sábado, 22 de novembro de 2008

Três telefonemas e uma 9mm...

Um tiro. Ele pega o pote e arruma com o cartão de crédito outra carreirinha. Ele está atordoado. Entra e sai de festinhas. Sempre bêbado e procurando algo para fumar. A dor é muita. Ele não aguenta mais. Chora dez vezes por dia. Pede para Deus leva-lo junto, mas não é atendido. Ele sente raiva, solidão... Sente que pode morrer. Mas não consegue.
Tarde da noite ele é parado por um carro da polícia. Um agente da lei sai do carro e caminha em direção ao garoto:
-Boa noite.
-Aqui está minha carteira e documentos.
-Não sou desse tipo de polícia.
-E então? O que quer?
-Edgar Almeida. Investigador da polícia civil.
-Hum... Já te conheci, não?
-Sim, fui eu que estava na sua casa quando ela foi invadida. Esperava que você fosse ontem na delegacia pra conversarmos sobre a garota. Mas você não apareceu.
-É... tive compromissos mais importantes.
-Se drogando em casa?
-Você não tem provas disso...
-Vamos fumar um cigarro?
O detetive entra mudo e sai calado do carro de Eduardo. O destino era um posto de gasolina ali perto. A viatura estacionou atrás do posto.
-Sabia que não se deve fumar em um posto de gasolina? Você é a autoridade... deveria dar o exemplo!
-E eles vão fazer o que? Chamar a policia?
-Verdade.
-Então garoto, conte o que aconteceu.
-Um carro passou. Deu ré. E atirou nela.
-Você sabe o por quê? Tem algum inimigo?
-A essa altura, não sei quem é amigo ou inimigo!
-Olha... li o que você contou ao delegado. Eu entendo que mudou. Parou com as loucuras. Estava tentando ser um homem de caráter... mas isso não pode te fazer ter uma recaída!
-Mataram a mulher da minha vida e meu filho. O que você quer que eu faça?
-O certo.
-E o que isso seria? Cooperar com a policia?
-Não. Apenas o certo.
-O que adianta construirmos um castelo de areia se vamos derruba-lo depois?
-Do que adianta construir um castelo de areia se o mar vem para destruí-lo?
-Você é pessimista garoto! A vida não é assim.
-Não... ela é pior!
-Não se mate antes da hora garoto. Tome... pode ficar com o meu maço de cigarros... e meu cartão.
-Ok, detetive.
-Qualquer coisa ligue-me. É só pedir pra falar com o detetive Ed.
O homem da lei sai com a viatura e o garoto fica sozinho. Ele pega o telefone e liga para um amigo.
-Ei, Pedro. Vamos conversar?... Estarei lá!
Telefona novamente.
-Oi velhote. Precisamos conversar... Amanhã pode ser!
E novamente.
-Alô Victor? A minha 9mm já chegou? Ótimo, estou indo buscá-la.


just..enjoy.

Um comentário:

Sah disse...

=)
final forte hein!