sábado, 23 de maio de 2009

Curativos e Cigarros...

Que dor de cabeça. Parece que tomei uma garrafa de vodka. Arde muito. Mas sem abrir os olhos percebo o lugar, o cheiro, o barulho. Abro os olhos e minha roupa está ao meu lado. Meu coldre com a arma ao lado da cama. Sangue, muito sangue e minha máscara no chão. Cacete, onde estou? Um barulho na porta.
-Preciso trocar o curativo dele.
Essa voz. Me lembro dela. Ela se aproxima, e toca meu peito. Verifica se ainda vivo. Mas ela não percebe que o quarto está diferente. Coldre sem arma só indica uma coisa.
-Quem é você?
Aponto a arma que tirei do codtre para a sua cabeça. Ela se assusta mas se acalma rapidamente.
-Sou seu, não se lembra?
-Você era... Eu estou na sua casa? Mas e...
-Calma, estou aqui pra te ajudar.
-Você... Minha máscara, você a tirou.
-Não se preocupe, não contarei para ninguém.
Realmente isso iria acontecer. Acabarei com ela no final. Mas ela me olha com olhar meigo. Troca meu curativo, se preocupa comigo. Não sei o que deu em mim, mas deixei.
-E seus pais, estão bem?
-Estão em choque.
-Eles sabem que estou aqui?
-Fique tranquilo, eles gostam de você. E já perceberam que você não saiu da casa.
-Onde tomei o tiro?
-Na cabeça. De raspão.
-Droga, não irei morrer? Que saco!
Ela me da um comprimido e eu durmo. Acordo horas depois com ela cuidando de mim novamente.
-Quer casar?
-Com quem?
-Comigo, com quem seria mais?
-Engraçadinho. Logo estará bom para pular e atirar nas pessoas.
-Não atiro por diversão, só por necessidade.
-Necessidade sua?
-Não, da vítima.
-Obrigado!
-Pelo que?
-Por me salvar, e a toda a minha família.
-Não foi nada, é pra isso que recebo meus milhões.
-Hahaha... gostei de você!
-Sorte minha.
No meio da noite, vesti a minha roupa. Recarreguei as arma, limpei as lâminas, ajustei o chapéu e coloquei a máscara. Mais uma noite, mais bandidos. Ela chega na última hora, quando estou terminando com as luvas.
-Onde você pensa que vai?
-Pra balada, vamos?
-Você não pode sair ainda.
-Tenho que trabalhar, não se preocupe comigo. E... obrigado.
Abro a porta e ando pelo corredor. Abro a janela e saio. Mas antes, ela toca meu braço.
-Obrigado!
-Não... foi você que salvou a minha vida, não eu.
Mais uma noite, mais trabalho. Agora fumo no alto de um prédio a observar as coisas. Preciso lavar a minha máscara, arrumar a roupa e pegar armas com o velho. O maníaco está a solta e vou matá-lo. Só não sei quando.


just..enjoy.

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