sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Despedida...

Ela foi enterrada com flores brancas. Uma cerimônia simples, porém bela. Muitos amigos de óculos escuros prestavam sua última homenagem. Eduardo com seu terno preto estava em dois funerais. Apenas os pais da menina sabiam. Eles estavam em estado de choque, ao lado de Eduardo. Ninguém falava de culpados, apenas de justiça.
"Mas... o que aconteceu?" era o que todos perguntavam. Mas a resposta era apenas uma, "Não sei!". Choro e mais choro. Era triste estar naquele lugar. Um ambiente muito carregado entrou em contato com os amigos de Edu, no momento em que entraram. Eles abraçaram o rapaz, os pais da menina e colocaram rosas no caixão. Pessoas choravam, gritavam... mas Eduardo estava morto... assim como ela!
-Vamos tomar um ar Edu.
-Valeu Brunão, mas to bem aqui.
-Então fumar um cigarro.
-Tá, pode ser!
Ele conversou com os amigos, todos tentaram animar Eduardo, mas nenhum conseguiu. Era triste demais para o garoto que não se importava com nada, perder a coisa que ele mais se importou na vida toda dele. O mundo parecia distante, e a dor sempre o trazia para perto.
-Meus sentimentos Eduardo.
Uma voz familiar fez o rapaz virar-se.
-Oi Pedro. Obrigado.
-Fiquei sabendo de manhã, como você está?
-Ah...
-Eu sei que não é fácil, mas não fique se torturando. Pedi para alguns amigos investigarem mais de perto tudo isso.
-Obrigado, os pais dela ficarão gratos.
-Você tem meu telefone, qualquer coisa me ligue, ok?
-Claro, ligarei.
-E Eduardo...
-Sim.
-O Senhor da e o Senhor tira, mas ele sabe o que faz!
As palavras ecoaram na cabeça do garoto durante uma hora. Exatamente uma hora depois que Pedro tinha saído, encostam 3 carros. Deles saem rostos conhecidos. Seguranças do Club que Eduardo frequentava. Todos olham ao redor e no carro do meio saem um senhor e uma jovem garota que se dirigem em direção a Eduardo.
-Vocês vão me revistar é? Pergunta Edu aos seguranças.
-Claro que não. Alguém quer falar com você.
-Salvatore.
-Olá Eduardo.
-Trouxe a biscate com você né!
-Sempre brincalhão esse menino, vamos me de um abraço. Meus sentimentos garoto. Soube que sua noiva era linda.
O abraço era frio. Eduardo começou a ser tomado por um sentimento que nem ele mesmo tinha conhecido.
-Fale logo o que quer.
-Vim dar meus sentimentos e trouxe flores também.
Eduardo encosta no ouvido do velho e fala suavemente.
-Foi você né, seu velho! Vou te matar e tirar seu coração fora.
O velho retruca.
-Por que pensa que fui eu?
Eduardo fica calado.
-Escute, nem todos que dizem que são seus amigos, são realmente. Eu nunca disse que você era meu amigo, mas sim ofereci a minha amizade. E se quisesse você morto moleque, você estaria.
Eduardo escuta as palavras sem reação.
-Os senhores devem ser os pais da garota, meus sentimentos.
Salvatore cumprimenta os pais da menina com abraços e palavras de conforto.
-Bem Eduardo, preciso ir. Tenho uma reunião importante, na qual estou atrasado. Qualquer coisa, me procure.
-Ok.
-E lembre-se do que eu falei.
Os carros se retiram e todos se perguntam quem é o homem. Eduardo está dividido entre a dor da perda e a vingança. Mas quem culpar? Ir atrás de quem? Essas são respostas que ele anseia em descobrir. Mas seu estado emocional era único. Estava morto. Era um zumbi.
Fazia frio na hora do enterro. O caixão preparava-se para descer. Todos choravam. Menos Eduardo. Ele estava com um sentimento que nenhuma pessoa tinha naquele dia. Ele era único. O caixão desce. E desce junto com ele um pouco do Rapaz. Desce seus sonhos, suas felicidades, seus anseios, desce seu mundo, seu amor, sua esperança, sua paz, seu filho. E emerge vingança.


just..enjoy.