-Oi.
-"Oi" quem?
-"Oi" eu Caio. Não se faça de maluco.
-Ah... oi!
-Mas como é bobo.
-Então tá, tchau!
-Não, espera. Vamos tomar um açaí?
Não era muito grande, mas era uma tenda muito agradável. O açaí era bom e barato. Não que isso importasse muito para Vivi.
-Faz tempo que a gente não conversa.
-Verdade... e como andam as coisa?
-Tudo certo.
O assunto não fluia.
-Sabe Caio, gosto de você. Mas não posso viver mais assim. Sei que a gente começa a gostar da pessoa e nos cegamos. Creio que sei lá... Não sou a pessoa que você tanto sonhou.
As palavras realmente não pareciam sair da boca fútil da menina. Caio quase caiu do banquinho quando escutou aquilo. Não podia acreditar. Profundo. Sem rodeios. Verdadeiro. O tempo que ficaram separados foi muito bom para ela.
-Ah... é complicado né Vivi. Eu gosto de você... Mas é que sei lá...
-Se você quiser, posso ser a mulher dos seus sonhos. Mas isso você tem que deixar. Não posso mais escolher por você.
-Você amadureceu.
-Ah... Brigada. É que eu só queria uma chance sabe. Poderia ser perfeito.
O jeito da garota mexeu com Caio. Ele lembra da conversa que tivera com Sophia. Profunda. Sem rodeios. Verdadeiras. A brisa batia no cabelo da garota. Seu sorriso roxo de açaí mostrava como a vida podia ser simples. E bela.
-Hahaha... Mas eae velho? Diz Gabriel.
-Ah...
-Você pegou ela, não pegou?
-Cala a boca Felipe, deixa o cara falar! Diz Fernando irritado.
-A gente conversou um pouco. Fomos dar uma volta. Demos risada. Tudo como antigamente, quando eu gostava dela. Eu curti.
-É isso que falam na Itália, Simplicidade é tudo. Diz Marco.
-Pensei que dissessem "Leave the gun. Take the cannoli."...
-Isso é O Poderoso Chefão Felipe sua besta. Diz Gabriel fumando seu cigarro.
A noite era maravilhosa. Estava um clima perfeito para tomar uma cerveja, fumar um cigarro. Papear. Exatamente na Av. Paulista, ali, perto da Pamplona. Numa sexta-feira depois do trabalho estressante.
-Mas e a Carol? pergunta Fernando.
-É... sei lá cara. To confuso.
Depois de algum tempo ele se despedem e vão para casa. O apartamento de Caio estava silencioso. Seu colega não estava como sempre. Depois de comer algo com Marco, Caio adormece no sofá. Mas é acordado pelo telefone.
-Alô. Diz sonolentamente.
-Só liguei pra te dar boa noite.
-Ah... Obrigado Vivi. Pra você também.
-Eu estava pensando... Por que você não vem almoçar comigo amanhã. A gente podia comer naquele restaurante baratinho aqui perto de casa. O que você acha?
-Pode ser. É uma boa idéia, só que um amigo meu vai também.
-Quem?
-Marco. Lembra que eu falei dele?
-Sim, sim... Leve ele sim.
-Umas 11horas eu te ligo amanhã, ok?
-Estarei esperando ansiosa.
-Boa noite Vivi.
-Boa noite gato.
O garoto reclina a cabeça no travesseiro enquanto Marco fala.
-Eu ouvi meu nome ou estou bêbado?
-Amanhã a gente vai almoçar com a Vivi.
-Hummm... Finalmente irei conhece-la.
-É. Então prepare-se!
O telefone toca novamente.
-Oi.
-Olá.
-Quem é?
-Carol. Tudo bem?
O coração do garoto dispara. Ele se levanta.
-Tudo sim, e com você?
-Tudo certinho.
-Aconteceu alguma coisa?
-Ah... Não.
-Então, por que ligou?
-Você é grossinho ein. Se eu estiver interrompendo algo...
-Não. Foi só força de expressão. Desculpa.
-Não sei por que liguei. Acho que foi só pra ouvir a sua voz.
O garoto começa a ficar colorido na sala. E Marco fica a admirá-lo.
-Que gentileza.
-É. Bem... vou dormir. Boa noite.
-Tá ok... Boa noite.
Caio não sabe o que fazer. Ele desliga o telefone sem saber o que falar.
-Era a Vivi?
-Era a Carol.
-Humm... E o que ela queria? Aconteceu alguma coisa?
-Ela queria ouvir a minha voz.
-Ela disse isso?
-Sim.
-E você falou o que?
-Fiquei sem reação.
-Caralho... liga pra ela.
O garoto tenta. Mas cai em Caixa Postal.
-Caixa Postal. Ela deve ter desligado o telefone.
-Hahaha... você é um mole mesmo.
-Por quê?
-A menina te liga e fala que queria escutar a sua voz... E você fala "tá bom" e desliga.
-Para Marco... Estou confuso agora.
-Está não... Você é!
just..enjoy.
2 comentários:
a melhor parte> Seu sorriso roxo de açaí...
haha
=)
hahahahaha...
Gostei muito dessa parte!
Tente imagina-la!
= )
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