domingo, 30 de novembro de 2008

Senta que lá vem a história - Prt. 15

-Alô.
-Oi.
-"Oi" quem?
-"Oi" eu Caio. Não se faça de maluco.
-Ah... oi!
-Mas como é bobo.
-Então tá, tchau!
-Não, espera. Vamos tomar um açaí?
Não era muito grande, mas era uma tenda muito agradável. O açaí era bom e barato. Não que isso importasse muito para Vivi.
-Faz tempo que a gente não conversa.
-Verdade... e como andam as coisa?
-Tudo certo.
O assunto não fluia.
-Sabe Caio, gosto de você. Mas não posso viver mais assim. Sei que a gente começa a gostar da pessoa e nos cegamos. Creio que sei lá... Não sou a pessoa que você tanto sonhou.
As palavras realmente não pareciam sair da boca fútil da menina. Caio quase caiu do banquinho quando escutou aquilo. Não podia acreditar. Profundo. Sem rodeios. Verdadeiro. O tempo que ficaram separados foi muito bom para ela.
-Ah... é complicado né Vivi. Eu gosto de você... Mas é que sei lá...
-Se você quiser, posso ser a mulher dos seus sonhos. Mas isso você tem que deixar. Não posso mais escolher por você.
-Você amadureceu.
-Ah... Brigada. É que eu só queria uma chance sabe. Poderia ser perfeito.
O jeito da garota mexeu com Caio. Ele lembra da conversa que tivera com Sophia. Profunda. Sem rodeios. Verdadeiras. A brisa batia no cabelo da garota. Seu sorriso roxo de açaí mostrava como a vida podia ser simples. E bela.
-Hahaha... Mas eae velho? Diz Gabriel.
-Ah...
-Você pegou ela, não pegou?
-Cala a boca Felipe, deixa o cara falar! Diz Fernando irritado.
-A gente conversou um pouco. Fomos dar uma volta. Demos risada. Tudo como antigamente, quando eu gostava dela. Eu curti.
-É isso que falam na Itália, Simplicidade é tudo. Diz Marco.
-Pensei que dissessem "Leave the gun. Take the cannoli."...
-Isso é O Poderoso Chefão Felipe sua besta. Diz Gabriel fumando seu cigarro.
A noite era maravilhosa. Estava um clima perfeito para tomar uma cerveja, fumar um cigarro. Papear. Exatamente na Av. Paulista, ali, perto da Pamplona. Numa sexta-feira depois do trabalho estressante.
-Mas e a Carol? pergunta Fernando.
-É... sei lá cara. To confuso.
Depois de algum tempo ele se despedem e vão para casa. O apartamento de Caio estava silencioso. Seu colega não estava como sempre. Depois de comer algo com Marco, Caio adormece no sofá. Mas é acordado pelo telefone.
-Alô. Diz sonolentamente.
-Só liguei pra te dar boa noite.
-Ah... Obrigado Vivi. Pra você também.
-Eu estava pensando... Por que você não vem almoçar comigo amanhã. A gente podia comer naquele restaurante baratinho aqui perto de casa. O que você acha?
-Pode ser. É uma boa idéia, só que um amigo meu vai também.
-Quem?
-Marco. Lembra que eu falei dele?
-Sim, sim... Leve ele sim.
-Umas 11horas eu te ligo amanhã, ok?
-Estarei esperando ansiosa.
-Boa noite Vivi.
-Boa noite gato.
O garoto reclina a cabeça no travesseiro enquanto Marco fala.
-Eu ouvi meu nome ou estou bêbado?
-Amanhã a gente vai almoçar com a Vivi.
-Hummm... Finalmente irei conhece-la.
-É. Então prepare-se!
O telefone toca novamente.
-Oi.
-Olá.
-Quem é?
-Carol. Tudo bem?
O coração do garoto dispara. Ele se levanta.
-Tudo sim, e com você?
-Tudo certinho.
-Aconteceu alguma coisa?
-Ah... Não.
-Então, por que ligou?
-Você é grossinho ein. Se eu estiver interrompendo algo...
-Não. Foi só força de expressão. Desculpa.
-Não sei por que liguei. Acho que foi só pra ouvir a sua voz.
O garoto começa a ficar colorido na sala. E Marco fica a admirá-lo.
-Que gentileza.
-É. Bem... vou dormir. Boa noite.
-Tá ok... Boa noite.
Caio não sabe o que fazer. Ele desliga o telefone sem saber o que falar.
-Era a Vivi?
-Era a Carol.
-Humm... E o que ela queria? Aconteceu alguma coisa?
-Ela queria ouvir a minha voz.
-Ela disse isso?
-Sim.
-E você falou o que?
-Fiquei sem reação.
-Caralho... liga pra ela.
O garoto tenta. Mas cai em Caixa Postal.
-Caixa Postal. Ela deve ter desligado o telefone.
-Hahaha... você é um mole mesmo.
-Por quê?
-A menina te liga e fala que queria escutar a sua voz... E você fala "tá bom" e desliga.
-Para Marco... Estou confuso agora.
-Está não... Você é!


just..enjoy.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Para a minha Boneca...

Das brisas que tive e passaram em minha vida,
das risadas que dei, dos vinhos que tome...
nada foi tão forte, tão lindo e tão doce
quanto o amor que tu me deste.

Então sei que foram atendidas as minhas preces,
e para um lindo olhar hoje eu posso sorri.
Não sorriso de tristesa, não sorriso de emoção
mas sim o de um homem que plantou a felicidade em seu coração.

Sei que já escrevi coisas mais bonitas,
sei que já fui poeta, escritor, autor...
mas parei com tudo isso para te apreciar
toda vez que você sorri e diz me amar.

Apenas Te Amooo
Princesinha Boneca que eu tanto quero bem!!!


just..enjoy.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Descobrindo o que Procurar...

Parece que todos estão com medo de algo. Bandidos não saem tão facilmente nas ruas. Na verdade saem, mas não se apresentam como tal. Enquanto isso a policia desmente que vários corpos estão aparecendo pela cidade. Creio que seja medo da competência que deveria exercer, pois um mascarado bobo pega todos os bandidos, e a policia?
No caminho da faculdade leio o jornal. Notícias antigas e chatas, mas uma matéria chama atenção. Ela conta o que a policia está fazendo para achar o justiceiro. Claro que isso é patético, pois o justiceiro poderia ler as malditas informações. Creio que só um burro não ligaria a televisão ou leria os jornais se todos estivessem falando dele.
Na rua da faculdade, bares e afins estão abertos e lotados. Vários universitários bebem e cantam a música q sai do bar, na rua, mais um que esconde a verdade passa na multidão. Sem ser visto. Sem ter sua vida tocada por ninguém. Na mesma hora percebo três garotas que conversam sobre o justiceiro mascarado. Elas estão felizes, pois as ruas estão sendo limpas a qualquer preço. Uma comenta que o justiceiro deve ser um gato. Eu fico corado.
As aulas são chatas, e em alguns dias curtas. Porém eu levo uma mochila gigante. Claro, não caberia caderno, livros, blusa, sacolas com roupas e produtos para a academia... calça, bota, máscara, capa e armas em algo pequeno. Mas os dias continuavam iguais. Eu estava procurando algo que não sabia até um vago momento no caminho para casa.
A conversa de dois garotos me fez acordar para uma coisa que eu tinha esquecido completamente. Afinal, quem era meu arqui-inimigo? Essa pergunta foi o que sustentou meus pensamentos até minha casa.
Quando tive folga fui visitar o velho. Entre uma espera e outra eu fiz essa pergunta para ele.
-Ei velho.
-O que?
-Posso te perguntar algo?
-Pode.
-Você já teve inimigos?
-Eu era nazista, todos eram meus inimigos.
-Mas... tinha alguém que você perseguia?
-Judeus, americanos...
-Não! Alguém assim... Esquece.
-Você quer saber se eu tinha um... Inimigo principal? Se existia um vilão na minha vida?
-Isso.
-Eu não era um herói garoto. Claro que no meu meio eu era bem visto. Tropas Especiais... era algo grandioso. Mas não era eu quem corria atrás de bandidos. Na verdade... Vejo hoje, que eu corria dos mocinhos. Mas por que a pergunta?
-Nada.
-Você quer um vilão, certo?
-Tem muitos por ai.
-Você quer alguém para te enfrentar, alguém que mate, domine pessoas... que os jornais noticiem. Alguém assim, no seu nível.
-É. Cansei de bandidos e Matadores em série. Claro que eu não deixarei de tirá-los da rua. Mas preciso de mais.
-A resposta está no seu nariz.
-Como assim?
-Pense garoto, pense!
O velho volta a fazer seu serviço e eu a pensar. Como poderia estar nos meus olhos se eu não o vejo? Acho que esse velho é muito louco. Um louco conversando com um louco. O que poderia sair dessa conversa de malucos?


just..enjoy.

sábado, 22 de novembro de 2008

Três telefonemas e uma 9mm...

Um tiro. Ele pega o pote e arruma com o cartão de crédito outra carreirinha. Ele está atordoado. Entra e sai de festinhas. Sempre bêbado e procurando algo para fumar. A dor é muita. Ele não aguenta mais. Chora dez vezes por dia. Pede para Deus leva-lo junto, mas não é atendido. Ele sente raiva, solidão... Sente que pode morrer. Mas não consegue.
Tarde da noite ele é parado por um carro da polícia. Um agente da lei sai do carro e caminha em direção ao garoto:
-Boa noite.
-Aqui está minha carteira e documentos.
-Não sou desse tipo de polícia.
-E então? O que quer?
-Edgar Almeida. Investigador da polícia civil.
-Hum... Já te conheci, não?
-Sim, fui eu que estava na sua casa quando ela foi invadida. Esperava que você fosse ontem na delegacia pra conversarmos sobre a garota. Mas você não apareceu.
-É... tive compromissos mais importantes.
-Se drogando em casa?
-Você não tem provas disso...
-Vamos fumar um cigarro?
O detetive entra mudo e sai calado do carro de Eduardo. O destino era um posto de gasolina ali perto. A viatura estacionou atrás do posto.
-Sabia que não se deve fumar em um posto de gasolina? Você é a autoridade... deveria dar o exemplo!
-E eles vão fazer o que? Chamar a policia?
-Verdade.
-Então garoto, conte o que aconteceu.
-Um carro passou. Deu ré. E atirou nela.
-Você sabe o por quê? Tem algum inimigo?
-A essa altura, não sei quem é amigo ou inimigo!
-Olha... li o que você contou ao delegado. Eu entendo que mudou. Parou com as loucuras. Estava tentando ser um homem de caráter... mas isso não pode te fazer ter uma recaída!
-Mataram a mulher da minha vida e meu filho. O que você quer que eu faça?
-O certo.
-E o que isso seria? Cooperar com a policia?
-Não. Apenas o certo.
-O que adianta construirmos um castelo de areia se vamos derruba-lo depois?
-Do que adianta construir um castelo de areia se o mar vem para destruí-lo?
-Você é pessimista garoto! A vida não é assim.
-Não... ela é pior!
-Não se mate antes da hora garoto. Tome... pode ficar com o meu maço de cigarros... e meu cartão.
-Ok, detetive.
-Qualquer coisa ligue-me. É só pedir pra falar com o detetive Ed.
O homem da lei sai com a viatura e o garoto fica sozinho. Ele pega o telefone e liga para um amigo.
-Ei, Pedro. Vamos conversar?... Estarei lá!
Telefona novamente.
-Oi velhote. Precisamos conversar... Amanhã pode ser!
E novamente.
-Alô Victor? A minha 9mm já chegou? Ótimo, estou indo buscá-la.


just..enjoy.