quase sempre, não pela piada em si, mas pela tremenda dificuldade com a qual ele batalhava com as palavras que saíam de sua boca, como se elas não quisessem sair de forma alguma.
Ninguém sabia se Zé era feliz, ninguém se importava, pra falar bem a verdade. Zé era um mascote, como um rato de estimação: todo mundo sabe que é estranho, mas todo mundo adora.
Um dia, Zé desistiu de sorrir, desistiu de contar piadas. De uma hora para a outra, ele não estava mais satisfeito com a posição de mascote. Pegou seu carro com o objetivo de atirar-se do viaduto.
Ligou o carro, não se despediu de ninguém, não afivelou o cinto de segurança. Mas o destino de Zé não era daqueles que permitia um mascote se suicidar. Não é da natureza dos mascotes. O pneu estourou na entrada do viaduto, o carro perdeu velocidade até parar. E o que podia ele fazer? Nada! Sorriu de novo, e ligou para alguém buscá-lo.
Zé aceitou a derrota, então. A derrota da vida inteira.
Afinal, contra o destino dos mascotes é difícil ganhar. O máximo que se pode fazer é ser derrotado com estilo.
verdadeinventadaminha
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
A pequena estrela...
Triste e cintilante no céu..
a pequena estrela via a terra.
Queria conhecer esse lugar azul,
caiu rapidamente e coloriu o céu.
Chegou e encontrou um dragão,
ela chorou de medo e foi pisoteada.
Conheceu uma menina linda e simpática,
mas ela tentou quebrar a estrelinha para vende-la.
Já triste, a estrela não confiava em ninguém..
queria voltar para o céu de onde veio.
Mas no meio do caminho se sentiu fraca e dormiu,
choveu aquela noite, e a estrelinha quase apagou.
Um menino que passava pelo caminho a acolheu..
limpou e cuidou da pequena estrela, e ela sorriu.
Voltou para o céu com a coisa mais bela que conseguia carregar,
o amor de um jovem menino que a fez voar.
a pequena estrela via a terra.
Queria conhecer esse lugar azul,
caiu rapidamente e coloriu o céu.
Chegou e encontrou um dragão,
ela chorou de medo e foi pisoteada.
Conheceu uma menina linda e simpática,
mas ela tentou quebrar a estrelinha para vende-la.
Já triste, a estrela não confiava em ninguém..
queria voltar para o céu de onde veio.
Mas no meio do caminho se sentiu fraca e dormiu,
choveu aquela noite, e a estrelinha quase apagou.
Um menino que passava pelo caminho a acolheu..
limpou e cuidou da pequena estrela, e ela sorriu.
Voltou para o céu com a coisa mais bela que conseguia carregar,
o amor de um jovem menino que a fez voar.
just..enjoy.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Em uma Cabana...
Olhou o retrato de quem não iria voltar. Só a lareira e seu cachorro acompanhavam os móveis . Não era tarde, nem cedo. Apenas não olhara no relógio para não indagar o tempo. Apenas sua água apitava na chaleira chumbo que ficava entre as panelas da cozinha, jogada. Retirou o objeto do fogo e o apagou. Virou o conteúdo em um copo e esperou até o cheiro de flores silvestres colorirem o ar.
Colocou açúcar. Pegou biscoitos. Sentou em frente ao fogo e admirou sua lareira. Era de pedra. Simples porém quente. Era a única parte da casa de pedra. O resto era de madeira. Em sua cadeira de balanço acariciava seu cachorro. Sua cor mel e a coleira vermelha davam um tom conhecido no animal. Parecia um filme... um sonho.
Levantou e ligou o rádio baixo. Ouvia um pouco de jazz e bossa. Seu chá se esfriava rapidamente. Voltou a sentar e cobriu as pernas. Seu fiel companheiro colocou sua cabeça grande em suas pernas e dormiu. Um cenário lindo para um inverno rigoroso. O que mais precisaria da vida, se já achou uma porta para a felicidade? Mas queria mais. Muito mais. Mas não naquela noite.
Colocou açúcar. Pegou biscoitos. Sentou em frente ao fogo e admirou sua lareira. Era de pedra. Simples porém quente. Era a única parte da casa de pedra. O resto era de madeira. Em sua cadeira de balanço acariciava seu cachorro. Sua cor mel e a coleira vermelha davam um tom conhecido no animal. Parecia um filme... um sonho.
Levantou e ligou o rádio baixo. Ouvia um pouco de jazz e bossa. Seu chá se esfriava rapidamente. Voltou a sentar e cobriu as pernas. Seu fiel companheiro colocou sua cabeça grande em suas pernas e dormiu. Um cenário lindo para um inverno rigoroso. O que mais precisaria da vida, se já achou uma porta para a felicidade? Mas queria mais. Muito mais. Mas não naquela noite.
just..enjoy.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Agradecimento.
Suas mãos tremiam enquanto tentava terminar a maquiagem. O espelho quebrado lhe dava uma boa perspectiva de como estava sua vida, de como estava seu dia, de como estavam seus sentimentos.
Tudo em cacos.
Não deixava o otimismo fugir-lhe, porém. E mantinha aquele sorriso sem graça pendurado entre as orelhas, como de costume.
Ouvia as pessoas chegando, ocupando as cadeiras, o barulho aumentava gradualmente, assim como sua ansiedade.
Talvez a ansiedade aumentasse o barulho, aumentava o suor nas mãos, aumentava a dor de estômago, aumentava o sorriso sem graça.
Enquanto bebia um gole de água, que preenchia seu estômago de gelo, pra equilibrar o frio que já estava lá, repassava tudo em sua mente, tentando concentrar-se.
Andou pouco mais de vinte passos, enquanto arrumava a gravata, a flor na lapela, os punhos da camisa.
Posicionou-se atrás da imensidão vermelha daquelas cortinas, esperando que o vermelho se dissipasse.
Aqueles segundos se estenderam por anos, ele sentia suas rugas acentuando-se por detrás da maquiagem, sentia a vista cansada, a coluna se curvando.
As cortinas se moveram, lentamente, ele viu os primeiros anônimos sem rosto nas primeiras fileiras.
Ouviu os aplausos. Assustavam como tambores marciais.
Disse a primeira palavra que deveria dizer.
- Obrigado!
Tudo em cacos.
Não deixava o otimismo fugir-lhe, porém. E mantinha aquele sorriso sem graça pendurado entre as orelhas, como de costume.
Ouvia as pessoas chegando, ocupando as cadeiras, o barulho aumentava gradualmente, assim como sua ansiedade.
Talvez a ansiedade aumentasse o barulho, aumentava o suor nas mãos, aumentava a dor de estômago, aumentava o sorriso sem graça.
Enquanto bebia um gole de água, que preenchia seu estômago de gelo, pra equilibrar o frio que já estava lá, repassava tudo em sua mente, tentando concentrar-se.
Andou pouco mais de vinte passos, enquanto arrumava a gravata, a flor na lapela, os punhos da camisa.
Posicionou-se atrás da imensidão vermelha daquelas cortinas, esperando que o vermelho se dissipasse.
Aqueles segundos se estenderam por anos, ele sentia suas rugas acentuando-se por detrás da maquiagem, sentia a vista cansada, a coluna se curvando.
As cortinas se moveram, lentamente, ele viu os primeiros anônimos sem rosto nas primeiras fileiras.
Ouviu os aplausos. Assustavam como tambores marciais.
Disse a primeira palavra que deveria dizer.
- Obrigado!
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gabriel
Bem vindo...
Comecei a ler e depois de muito tempo decidi criar um blog. Ficava admirado pela escrita dos outro. Uma pessoa que me incentivou a escrever sem saber foi um amigo de longa data. Passávamos tempos no bar a pensar na vida, discutir sobre nossa existência, política, mulheres... Suas palavras eram simples porém sofisticadas. Tento trazer uma sombra desse estilo comigo. Gostaria de dar as boas vindas a um grande amigo. Bem vindo Gabriel.
just..enjoy.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
!BA..gUn/Ç a+
Forma vazia dentro do peito.
Conteúdovolumoso que se expande alémdocoração e toma todas as partículasdesangueesuor do humilde corpohumano, correndopelasveias e atravésdosossos confunde o cérebro, mas o que seria tão poderoso como o amor?
Tão dominador que confundepensamentos e só nos é possível esclarecerasidéias quando a confusão já foi passada, ocorpointeiro se empenha para reorganizar as coisas, antes de tudo arrumado, elevoltadesequilibrando...
Com toda essa algazarra ainda consegue ser almejado, sua bagunçaéboadesentir, sua maneira de chegar e dominarocorpo é maravilhosamente tentadora.
É a inocênciaconfusa que sobrou de quando éramos crianças, aquela visãodomundo que nos levava a crernoincrível e a duvidar do que esta diante dos nossos olhos, daformapalpável, talvez seja por isso que seja tão bom, nos faz voltar a ter o que perdemosaocrescer.Perdemos muito com os anos, porém imperceptível até que se reflita sobre isso. Entendo pelos meuspensamentos, que podem estar confusosedesorganizados com risco de não se basearem em algo racional, que esta bagunça é o amor. É algo com o que nascemos e procuramos depois de nos vermos apenas como pessoas perdidas.
...Apenas pessoas perdidas...
Conteúdovolumoso que se expande alémdocoração e toma todas as partículasdesangueesuor do humilde corpohumano, correndopelasveias e atravésdosossos confunde o cérebro, mas o que seria tão poderoso como o amor?
Tão dominador que confundepensamentos e só nos é possível esclarecerasidéias quando a confusão já foi passada, ocorpointeiro se empenha para reorganizar as coisas, antes de tudo arrumado, elevoltadesequilibrando...
Com toda essa algazarra ainda consegue ser almejado, sua bagunçaéboadesentir, sua maneira de chegar e dominarocorpo é maravilhosamente tentadora.
É a inocênciaconfusa que sobrou de quando éramos crianças, aquela visãodomundo que nos levava a crernoincrível e a duvidar do que esta diante dos nossos olhos, daformapalpável, talvez seja por isso que seja tão bom, nos faz voltar a ter o que perdemosaocrescer.Perdemos muito com os anos, porém imperceptível até que se reflita sobre isso. Entendo pelos meuspensamentos, que podem estar confusosedesorganizados com risco de não se basearem em algo racional, que esta bagunça é o amor. É algo com o que nascemos e procuramos depois de nos vermos apenas como pessoas perdidas.
...Apenas pessoas perdidas...
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
O Senador...
-Sabia que ia te encontrar aqui.
-Foi onde tudo começou, não foi?
-Sim. Foi aqui que...
-Não me lembre de coisas passadas. Ele está lá em cima!
-Eu sei.
-Daqui a alguns minutos ele estará aqui em baixo.
-Isso, entregue ele. Todos entenderão você.
-Estava pensando em outra coisa.
Ele é rápido. Porém eu sou escorregadio. Ele está muito longe para acertar com a minha arma. Isso também chamaria a atenção de todos na área. Tenho que pegá-lo rápido. Corto caminho. Entro em uma viela e corro muito rápido. Estou cansado, mas motivado. Acho que se não tivesse todo esse equipamento eu correria mais. Por quê o velho sempre me fode?
Saio em uma bifurcação. Não sei para onde ele foi. A policia se aproxima, tenho apenas poucos minutos para terminar o trabalho. Procuro no chão alguma pista, sujeira, vestígio que ele tenha passado por aqui. Uma garoa bem fina começa a cair. Agora tenho três inimigos, a policia que quer me prender, o tempo que tenho de diferença dele e a chuva, que pode apagar qualquer rastro.
Tempo esgotado. Pulo dentro de uma caçamba de entulho. Me escondo entre pedras e papelão. O carro da policia para perto do lugar. Vejo na escuridão da noite, luzes vermelhas e azuis. Não sei o que está acontecendo. Espero que não demorem muito. Preciso dormir, e muito. Acho que depois desse vagabundo, vou tirar uns dias de férias. Dois seria ideal. Sábado e Domingo. Dormir o dia inteiro, isso sim.O carro se afasta. Saio da sujeira. Não adianta procurar ninguém agora.
A noite passa como um estalar de dedos. Meu péssimo sono me torna uma pessoa irritada. Procuro ser gentil no trabalho, mas nunca serei a mesma pessoa. Ao vestir a roupa negra, tenho um poder, tenho algo que me torna diferente do que vejo na cidade. Diferente de tudo e de todos. Posso ajudar as pessoas. Posso ser quem todos querem.
Um senador de nome Rodrigo é acusado de molestar de crianças. Velho sujo. Pena que pro azar dele, ele fará uma palestra sobre direitos humanos em São Paulo hoje. Irei pedir um autógrafo para ele. Celebridades tem que ser tratadas como tais.
Pensei que era mais difícil entrar no prédio da convenção. O único problema é saber como achá-lo. Quando não se sabe de algo, podemos perguntar para quem sempre sabe de tudo. Os jornalistas. Com a desculpa de que sou de uma renomada faculdade, consigo que me digam onde ele irá se hospedar. Me dirijo ao hotel.
Entro com um buquê de flores. Passo pelos seguranças e me dirijo ao andar do senador. Passo em frente a sua porta e desço mais um lance de escadas. A camareira está no andar. Corro até ela:
-Oi. Você poderia me fazer um favor?
-Sim, senhor.
-Minha noiva acabou de sair do quarto e levou a chave. Como a gente brigou hoje de manhã, sai do serviço e comprei umas flores para fazer a surpresa. Mas não tenho a chave, você poderia abrir para mim?
-Desculpe senhor, mas não posso.
-Por favor, você não gostaria de uma surpresa dessas?
-Claro senhor, mas...
-Então. Vamos, eu te dou um "café"!
-Senhor, não posso...
-Cinquenta está bom?
Como tudo se compra com dinheiro, tenho a porta aberta por uma camareira. O safado chega e sobe direto para o quarto. Me visto e preparo para o combate. Vou até a sacada. Está garoando. Mais um problema na noite. Subo no para-peito e com um pulo me agarro a grade do andar de baixo. Subo silenciosamente. Escuto os comentários dos seguranças.
Ele entra. Reclama do ar condicionado. Pega algo para beber e vai tomar um banho. Ele diz que terá uma visita hoje. Deve ser uma vadia. Ao entrar no banho, dou dois minutos e entro no quarto. Uma sala pequena com um bar, uma cama e um guarda roupas compõem o cenário simples porém caro. A mesa vagabunda deve custar mais de cinco mil reais.
Fico no canto. Espero ele sair do banho. A toalha na cintura deixa sua barriga gorda evidente. Sua barba grisalha da a entender que é velho, mas nem tanto. Ele atende o celular e pede para alguém subir. Tenho poucos segundos novamente.
-Boa Noite.
-Quem é você?
-Um fã!
-Você é o justiceiro!
-Não, normalmente sou a chapeuzinho vermelho, mas a minha outra roupa está suja, então peguei a do batman mesmo.
-O que quer?
-Um autógrafo!
-Bem... se é isso que você quer eu te dou com o maior prazer. Sabe, queria conhecer mesmo o tal justiceiro de São Paulo. Você está virando uma figura muito conhecida. Mas por que não matou a policial? Ela é gostosa!
-Estava com preguiça.
-Você está comendo ela, não?
Que conversa fiada. Estou perdendo tempo com tudo isso.
-Quer caneta?
-Ah.. eu tenho. Coloco como? Justiceiro?
-Pode ser.
Tiro uma lâmina da roupa.
-Sua caneta é muito fraca, escreva com a minha.
Eu desfiro um único golpe em sua garganta. Ele cambaleia mas consigo empurrá-lo para a cadeira.
-Isso, agora está bom. Aproveite e dedique a todas as crianças que você comeu, velho filho da puta! Vá para o inferno.
Ele tenta uma reação. Mas entra em choque. O corte é grande e o sangue jorra como se fosse uma inundação. Essa é a minha deixa. Abro a porta e faço o mesmo trajeto para o quarto de baixo. Tenho poucos segundos agora. Tiro o máximo que consigo. Fico apenas com a calça, as luvas e a bota. Escuto um grito feminino.
Corro pelas escadas. Tenho pouco tempo para sair sem ser notado. Três andares abaixo vou pelo corredor principal. Não tem outra saída a não ser a principal. Fico indeciso. O que fazer? Penso, penso e tenho uma idéia. Quebro e aperto o botão de emergência. As sirenes tocam. As pessoas saem dos quartos. Com o isqueiro, provoco a abertura dos sprincles.
Me misturo com os hóspedes. Ando até a saída, onde bombeiros e policiais estão a atender as vítimas. Liberdade. Doce e bela liberdade. Caminho até o metro. A chuva aperta e me molha mais. Agora sim, o disfarce perfeito. Policiais passam por mim e nem me olham. Agora sim, só me falta o maníaco para eu ser totalmente feliz.
-Foi onde tudo começou, não foi?
-Sim. Foi aqui que...
-Não me lembre de coisas passadas. Ele está lá em cima!
-Eu sei.
-Daqui a alguns minutos ele estará aqui em baixo.
-Isso, entregue ele. Todos entenderão você.
-Estava pensando em outra coisa.
Ele é rápido. Porém eu sou escorregadio. Ele está muito longe para acertar com a minha arma. Isso também chamaria a atenção de todos na área. Tenho que pegá-lo rápido. Corto caminho. Entro em uma viela e corro muito rápido. Estou cansado, mas motivado. Acho que se não tivesse todo esse equipamento eu correria mais. Por quê o velho sempre me fode?
Saio em uma bifurcação. Não sei para onde ele foi. A policia se aproxima, tenho apenas poucos minutos para terminar o trabalho. Procuro no chão alguma pista, sujeira, vestígio que ele tenha passado por aqui. Uma garoa bem fina começa a cair. Agora tenho três inimigos, a policia que quer me prender, o tempo que tenho de diferença dele e a chuva, que pode apagar qualquer rastro.
Tempo esgotado. Pulo dentro de uma caçamba de entulho. Me escondo entre pedras e papelão. O carro da policia para perto do lugar. Vejo na escuridão da noite, luzes vermelhas e azuis. Não sei o que está acontecendo. Espero que não demorem muito. Preciso dormir, e muito. Acho que depois desse vagabundo, vou tirar uns dias de férias. Dois seria ideal. Sábado e Domingo. Dormir o dia inteiro, isso sim.O carro se afasta. Saio da sujeira. Não adianta procurar ninguém agora.
A noite passa como um estalar de dedos. Meu péssimo sono me torna uma pessoa irritada. Procuro ser gentil no trabalho, mas nunca serei a mesma pessoa. Ao vestir a roupa negra, tenho um poder, tenho algo que me torna diferente do que vejo na cidade. Diferente de tudo e de todos. Posso ajudar as pessoas. Posso ser quem todos querem.
Um senador de nome Rodrigo é acusado de molestar de crianças. Velho sujo. Pena que pro azar dele, ele fará uma palestra sobre direitos humanos em São Paulo hoje. Irei pedir um autógrafo para ele. Celebridades tem que ser tratadas como tais.
Pensei que era mais difícil entrar no prédio da convenção. O único problema é saber como achá-lo. Quando não se sabe de algo, podemos perguntar para quem sempre sabe de tudo. Os jornalistas. Com a desculpa de que sou de uma renomada faculdade, consigo que me digam onde ele irá se hospedar. Me dirijo ao hotel.
Entro com um buquê de flores. Passo pelos seguranças e me dirijo ao andar do senador. Passo em frente a sua porta e desço mais um lance de escadas. A camareira está no andar. Corro até ela:
-Oi. Você poderia me fazer um favor?
-Sim, senhor.
-Minha noiva acabou de sair do quarto e levou a chave. Como a gente brigou hoje de manhã, sai do serviço e comprei umas flores para fazer a surpresa. Mas não tenho a chave, você poderia abrir para mim?
-Desculpe senhor, mas não posso.
-Por favor, você não gostaria de uma surpresa dessas?
-Claro senhor, mas...
-Então. Vamos, eu te dou um "café"!
-Senhor, não posso...
-Cinquenta está bom?
Como tudo se compra com dinheiro, tenho a porta aberta por uma camareira. O safado chega e sobe direto para o quarto. Me visto e preparo para o combate. Vou até a sacada. Está garoando. Mais um problema na noite. Subo no para-peito e com um pulo me agarro a grade do andar de baixo. Subo silenciosamente. Escuto os comentários dos seguranças.
Ele entra. Reclama do ar condicionado. Pega algo para beber e vai tomar um banho. Ele diz que terá uma visita hoje. Deve ser uma vadia. Ao entrar no banho, dou dois minutos e entro no quarto. Uma sala pequena com um bar, uma cama e um guarda roupas compõem o cenário simples porém caro. A mesa vagabunda deve custar mais de cinco mil reais.
Fico no canto. Espero ele sair do banho. A toalha na cintura deixa sua barriga gorda evidente. Sua barba grisalha da a entender que é velho, mas nem tanto. Ele atende o celular e pede para alguém subir. Tenho poucos segundos novamente.
-Boa Noite.
-Quem é você?
-Um fã!
-Você é o justiceiro!
-Não, normalmente sou a chapeuzinho vermelho, mas a minha outra roupa está suja, então peguei a do batman mesmo.
-O que quer?
-Um autógrafo!
-Bem... se é isso que você quer eu te dou com o maior prazer. Sabe, queria conhecer mesmo o tal justiceiro de São Paulo. Você está virando uma figura muito conhecida. Mas por que não matou a policial? Ela é gostosa!
-Estava com preguiça.
-Você está comendo ela, não?
Que conversa fiada. Estou perdendo tempo com tudo isso.
-Quer caneta?
-Ah.. eu tenho. Coloco como? Justiceiro?
-Pode ser.
Tiro uma lâmina da roupa.
-Sua caneta é muito fraca, escreva com a minha.
Eu desfiro um único golpe em sua garganta. Ele cambaleia mas consigo empurrá-lo para a cadeira.
-Isso, agora está bom. Aproveite e dedique a todas as crianças que você comeu, velho filho da puta! Vá para o inferno.
Ele tenta uma reação. Mas entra em choque. O corte é grande e o sangue jorra como se fosse uma inundação. Essa é a minha deixa. Abro a porta e faço o mesmo trajeto para o quarto de baixo. Tenho poucos segundos agora. Tiro o máximo que consigo. Fico apenas com a calça, as luvas e a bota. Escuto um grito feminino.
Corro pelas escadas. Tenho pouco tempo para sair sem ser notado. Três andares abaixo vou pelo corredor principal. Não tem outra saída a não ser a principal. Fico indeciso. O que fazer? Penso, penso e tenho uma idéia. Quebro e aperto o botão de emergência. As sirenes tocam. As pessoas saem dos quartos. Com o isqueiro, provoco a abertura dos sprincles.
Me misturo com os hóspedes. Ando até a saída, onde bombeiros e policiais estão a atender as vítimas. Liberdade. Doce e bela liberdade. Caminho até o metro. A chuva aperta e me molha mais. Agora sim, o disfarce perfeito. Policiais passam por mim e nem me olham. Agora sim, só me falta o maníaco para eu ser totalmente feliz.
just..enjoy.
domingo, 25 de janeiro de 2009
A correria...
O vento corta meu rosto. Não sei exatamente o motivo de todos andarem rápido, mas sei o meu de fumar. Quero que tudo pare um instante, para poder apreciar a paisagem, mas claro que isso não vai acontecer. Termino meu cigarro e arrumo a máscara. Pedi aos céus para me guiarem, pedia ao inferno para esperar mais um pouco. Logo terão o que mais querem.
Sou procurado por ser um justiceiro. Por matar um homem. Mas sou suspeito, aos olhos da justiça, de mais crimes. Claro que já fiz mais do que dizem. Mas algo me diz que estou chegando no final da linha. Talvez o mundo mude, ou pare. Talvez as pessoas fiquem boas. Talvez não haja injustiças. Talvez não hajam crimes. Mas não esta noite.
Um menino compra uma pedra de crack e fuma com os amigos. Logo, ele vai roubar para comprar mais. Mas no momento certo, e só haverá um, eu apareço.
-Ei pivete.
Ele me olha com uma cara de espanto.
-Quer roubar?
-Polícia! Você está preso!
-Com licença, estou fazendo o meu trabalho.
-Você está preso.
-Por quê está tremendo?
-Não se aproxime!
-São poucos passo, prometo que paro antes de...
-Do que?
-De pegar a sua arma.
Desvio do raio de visão da arma. O tiro é disparado. Tenho apenas alguns segundo para tirar a arma dele. Com um soco eu o derrubo e pego a arma. Ele me joga no chão e começamos a lutar. A rua está molhada e fria. Uma outra voz vem em minha direção. Mas não consegui entender. Logo depois um disparo me acerta nas costas. Meu reflexo e apenas pegar a minha arma.
Tomo outro tiro, agora no peito. Eu miro e revido a agressão antes de cair. Respiro fundo e penso... "Você está de colete, não aconteceu nada! Você está de colete!" Eu procuro me levantar mas levo um soco. Cambaleio e disparo novamente. O tiro pega na porta da viatura. Preciso conter meus nervos. Mas descubro que virei a caça agora.
Corro para uma viela. Apenas um policial me segue. Me viro e vejo o outro sangrando. Tiro na perna. Irá sobreviver. Pulo caixas e muros. Chego a um parque e continuo correndo. Tiros são disparados. Cachorros latem e o único pensamento é... "Corra o mais rápido que a sua perna conseguir!" Mas em um momento tive uma idéia. Me distancio e entro em um bueiro.
O policial passa por mim. Mas para pouco depois. Posso ser descoberto. Pego uma das armas e uma lâmina. Será simples e certeiro. Miro com cuidado. Ele se aproxima do lugar. Penso mais um pouco. Ele está em cima do local. Preparo a lâmina e engatilho a arma. Mas escuto uma conversa:
-Central, tiros disparados. Preciso de reforços, policial ferido.
"-Pegou o justiceiro?"
-Não, ele conseguiu escapar. Mas meu parceiro foi ferido.
"-Volte para a viatura, estamos mandando reforços."
Dias depois paro em uma banca para comprar uma revista e um cigarro. "Como é bom namorar..." Penso ao ver um casal apaixonado ao meu lado. Com o corpo dolorido, sento no banco e reparo um jornal gratuito, que é dado nas ruas, dizendo que um assaltante leva terror para os jovens. Acho que alguém precisa detê-lo.
Minhas noites são somente para achá-lo. Mas nada consigo. Vou ao centro para conversar com uma amiga. Ela está de pé, na porta da viatura. A surpreendo por trás.
-Oi.
-Você? Como tem coragem? Eu devia te prender.
-Devia mais não irá! Cadê aquele seu parceiro viadinho?
-Por que está interessado?
-Quero saber quanto tempo tenho até ter uma arma apontada para mim. Eu preciso de um favor.
-O que?
-Vocês tem alguma informação do assaltante maluco?
-O dos jornais? Está querendo prendê-lo?
-Não. Mata-lo!
-Pare de fazer isso. Não precisa se entregar. Suma. Logo esquecerão de você.
-Desculpe, tenho trabalho. Mas obrigado pela ajuda, seu amiguinho está chegando. Mande lembranças para ele.
-Ele foi visto próximo da 9 de julho. Tome cuidado.
Vou a casa do armeiro para me reabastecer.
-Muito trabalho?
-Só um hoje.
-E é caça ou caçador dessa vez.
-Caçador. Sempre.
-Leve tudo, você pode precisar.
Caminho pelas ruas. Decido mudar meu caminho. Ando pela região da Vila Mariana. A única coisa que sei dele é que ele não tem um dos dedos. E sempre assalta armado, matando ou estuprando suas vítimas depois. Preciso pegar esse cara. Ando, corro, pulo e salto. Até encontrar uma praça tranquila. Estou cansado. Acendo um cigarro e relaxo.
A noite está linda e eu deveria estar gastando meu dinheiro em uma balada. Mas prefiro procurar bandidos e nem sou pago. Subitamente escuro um barulho. Largo o cigarro e me aproximo. O carro da polícia parado informa que o suspeito foi visto na área. Hoje é meu dia de sorte. Calmamente procuro pelas ruas. Ando pelos telhados.
Um carro pula na rua. Ele está porcamente estacionado. Parece que um casal está transando. Mas alguns dos barulhos, ao me aproximar do carro me diz outra coisa. A garota chora e o rapaz manda ela ficar quieta. Me abaixo e bato na lateral direita do carro. O veículo para de se mexer. Bato na lateral direita. Subo no capô e no teto. Ele sabe que estou aqui. "Quem está ai?".
-Seu pior pesadelo.
Eu atiro no vidro e puxo-o para fora. A briga começa e ele rapidamente vence. Me nocauteia. Sinto mais vergonha porque a vítima teve que cuidar de mim. Me levanto e ela aponta o caminho percorrido pelo bandido. Não há tempo a perder. A perseguição começa.
Sou procurado por ser um justiceiro. Por matar um homem. Mas sou suspeito, aos olhos da justiça, de mais crimes. Claro que já fiz mais do que dizem. Mas algo me diz que estou chegando no final da linha. Talvez o mundo mude, ou pare. Talvez as pessoas fiquem boas. Talvez não haja injustiças. Talvez não hajam crimes. Mas não esta noite.
Um menino compra uma pedra de crack e fuma com os amigos. Logo, ele vai roubar para comprar mais. Mas no momento certo, e só haverá um, eu apareço.
-Ei pivete.
Ele me olha com uma cara de espanto.
-Quer roubar?
-Polícia! Você está preso!
-Com licença, estou fazendo o meu trabalho.
-Você está preso.
-Por quê está tremendo?
-Não se aproxime!
-São poucos passo, prometo que paro antes de...
-Do que?
-De pegar a sua arma.
Desvio do raio de visão da arma. O tiro é disparado. Tenho apenas alguns segundo para tirar a arma dele. Com um soco eu o derrubo e pego a arma. Ele me joga no chão e começamos a lutar. A rua está molhada e fria. Uma outra voz vem em minha direção. Mas não consegui entender. Logo depois um disparo me acerta nas costas. Meu reflexo e apenas pegar a minha arma.
Tomo outro tiro, agora no peito. Eu miro e revido a agressão antes de cair. Respiro fundo e penso... "Você está de colete, não aconteceu nada! Você está de colete!" Eu procuro me levantar mas levo um soco. Cambaleio e disparo novamente. O tiro pega na porta da viatura. Preciso conter meus nervos. Mas descubro que virei a caça agora.
Corro para uma viela. Apenas um policial me segue. Me viro e vejo o outro sangrando. Tiro na perna. Irá sobreviver. Pulo caixas e muros. Chego a um parque e continuo correndo. Tiros são disparados. Cachorros latem e o único pensamento é... "Corra o mais rápido que a sua perna conseguir!" Mas em um momento tive uma idéia. Me distancio e entro em um bueiro.
O policial passa por mim. Mas para pouco depois. Posso ser descoberto. Pego uma das armas e uma lâmina. Será simples e certeiro. Miro com cuidado. Ele se aproxima do lugar. Penso mais um pouco. Ele está em cima do local. Preparo a lâmina e engatilho a arma. Mas escuto uma conversa:
-Central, tiros disparados. Preciso de reforços, policial ferido.
"-Pegou o justiceiro?"
-Não, ele conseguiu escapar. Mas meu parceiro foi ferido.
"-Volte para a viatura, estamos mandando reforços."
Dias depois paro em uma banca para comprar uma revista e um cigarro. "Como é bom namorar..." Penso ao ver um casal apaixonado ao meu lado. Com o corpo dolorido, sento no banco e reparo um jornal gratuito, que é dado nas ruas, dizendo que um assaltante leva terror para os jovens. Acho que alguém precisa detê-lo.
Minhas noites são somente para achá-lo. Mas nada consigo. Vou ao centro para conversar com uma amiga. Ela está de pé, na porta da viatura. A surpreendo por trás.
-Oi.
-Você? Como tem coragem? Eu devia te prender.
-Devia mais não irá! Cadê aquele seu parceiro viadinho?
-Por que está interessado?
-Quero saber quanto tempo tenho até ter uma arma apontada para mim. Eu preciso de um favor.
-O que?
-Vocês tem alguma informação do assaltante maluco?
-O dos jornais? Está querendo prendê-lo?
-Não. Mata-lo!
-Pare de fazer isso. Não precisa se entregar. Suma. Logo esquecerão de você.
-Desculpe, tenho trabalho. Mas obrigado pela ajuda, seu amiguinho está chegando. Mande lembranças para ele.
-Ele foi visto próximo da 9 de julho. Tome cuidado.
Vou a casa do armeiro para me reabastecer.
-Muito trabalho?
-Só um hoje.
-E é caça ou caçador dessa vez.
-Caçador. Sempre.
-Leve tudo, você pode precisar.
Caminho pelas ruas. Decido mudar meu caminho. Ando pela região da Vila Mariana. A única coisa que sei dele é que ele não tem um dos dedos. E sempre assalta armado, matando ou estuprando suas vítimas depois. Preciso pegar esse cara. Ando, corro, pulo e salto. Até encontrar uma praça tranquila. Estou cansado. Acendo um cigarro e relaxo.
A noite está linda e eu deveria estar gastando meu dinheiro em uma balada. Mas prefiro procurar bandidos e nem sou pago. Subitamente escuro um barulho. Largo o cigarro e me aproximo. O carro da polícia parado informa que o suspeito foi visto na área. Hoje é meu dia de sorte. Calmamente procuro pelas ruas. Ando pelos telhados.
Um carro pula na rua. Ele está porcamente estacionado. Parece que um casal está transando. Mas alguns dos barulhos, ao me aproximar do carro me diz outra coisa. A garota chora e o rapaz manda ela ficar quieta. Me abaixo e bato na lateral direita do carro. O veículo para de se mexer. Bato na lateral direita. Subo no capô e no teto. Ele sabe que estou aqui. "Quem está ai?".
-Seu pior pesadelo.
Eu atiro no vidro e puxo-o para fora. A briga começa e ele rapidamente vence. Me nocauteia. Sinto mais vergonha porque a vítima teve que cuidar de mim. Me levanto e ela aponta o caminho percorrido pelo bandido. Não há tempo a perder. A perseguição começa.
just..enjoy.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Um corte e um porre...
Ele dormiu no sofá. Seu cigarro queimava e as cinzas voavam pela casa como seus sonhos. Não era tão rápido, dava para apreciar o papel e o tabaco queimarem. A fumaça era expelida com uma certa angústia. Deitado, olhando para o teto percebia-se que ele não se encontrava no lugar. Mas vagando em pensamentos.
Na mão, um copo de 25anos tentava o embebedar. Na cabeça, imagens que passavam como filme na sua mente. A bebida tentava, mas seu efeito não era sentido. O sofá confortável dizia o tema de solidão da noite. Provavelmente até a escuridão sabia o que acontecia naquele momento.
A garota olhava para a cara dele. Tentando desvendar seus pensamentos. Seu sofrimento. Seu olhar. Mas era em vão. Nada nem ninguém poderia entender o que se passava. Ou o que viria a acontecer. Justificativas existiam aos montes. Intenções também, mas de boas intenções, o inferno está cheio.
Ele bate o cigarro com desprezo. Da um gole longo. Fecha os olhos para não perceber que bebe. E torna a abaixar o copo. Apenas seu brinquedo está ao seu lado. Mas ele fará a justiça que tanto precisa? Isso só o tempo irá dizer. Pois depois de 4copos Eduardo derruba a bebida no tapete e dorme no sofá.
Os sonhos não existem mais. Eles se misturam com realidade e torna dormir, uma opção muito perto do suicídio. Ele acorda de hora em hora. Tenta levantar-se, mas não consegue. A garota assiste tudo sem saber o que fazer. Em um momento da noite, ele chega a apontar a arma para a cabeça. A menina esboça uma reação. Mas Eduardo coloca a arma no colo e derrama lágrimas pelo coração.
"Como andar pelos vivos pode parecer tão difícil para quem está morto?" É o que pergunta o rapaz sem parar para si mesmo. Ele pensa em todas as formas de encontrar com seu amor. Mas algo ainda deveria ser feito. Ele cria forças para levantar do sofá, caminha até o banheiro, mas cai no caminho. Bate a cabeça na quina da porta e desmaia.
-Acorda!
-Hum...
-Ei acorda logo!
-Minha cabeça dói.
-Não sei se dói por causa da bebida, ou desse corte horrível.
-Corte?
-Você bateu a cabeça ontem. Vem, levante-se. Eu te ajudo. Vamos limpar esse sangue todo.
-Você deveria ter me protegido.
-Estou aqui pra te proteger dos outros, não de si mesmo. Isso só você pode fazer.
Depois de limpar carinhosamente o ferimento, Eduardo concluiu que a garota era mais que aparência. Descobriu uma vocação para enfermagem. Sabia como limpar o ferimento e até deu pontos na testa machucada. "Ela é muito mais que a aparência..." pensou Eduardo.
Na mão, um copo de 25anos tentava o embebedar. Na cabeça, imagens que passavam como filme na sua mente. A bebida tentava, mas seu efeito não era sentido. O sofá confortável dizia o tema de solidão da noite. Provavelmente até a escuridão sabia o que acontecia naquele momento.
A garota olhava para a cara dele. Tentando desvendar seus pensamentos. Seu sofrimento. Seu olhar. Mas era em vão. Nada nem ninguém poderia entender o que se passava. Ou o que viria a acontecer. Justificativas existiam aos montes. Intenções também, mas de boas intenções, o inferno está cheio.
Ele bate o cigarro com desprezo. Da um gole longo. Fecha os olhos para não perceber que bebe. E torna a abaixar o copo. Apenas seu brinquedo está ao seu lado. Mas ele fará a justiça que tanto precisa? Isso só o tempo irá dizer. Pois depois de 4copos Eduardo derruba a bebida no tapete e dorme no sofá.
Os sonhos não existem mais. Eles se misturam com realidade e torna dormir, uma opção muito perto do suicídio. Ele acorda de hora em hora. Tenta levantar-se, mas não consegue. A garota assiste tudo sem saber o que fazer. Em um momento da noite, ele chega a apontar a arma para a cabeça. A menina esboça uma reação. Mas Eduardo coloca a arma no colo e derrama lágrimas pelo coração.
"Como andar pelos vivos pode parecer tão difícil para quem está morto?" É o que pergunta o rapaz sem parar para si mesmo. Ele pensa em todas as formas de encontrar com seu amor. Mas algo ainda deveria ser feito. Ele cria forças para levantar do sofá, caminha até o banheiro, mas cai no caminho. Bate a cabeça na quina da porta e desmaia.
-Acorda!
-Hum...
-Ei acorda logo!
-Minha cabeça dói.
-Não sei se dói por causa da bebida, ou desse corte horrível.
-Corte?
-Você bateu a cabeça ontem. Vem, levante-se. Eu te ajudo. Vamos limpar esse sangue todo.
-Você deveria ter me protegido.
-Estou aqui pra te proteger dos outros, não de si mesmo. Isso só você pode fazer.
Depois de limpar carinhosamente o ferimento, Eduardo concluiu que a garota era mais que aparência. Descobriu uma vocação para enfermagem. Sabia como limpar o ferimento e até deu pontos na testa machucada. "Ela é muito mais que a aparência..." pensou Eduardo.
just..enjoy.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Senta que lá vem a história - Prt. 17.
Era Natal. Uma data comemorativa cristã que era mais comemorado por lojistas do que pelas crianças. Lojas ficavam abarrotadas. A Paulista ficava enfeitada de tantos bichos, árvores e claro, do bom velhinho. A maioria gostava desse dia. Desse mês. Festas, festas e mais festas.
Marco acordou cedo, como sempre. Correu 10km e tomou uma ducha. Foi até a feira, comeu um pastel típico paulista e comprou coisas para o almoço. Não era um Chef de mão cheia, mas já tinha morado com um cozinheiro e aprendeu algumas coisas. Fez macarrão ao sugo, não porque é fácil, mas sim porque tinha muito na dispensa. Assou um peixe e batatas. E deu um grito na casa.
-Caio... Caio, caralho, fodeeu!
O garoto levanta com um pulo e joga suas coisas no chão. Sai correndo pela casa de cuecas. Max vai atrás e pega uma garrafa no chão. Talvez, temeroso por um possível assalto. Ao chegar na cozinha se deparam com Marco lutando para tirar do forno seu peixe, pois a luva que os meninos tem em casa é uma tremenda porcaria.
-Luva maldita, vou te queimar quando isso tudo acabar! Diz Marco irritado.
-O que está acontecendo? Pergunta Max.
-Almoço, são quase uma hora, brancas de neve. Mas me diz, o que você está fazendo com essa garrafa na mão?
-Pensei que estavam nos roubando ou a cozinha pegando fogo.
-Ai você resolveu embebedar os ladrões e apagar o fogo com vodka? Pergunta Caio rindo.
-A minha intenção foi boa.
E quase desperdiçou bebida. Diz Caio ironicamente.
Os garotos se vestem e almoçam muito bem.
-Eu vou passar o Natal nos meus pais hoje, então acho que você pode dar uma festinha aqui. E no ano novo vou pra Curitiba acho.
-Bacana Max, hoje eu e o Marco vamos ficar com a minha mãe, mas no ano novo não sei ainda, talvez role uma festinha aqui... ai se o lance de Curitiba não rolar, você fica aqui.
-Fecho. E por lembrar de natal, tenho que comprar presentes.
-O que você vai dar pra mim? Pergunta Marco.
-Meu prato sujo para você lavar.
Todos riem. Caio fica pensativo nos presentes que realmente teria que comprar. Fora os dos seus pais, que ele já tinha comprado, ainda tinha o Marco e os meninos, Max e provavelmente Vivi, pois ela sempre dava algo para o garoto. E ainda tinha Carol. Seus pensamentos migraram para a última frase que ele disse para a garota.
Ruas abarrotadas. Shopping mais ainda, mas era o único meio de comprar algo. Ele comprara todos os presentes, menos um. O de Carol. Ele andou e andou. Sumiu por um momento e quando nem Marco percebeu, comprou algo para ela. Foi bem a tempo, antes das lojas fecharem. Missão cumprida.
Passou na casa de Vivi e deixou o presente com a empregada. A menina estava fazendo compras de natal com a mãe. Não quiseram esperar. Foram para o apartamento, tomaram uma ducha e se vestiram. Rumaram para a casa de Caio, onde seus pais o aguardavam.
Como toda boa mãe, dona Iraci aprontou uma mesa farta. Recebeu o filho na porta com um avental de cozinheira e deu um beijo caloroso, de mãe, em Marco. O garoto se sentiu em casa e bem a vontade para tomar caipirinhas feitas pelo seu Lineu, pai de Caio. Os minutos passam e a noite fica interessante. Depois da ceia, os garotos se jogam no sofá e mudam de canal para achar algo. E o telefone toca.
-Oi.
-Hohoho, Feliz Natal. Diz uma voz imitando o bom velhinho.
-Mas quem é o velho pançudo? Certeza que é você Gabriel.
-Ah, por que nunca funciona essa brincadeira? Então... primeiro feliz natal pra você e pro Marco, mas está rolando uma festa na casa do Beção. Demoro pra gente ir... quer dizer, pra vocês virem.
-Chegamos em 20minutos.
Os garotos se despedem dos pais de Caio e correm para a casa de Beção. No meio do caminho o telefone toca. É Vivi.
-Oi.
-Oi Vi.
-Sabe, pensei que não iria receber nada de você. Cheguei até a chorar... mas minha empregada disse que você deixou uma caixa com instruções para entregar só depois da uma hora. Amei o cavalinho de porcelana.
-Ah, que bom que ela entregou. Agradece ela por mim. E que bom que você gostou do cavalinho. É só uma lembrança.
-Que isso, eu amei. Achei super a minha cara.
-Também achei.
-Eu estou com o seu presente aqui, onde você está pra eu te entregar?
-Nossa... to indo pra algum lugar que eu não sei onde é. Tem uma festinha rolando. Faz o seguinte, eu passo ai agora, tudo bem?
-Claro.
Os meninos desviam a rota e param na casa de Vivi. Ela sai linda e saltitante. Sua blusa colado enfatiza seus seios grandes e sua barriga perfeita. Sua saia curta mostra suas pernas grossas. Marco começa a fazer barulhos no carro e gritar com ele mesmo. A menina abraça Caio e fica olhando se Marco sai ou não sai do carro. Depois de abraçar o amigo "gringo" ela da o presente pra Caio.
-O seu presente Caio. E o seu também Marco.
Marco tira do embrulho uma camiseta da Colcci e Caio apenas uma chave.
-O que é isso? A chave do seu coração? Pergunta Caio.
-Não, essa você já tem. Mas não se preocupe, você entenderá. Boa noite meninos.
A festa no Beção estava ótima. Gente pulando, dançando, gritando, comendo e bebendo. Caio encontra todos os amigos e no meio do papo Marco da um abraço em Caio e diz:
-Feliz natal brotha, meu presente chegou. Faça bom proveito.
Carol chega com suas amigas na festa. Caio fica sem jeito mas entende que a festa estava armada fazia tempo. Todos dançam e brincam até tarde. Caio vai tomar um ar na rua, onde casais se beijam e solteiros fumam cigarros. Carol vem e o abraça por trás.
-Peguei. Diz a menina.
-Polícia, polícia, socorro.
Os dois riem e se sentam no chão.
-Sabe, é bem bobinho, mas comprei algo pra você. Toma.
-Nossa que lindo. O que é?
-Abre bobinho.
-Nossa, Jamiroquai. Muito bom esse DVD. Obrigado. Mas eu tenho...
-Você já tem? Eu posso trocar.
-Não, espera eu falar poxa. Eu tenho um presente pra você também.
Caio pega uma caixinha do bolso e entrega para a menina. Ela abre e tira um colcar com um elefantinho.
-Nossa que lindo.
-O Elefante é um símbolo de força e espanta demônios também.
-Amei.
Não que fosse ruim, mas chegar em casa cedo nunca foi o forte dos meninos. As luzes apagadas no corredor do andar mostrava que o sindico precisava trocar a lâmpada.
-Mas que porra é essa? Diz Marco irritado.
-Você tá bêbado.
-Não estou não Caio, tem algo aqui.
O menino abre a porta e se depara com uma caixa no chão do andar. Depois de entrar em casa com a caixa e trazê-la consigo Marco fica Curioso pra saber o que tem dentro.
-O que será?
-Eu abro.
-Você não tem a chave.
-Claro que tenho, ganhei de natal.
Um perfume, uma camisa, uma calça e um sinto estavam cuidadosamente dobrados e colocados dentro da caixa, com um cartão e um bilhete. O bilhete dizia para usar com um sapato de bico fino e o cartão desejava feliz natal para o garoto, assinado por Vivi.
-Caralho, eu amo essa mulher. Você só ganhou presentes de grifes ein. Ta podendo.
-Ela é um amor.
Passaram os dias e os meninos se organizaram para a festa de ano novo em casa. Max foi para curitiba e Fernando, Gabriel, Felipe, Marco e Caio decidiram ver os fogos ali mesmo. Chamaram alguns convidados. Pegaram a TV de LCD e o DVD de Felipe e instalaram no apartamento. Compraram comida, mas as mães dos garotos fizeram a maior parte das coisas. Compraram cerveja, tequila, refrigerante, vodka e gelo, muito gelo.
Os convidados chegavam e botavam o dinheiro no pote. Claro que todos ajudaram, pois nenhum dos garotos tinha tanto dinheiro para bancar uma festa daquele porte sozinho.
-Chamou todos e todas? Perguntou Gabriel.
-Claro, eu mesmo cuidei disso. Respondeu Felipe.
-Então haverá mais mulheres do que homens hoje. Isso é bom pra você Gabriel, você é um pega ninguém.
-Verdade, só pego a sua mãe só Fernando.
Todos riem e convidados chegam. Faltando 10minutos todos estão na festa.
-Ligou pra Vivi Caio?
-Ela foi viajar Marco. Mas liguei sim.
Faltando 5 minutos todos se aprontam pra gritar. Felipe sobe na mesa e começa a fazer um strip, para animar o pessoal. Conversa vai, strip vem e Carol toca no braço de Caio. Ela estava linda, com um vestidinho branco e com o colar que Caio deu para ela. E o garoto, estava de camisa, calça e tênis.
-Ok, todos sabem da tradição né? Quem estiver de namorico, casado ou ficando tem que dar um beijo na virada. Grita Felipe.
-Caio, acabou o gelo.
-To indo pegar Fee.
Faltava um minuto quando Caio saiu de perto de Carol. A menina ficou visivelmente frustrada. Mas procurou não demonstrar para todos. Apenas para Caio.
-7, 6...
O garoto sussurra algo no ouvido de Fernando.
-5, 4...
A televisão ligada mostra a Paulista, cenário de tantos acontecimentos naquele ano. Todos levantam suas taças, copo, latas e garrafas. Todos saldam o ano que irá entrar. Todos se animam e terminam a contagem com corações acelerados e pensamentos positivos.
-3, 2, 1... FELIZ ANO NOVO!
O garoto se esforça para passar da multidão. E com um toque sutil no braço da garota. A toma em seus braços e a beija como se o mundo inteiro fosse acabar. Tudo perfeito, como uma última sinfonia tocada pela melhor orquestra do mundo. Eles se beijam com vontade.
Todos pulam, se abraçam. Mas o único que observa realmente com um sorriso fora do comum, é Marco. Felipe encosta nele e diz:
-Nosso garoto está crescendo.
Caio olha nos olhos de Carol e abre um sorriso, ela retribui com a mesma intensidade e suspira uma frase que pode ser dita de várias formas, mas além de palavras, foi dita com o coração. "Feliz Ano Novo".
Marco acordou cedo, como sempre. Correu 10km e tomou uma ducha. Foi até a feira, comeu um pastel típico paulista e comprou coisas para o almoço. Não era um Chef de mão cheia, mas já tinha morado com um cozinheiro e aprendeu algumas coisas. Fez macarrão ao sugo, não porque é fácil, mas sim porque tinha muito na dispensa. Assou um peixe e batatas. E deu um grito na casa.
-Caio... Caio, caralho, fodeeu!
O garoto levanta com um pulo e joga suas coisas no chão. Sai correndo pela casa de cuecas. Max vai atrás e pega uma garrafa no chão. Talvez, temeroso por um possível assalto. Ao chegar na cozinha se deparam com Marco lutando para tirar do forno seu peixe, pois a luva que os meninos tem em casa é uma tremenda porcaria.
-Luva maldita, vou te queimar quando isso tudo acabar! Diz Marco irritado.
-O que está acontecendo? Pergunta Max.
-Almoço, são quase uma hora, brancas de neve. Mas me diz, o que você está fazendo com essa garrafa na mão?
-Pensei que estavam nos roubando ou a cozinha pegando fogo.
-Ai você resolveu embebedar os ladrões e apagar o fogo com vodka? Pergunta Caio rindo.
-A minha intenção foi boa.
E quase desperdiçou bebida. Diz Caio ironicamente.
Os garotos se vestem e almoçam muito bem.
-Eu vou passar o Natal nos meus pais hoje, então acho que você pode dar uma festinha aqui. E no ano novo vou pra Curitiba acho.
-Bacana Max, hoje eu e o Marco vamos ficar com a minha mãe, mas no ano novo não sei ainda, talvez role uma festinha aqui... ai se o lance de Curitiba não rolar, você fica aqui.
-Fecho. E por lembrar de natal, tenho que comprar presentes.
-O que você vai dar pra mim? Pergunta Marco.
-Meu prato sujo para você lavar.
Todos riem. Caio fica pensativo nos presentes que realmente teria que comprar. Fora os dos seus pais, que ele já tinha comprado, ainda tinha o Marco e os meninos, Max e provavelmente Vivi, pois ela sempre dava algo para o garoto. E ainda tinha Carol. Seus pensamentos migraram para a última frase que ele disse para a garota.
Ruas abarrotadas. Shopping mais ainda, mas era o único meio de comprar algo. Ele comprara todos os presentes, menos um. O de Carol. Ele andou e andou. Sumiu por um momento e quando nem Marco percebeu, comprou algo para ela. Foi bem a tempo, antes das lojas fecharem. Missão cumprida.
Passou na casa de Vivi e deixou o presente com a empregada. A menina estava fazendo compras de natal com a mãe. Não quiseram esperar. Foram para o apartamento, tomaram uma ducha e se vestiram. Rumaram para a casa de Caio, onde seus pais o aguardavam.
Como toda boa mãe, dona Iraci aprontou uma mesa farta. Recebeu o filho na porta com um avental de cozinheira e deu um beijo caloroso, de mãe, em Marco. O garoto se sentiu em casa e bem a vontade para tomar caipirinhas feitas pelo seu Lineu, pai de Caio. Os minutos passam e a noite fica interessante. Depois da ceia, os garotos se jogam no sofá e mudam de canal para achar algo. E o telefone toca.
-Oi.
-Hohoho, Feliz Natal. Diz uma voz imitando o bom velhinho.
-Mas quem é o velho pançudo? Certeza que é você Gabriel.
-Ah, por que nunca funciona essa brincadeira? Então... primeiro feliz natal pra você e pro Marco, mas está rolando uma festa na casa do Beção. Demoro pra gente ir... quer dizer, pra vocês virem.
-Chegamos em 20minutos.
Os garotos se despedem dos pais de Caio e correm para a casa de Beção. No meio do caminho o telefone toca. É Vivi.
-Oi.
-Oi Vi.
-Sabe, pensei que não iria receber nada de você. Cheguei até a chorar... mas minha empregada disse que você deixou uma caixa com instruções para entregar só depois da uma hora. Amei o cavalinho de porcelana.
-Ah, que bom que ela entregou. Agradece ela por mim. E que bom que você gostou do cavalinho. É só uma lembrança.
-Que isso, eu amei. Achei super a minha cara.
-Também achei.
-Eu estou com o seu presente aqui, onde você está pra eu te entregar?
-Nossa... to indo pra algum lugar que eu não sei onde é. Tem uma festinha rolando. Faz o seguinte, eu passo ai agora, tudo bem?
-Claro.
Os meninos desviam a rota e param na casa de Vivi. Ela sai linda e saltitante. Sua blusa colado enfatiza seus seios grandes e sua barriga perfeita. Sua saia curta mostra suas pernas grossas. Marco começa a fazer barulhos no carro e gritar com ele mesmo. A menina abraça Caio e fica olhando se Marco sai ou não sai do carro. Depois de abraçar o amigo "gringo" ela da o presente pra Caio.
-O seu presente Caio. E o seu também Marco.
Marco tira do embrulho uma camiseta da Colcci e Caio apenas uma chave.
-O que é isso? A chave do seu coração? Pergunta Caio.
-Não, essa você já tem. Mas não se preocupe, você entenderá. Boa noite meninos.
A festa no Beção estava ótima. Gente pulando, dançando, gritando, comendo e bebendo. Caio encontra todos os amigos e no meio do papo Marco da um abraço em Caio e diz:
-Feliz natal brotha, meu presente chegou. Faça bom proveito.
Carol chega com suas amigas na festa. Caio fica sem jeito mas entende que a festa estava armada fazia tempo. Todos dançam e brincam até tarde. Caio vai tomar um ar na rua, onde casais se beijam e solteiros fumam cigarros. Carol vem e o abraça por trás.
-Peguei. Diz a menina.
-Polícia, polícia, socorro.
Os dois riem e se sentam no chão.
-Sabe, é bem bobinho, mas comprei algo pra você. Toma.
-Nossa que lindo. O que é?
-Abre bobinho.
-Nossa, Jamiroquai. Muito bom esse DVD. Obrigado. Mas eu tenho...
-Você já tem? Eu posso trocar.
-Não, espera eu falar poxa. Eu tenho um presente pra você também.
Caio pega uma caixinha do bolso e entrega para a menina. Ela abre e tira um colcar com um elefantinho.
-Nossa que lindo.
-O Elefante é um símbolo de força e espanta demônios também.
-Amei.
Não que fosse ruim, mas chegar em casa cedo nunca foi o forte dos meninos. As luzes apagadas no corredor do andar mostrava que o sindico precisava trocar a lâmpada.
-Mas que porra é essa? Diz Marco irritado.
-Você tá bêbado.
-Não estou não Caio, tem algo aqui.
O menino abre a porta e se depara com uma caixa no chão do andar. Depois de entrar em casa com a caixa e trazê-la consigo Marco fica Curioso pra saber o que tem dentro.
-O que será?
-Eu abro.
-Você não tem a chave.
-Claro que tenho, ganhei de natal.
Um perfume, uma camisa, uma calça e um sinto estavam cuidadosamente dobrados e colocados dentro da caixa, com um cartão e um bilhete. O bilhete dizia para usar com um sapato de bico fino e o cartão desejava feliz natal para o garoto, assinado por Vivi.
-Caralho, eu amo essa mulher. Você só ganhou presentes de grifes ein. Ta podendo.
-Ela é um amor.
Passaram os dias e os meninos se organizaram para a festa de ano novo em casa. Max foi para curitiba e Fernando, Gabriel, Felipe, Marco e Caio decidiram ver os fogos ali mesmo. Chamaram alguns convidados. Pegaram a TV de LCD e o DVD de Felipe e instalaram no apartamento. Compraram comida, mas as mães dos garotos fizeram a maior parte das coisas. Compraram cerveja, tequila, refrigerante, vodka e gelo, muito gelo.
Os convidados chegavam e botavam o dinheiro no pote. Claro que todos ajudaram, pois nenhum dos garotos tinha tanto dinheiro para bancar uma festa daquele porte sozinho.
-Chamou todos e todas? Perguntou Gabriel.
-Claro, eu mesmo cuidei disso. Respondeu Felipe.
-Então haverá mais mulheres do que homens hoje. Isso é bom pra você Gabriel, você é um pega ninguém.
-Verdade, só pego a sua mãe só Fernando.
Todos riem e convidados chegam. Faltando 10minutos todos estão na festa.
-Ligou pra Vivi Caio?
-Ela foi viajar Marco. Mas liguei sim.
Faltando 5 minutos todos se aprontam pra gritar. Felipe sobe na mesa e começa a fazer um strip, para animar o pessoal. Conversa vai, strip vem e Carol toca no braço de Caio. Ela estava linda, com um vestidinho branco e com o colar que Caio deu para ela. E o garoto, estava de camisa, calça e tênis.
-Ok, todos sabem da tradição né? Quem estiver de namorico, casado ou ficando tem que dar um beijo na virada. Grita Felipe.
-Caio, acabou o gelo.
-To indo pegar Fee.
Faltava um minuto quando Caio saiu de perto de Carol. A menina ficou visivelmente frustrada. Mas procurou não demonstrar para todos. Apenas para Caio.
-7, 6...
O garoto sussurra algo no ouvido de Fernando.
-5, 4...
A televisão ligada mostra a Paulista, cenário de tantos acontecimentos naquele ano. Todos levantam suas taças, copo, latas e garrafas. Todos saldam o ano que irá entrar. Todos se animam e terminam a contagem com corações acelerados e pensamentos positivos.
-3, 2, 1... FELIZ ANO NOVO!
O garoto se esforça para passar da multidão. E com um toque sutil no braço da garota. A toma em seus braços e a beija como se o mundo inteiro fosse acabar. Tudo perfeito, como uma última sinfonia tocada pela melhor orquestra do mundo. Eles se beijam com vontade.
Todos pulam, se abraçam. Mas o único que observa realmente com um sorriso fora do comum, é Marco. Felipe encosta nele e diz:
-Nosso garoto está crescendo.
Caio olha nos olhos de Carol e abre um sorriso, ela retribui com a mesma intensidade e suspira uma frase que pode ser dita de várias formas, mas além de palavras, foi dita com o coração. "Feliz Ano Novo".
just..enjoy.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Avião de Papel...
Em cima do meu avião de papel, vejo pessoas do tamanho de formigas. Vejo o céu azul e pássaros passarem e sorrirem para mim.
Em cima do meu avião de papel, passo por cima de pontes e estradas, lugares desabitados e cidades. Vou por cima das pessoas e vejo seus anseios, carências e felicidades. Certa vez vi um bebê chorar de rir, foi um momento muito marcante na minha vida.
Em cima do meu avião de papel, pessoas são pessoas, e o cabelo é a única coisa que as diferencia para mim. Vejo o mundo como sempre quis ver e nunca vi. Posso observar as pessoas pelo que são, não por sua conta bancário.
Em cima do meu avião de papel, passo por cima do mar, nunca pensei que algo tão azul fosse tão belo.
Em cima do meu avião de papel, vejo meninos virarem homens, homens fazerem maldades contra seus semelhantes e contra a natureza. Vejo eles curando enfermos, ajudando quem precisa... tentando salvar o planeta.
Em cima do meu avião de papel, tenho apenas uma certeza. O mundo é belo, as pessoas são boas e o horizonte, para mim, é o destino.
Em cima do meu avião de papel, passo por cima de pontes e estradas, lugares desabitados e cidades. Vou por cima das pessoas e vejo seus anseios, carências e felicidades. Certa vez vi um bebê chorar de rir, foi um momento muito marcante na minha vida.
Em cima do meu avião de papel, pessoas são pessoas, e o cabelo é a única coisa que as diferencia para mim. Vejo o mundo como sempre quis ver e nunca vi. Posso observar as pessoas pelo que são, não por sua conta bancário.
Em cima do meu avião de papel, passo por cima do mar, nunca pensei que algo tão azul fosse tão belo.
Em cima do meu avião de papel, vejo meninos virarem homens, homens fazerem maldades contra seus semelhantes e contra a natureza. Vejo eles curando enfermos, ajudando quem precisa... tentando salvar o planeta.
Em cima do meu avião de papel, tenho apenas uma certeza. O mundo é belo, as pessoas são boas e o horizonte, para mim, é o destino.
just..enjoy.
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