quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Senta que lá vem a história - Prt. 17.

Era Natal. Uma data comemorativa cristã que era mais comemorado por lojistas do que pelas crianças. Lojas ficavam abarrotadas. A Paulista ficava enfeitada de tantos bichos, árvores e claro, do bom velhinho. A maioria gostava desse dia. Desse mês. Festas, festas e mais festas.
Marco acordou cedo, como sempre. Correu 10km e tomou uma ducha. Foi até a feira, comeu um pastel típico paulista e comprou coisas para o almoço. Não era um Chef de mão cheia, mas já tinha morado com um cozinheiro e aprendeu algumas coisas. Fez macarrão ao sugo, não porque é fácil, mas sim porque tinha muito na dispensa. Assou um peixe e batatas. E deu um grito na casa.
-Caio... Caio, caralho, fodeeu!
O garoto levanta com um pulo e joga suas coisas no chão. Sai correndo pela casa de cuecas. Max vai atrás e pega uma garrafa no chão. Talvez, temeroso por um possível assalto. Ao chegar na cozinha se deparam com Marco lutando para tirar do forno seu peixe, pois a luva que os meninos tem em casa é uma tremenda porcaria.
-Luva maldita, vou te queimar quando isso tudo acabar! Diz Marco irritado.
-O que está acontecendo? Pergunta Max.
-Almoço, são quase uma hora, brancas de neve. Mas me diz, o que você está fazendo com essa garrafa na mão?
-Pensei que estavam nos roubando ou a cozinha pegando fogo.
-Ai você resolveu embebedar os ladrões e apagar o fogo com vodka? Pergunta Caio rindo.
-A minha intenção foi boa.
E quase desperdiçou bebida. Diz Caio ironicamente.
Os garotos se vestem e almoçam muito bem.
-Eu vou passar o Natal nos meus pais hoje, então acho que você pode dar uma festinha aqui. E no ano novo vou pra Curitiba acho.
-Bacana Max, hoje eu e o Marco vamos ficar com a minha mãe, mas no ano novo não sei ainda, talvez role uma festinha aqui... ai se o lance de Curitiba não rolar, você fica aqui.
-Fecho. E por lembrar de natal, tenho que comprar presentes.
-O que você vai dar pra mim? Pergunta Marco.
-Meu prato sujo para você lavar.
Todos riem. Caio fica pensativo nos presentes que realmente teria que comprar. Fora os dos seus pais, que ele já tinha comprado, ainda tinha o Marco e os meninos, Max e provavelmente Vivi, pois ela sempre dava algo para o garoto. E ainda tinha Carol. Seus pensamentos migraram para a última frase que ele disse para a garota.
Ruas abarrotadas. Shopping mais ainda, mas era o único meio de comprar algo. Ele comprara todos os presentes, menos um. O de Carol. Ele andou e andou. Sumiu por um momento e quando nem Marco percebeu, comprou algo para ela. Foi bem a tempo, antes das lojas fecharem. Missão cumprida.
Passou na casa de Vivi e deixou o presente com a empregada. A menina estava fazendo compras de natal com a mãe. Não quiseram esperar. Foram para o apartamento, tomaram uma ducha e se vestiram. Rumaram para a casa de Caio, onde seus pais o aguardavam.
Como toda boa mãe, dona Iraci aprontou uma mesa farta. Recebeu o filho na porta com um avental de cozinheira e deu um beijo caloroso, de mãe, em Marco. O garoto se sentiu em casa e bem a vontade para tomar caipirinhas feitas pelo seu Lineu, pai de Caio. Os minutos passam e a noite fica interessante. Depois da ceia, os garotos se jogam no sofá e mudam de canal para achar algo. E o telefone toca.
-Oi.
-Hohoho, Feliz Natal. Diz uma voz imitando o bom velhinho.
-Mas quem é o velho pançudo? Certeza que é você Gabriel.
-Ah, por que nunca funciona essa brincadeira? Então... primeiro feliz natal pra você e pro Marco, mas está rolando uma festa na casa do Beção. Demoro pra gente ir... quer dizer, pra vocês virem.
-Chegamos em 20minutos.
Os garotos se despedem dos pais de Caio e correm para a casa de Beção. No meio do caminho o telefone toca. É Vivi.
-Oi.
-Oi Vi.
-Sabe, pensei que não iria receber nada de você. Cheguei até a chorar... mas minha empregada disse que você deixou uma caixa com instruções para entregar só depois da uma hora. Amei o cavalinho de porcelana.
-Ah, que bom que ela entregou. Agradece ela por mim. E que bom que você gostou do cavalinho. É só uma lembrança.
-Que isso, eu amei. Achei super a minha cara.
-Também achei.
-Eu estou com o seu presente aqui, onde você está pra eu te entregar?
-Nossa... to indo pra algum lugar que eu não sei onde é. Tem uma festinha rolando. Faz o seguinte, eu passo ai agora, tudo bem?
-Claro.
Os meninos desviam a rota e param na casa de Vivi. Ela sai linda e saltitante. Sua blusa colado enfatiza seus seios grandes e sua barriga perfeita. Sua saia curta mostra suas pernas grossas. Marco começa a fazer barulhos no carro e gritar com ele mesmo. A menina abraça Caio e fica olhando se Marco sai ou não sai do carro. Depois de abraçar o amigo "gringo" ela da o presente pra Caio.
-O seu presente Caio. E o seu também Marco.
Marco tira do embrulho uma camiseta da Colcci e Caio apenas uma chave.
-O que é isso? A chave do seu coração? Pergunta Caio.
-Não, essa você já tem. Mas não se preocupe, você entenderá. Boa noite meninos.
A festa no Beção estava ótima. Gente pulando, dançando, gritando, comendo e bebendo. Caio encontra todos os amigos e no meio do papo Marco da um abraço em Caio e diz:
-Feliz natal brotha, meu presente chegou. Faça bom proveito.
Carol chega com suas amigas na festa. Caio fica sem jeito mas entende que a festa estava armada fazia tempo. Todos dançam e brincam até tarde. Caio vai tomar um ar na rua, onde casais se beijam e solteiros fumam cigarros. Carol vem e o abraça por trás.
-Peguei. Diz a menina.
-Polícia, polícia, socorro.
Os dois riem e se sentam no chão.
-Sabe, é bem bobinho, mas comprei algo pra você. Toma.
-Nossa que lindo. O que é?
-Abre bobinho.
-Nossa, Jamiroquai. Muito bom esse DVD. Obrigado. Mas eu tenho...
-Você já tem? Eu posso trocar.
-Não, espera eu falar poxa. Eu tenho um presente pra você também.
Caio pega uma caixinha do bolso e entrega para a menina. Ela abre e tira um colcar com um elefantinho.
-Nossa que lindo.
-O Elefante é um símbolo de força e espanta demônios também.
-Amei.
Não que fosse ruim, mas chegar em casa cedo nunca foi o forte dos meninos. As luzes apagadas no corredor do andar mostrava que o sindico precisava trocar a lâmpada.
-Mas que porra é essa? Diz Marco irritado.
-Você tá bêbado.
-Não estou não Caio, tem algo aqui.
O menino abre a porta e se depara com uma caixa no chão do andar. Depois de entrar em casa com a caixa e trazê-la consigo Marco fica Curioso pra saber o que tem dentro.
-O que será?
-Eu abro.
-Você não tem a chave.
-Claro que tenho, ganhei de natal.
Um perfume, uma camisa, uma calça e um sinto estavam cuidadosamente dobrados e colocados dentro da caixa, com um cartão e um bilhete. O bilhete dizia para usar com um sapato de bico fino e o cartão desejava feliz natal para o garoto, assinado por Vivi.
-Caralho, eu amo essa mulher. Você só ganhou presentes de grifes ein. Ta podendo.
-Ela é um amor.
Passaram os dias e os meninos se organizaram para a festa de ano novo em casa. Max foi para curitiba e Fernando, Gabriel, Felipe, Marco e Caio decidiram ver os fogos ali mesmo. Chamaram alguns convidados. Pegaram a TV de LCD e o DVD de Felipe e instalaram no apartamento. Compraram comida, mas as mães dos garotos fizeram a maior parte das coisas. Compraram cerveja, tequila, refrigerante, vodka e gelo, muito gelo.
Os convidados chegavam e botavam o dinheiro no pote. Claro que todos ajudaram, pois nenhum dos garotos tinha tanto dinheiro para bancar uma festa daquele porte sozinho.
-Chamou todos e todas? Perguntou Gabriel.
-Claro, eu mesmo cuidei disso. Respondeu Felipe.
-Então haverá mais mulheres do que homens hoje. Isso é bom pra você Gabriel, você é um pega ninguém.
-Verdade, só pego a sua mãe só Fernando.
Todos riem e convidados chegam. Faltando 10minutos todos estão na festa.
-Ligou pra Vivi Caio?
-Ela foi viajar Marco. Mas liguei sim.
Faltando 5 minutos todos se aprontam pra gritar. Felipe sobe na mesa e começa a fazer um strip, para animar o pessoal. Conversa vai, strip vem e Carol toca no braço de Caio. Ela estava linda, com um vestidinho branco e com o colar que Caio deu para ela. E o garoto, estava de camisa, calça e tênis.
-Ok, todos sabem da tradição né? Quem estiver de namorico, casado ou ficando tem que dar um beijo na virada. Grita Felipe.
-Caio, acabou o gelo.
-To indo pegar Fee.
Faltava um minuto quando Caio saiu de perto de Carol. A menina ficou visivelmente frustrada. Mas procurou não demonstrar para todos. Apenas para Caio.
-7, 6...
O garoto sussurra algo no ouvido de Fernando.
-5, 4...
A televisão ligada mostra a Paulista, cenário de tantos acontecimentos naquele ano. Todos levantam suas taças, copo, latas e garrafas. Todos saldam o ano que irá entrar. Todos se animam e terminam a contagem com corações acelerados e pensamentos positivos.
-3, 2, 1... FELIZ ANO NOVO!
O garoto se esforça para passar da multidão. E com um toque sutil no braço da garota. A toma em seus braços e a beija como se o mundo inteiro fosse acabar. Tudo perfeito, como uma última sinfonia tocada pela melhor orquestra do mundo. Eles se beijam com vontade.
Todos pulam, se abraçam. Mas o único que observa realmente com um sorriso fora do comum, é Marco. Felipe encosta nele e diz:
-Nosso garoto está crescendo.
Caio olha nos olhos de Carol e abre um sorriso, ela retribui com a mesma intensidade e suspira uma frase que pode ser dita de várias formas, mas além de palavras, foi dita com o coração. "Feliz Ano Novo".


just..enjoy.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aeeeee...minha favorita ta conseguindooo hahaha