sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O ultimo Trago... Pt. I

Ele corria como um demônio. E eu, logo atrás. Sentia o peso da roupa, mas ele não. Apenas uma calça e um moletom cobriam seu corpo. O capús cobria seu rosto como a máscara cobria o meu. Aponto a arma e erro. Maldita tripidação, mas não posso parar. Finalmente eu o encontrei.
Ele corre para uma parte muito conhecida e viva nas noites de São Paulo. A augusta está lotada de pessoas. Um calor que sinto com o frio do meu corpo. Ele corre no meio da rua e todos, sem entender me olham. Dessa vez ele não vai escapar. Vai morrer, e não escapar.
Chegando no centro, escuto sirenes. Ele vira a direita e entra em um prédio. Lá será seu leito de morte. Me preparo e vou atrás dele. Sigo meus instintos, o farejo como cão. Ele sobe as escadas e começa o tiroteio. Sorte que passei no velho e peguei alguns brinquedos. Enquanto subimos atiramos. Parece que se passou uma eternidade, porém foram minutos.
Ele desiste de correr e começa a se esconder. Eu o sigo, mas sua tentativa é frustrada. Ele chega a um beco sem saida, então começamos o diálogo:
-Fim da linha, traste.
-Matador, matador... será que é o fim da linha mesmo?
-Se você tiver asas, não! Você tem?
-Não, mas tenho um outro presente pra você.
-Hum.. não precisava se incomodar.
-Não foi incomodo, foi mais... prazer.
-Prazer?
Ele aponta para um canto, onde algo se mexe.
-Você achou que eu entrei aqui por besteira?
-Achei que ia entrar em um puteiro, fiquei decepcionado quando não.
-Você é divertido. Mas espero que goste disso.
-O que tem lá?
Ele não aponta mais a arma para mim, mas para o canto.
-Uma menina linda.
-É a sua filha? Ela é gostosa?
-Não acredita né!?
-Vamos acabar logo com isso, abaixe a arma que lhe darei um teco na cabeça e pronto.
-Não é tão fácil assim. Primeiro vou matá-la e depois você.
-E você acha que vou deixar? Você não conseguirá nem apontar a arma para mim se atirar nela.
-Exato. Mas, será que o herói... vai deixar a menininha morrer?
Ele tira a carta da manga. Agora estou em apuros. Faço o que sempre fiz melhor.
-Quer um cigarro?
Abaixo a minha arma e acendo um cigarro. Jogo o maço para ele, mas ele fica desconfiado. Vou até a beirada do edificil abandonado. Mais um esqueleto na cidade de São Paulo. O ar daqui de cima é mais gélido.
-É alto aqui... e hum... Nossos amigos policiais chegaram.
-Será que vieram pra você ou pra mim?
-Ha Ha... boa pergunta. Realmente não quer um cigarro?
-Claro, porque não.
-Aproveita enquanto pode... logo vão proibir a gente de fumar. Proibem de matar, correr pelado...
-Estou aproveitando.
-E aproveita também porque hoje alguém vai dar o trago final.
Um barulho vindo das escadas me faz refletir. Chegou a minha hora? Quem será que está vindo? Acho que não sairei daqui tão fácil.
-Parados!
-Olha... é a policia. Diz o maluco.
-Pensei que era o papai noel!
-Ei Batman... agora tenho dois reféns. HA HA HA!!


just..enjoy.

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