sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Senta que lá vem a história - Prt. 14

Caio levanta cedo e sai para trabalhar. Encontra com Marco no metrô e vai para a facul.
-Cara, me perdi todo nesse metrô. Não é difícil, mas não estou mais acostumado.
-O daqui é fácil. O de Nova York eu me perdia as vezes.
-O de Paris me perdia direto cara, e olha que eu fiquei bastante tempo lá. Lembra quando te levei no primeiro jogo do Manchester?
-Lembro, a gente encontrou a torcida do Chelsea no metro e eu me caguei de medo.
-Foi muito bom aquele dia.
Ao chegar na faculdade era tudo novidade para o amigo. Ele nunca tinha estado lá, e não fazia tem 24 horas que estava no Brasil. As pessoas olhavam para ele e Marco devolvia o olhar com uma cara de perdido. Tudo velho era novo. Todos os riscos, grafites, gritos. Tudo novo. Ao entrar na sala todos olharam para Marco que sentou-se rapidamente ao lado de Caio.
-Por que todos olham pra mim?
-Porque ele não te conhecem. Estão curiosos.
-Entendi. Que aula é essa?
-Não sei.
-Pra variar né!
Bruna senta-se ao lado de Caio e logo pergunta.
-Oi Caio, tudo bem meu amor? Quem é seu amigo?
-Tudo sim e com você? Esse é o Marco, já te falei dele, lembra?
-Ah, sim claro. Oi Marco.
-Olá.
A aula começa e Bruna inicia suas investidas em Caio. O garoto desfarça mas Marco percebe. Ele se debruça ligeiramente pro lado e fala bem baixo para o amigo:
-Velho, que mina gata é essa? Você nunca me falou dela.
-É uma longa história.
-Você vai contá-la hoje. Eu quero saber. Ela não te deixa em paz. Vocês já transaram?
-Já. Mas te conto quando formos embora.
-Ok.
Os amigos saem mais cedo, pois o professor de Pesquisa teve um problema no transito. Eles passam no bar da faculdade, onde o pagode está comendo solto. Calor e universitárias bebendo e dançando com vestidinhos curtos. Esse era o cenário daquela segunda-feira. Os amigos bebem e dançam quadradamente, se divertindo.
-Cara, que saudades disso. Grita Marco.
-Isso é Brasil velho, Brasil.
-Aqui tudo é diferente, nada se compara né?
-Nada.
-Tinha saudades disso cara, das músicas, das pessoas.
-E das mulheres, né!
-É, das mulheres... mas mais ainda de você meu amigo!
-Aff... que bicha.


just..enjoy.

Despedida...

Ela foi enterrada com flores brancas. Uma cerimônia simples, porém bela. Muitos amigos de óculos escuros prestavam sua última homenagem. Eduardo com seu terno preto estava em dois funerais. Apenas os pais da menina sabiam. Eles estavam em estado de choque, ao lado de Eduardo. Ninguém falava de culpados, apenas de justiça.
"Mas... o que aconteceu?" era o que todos perguntavam. Mas a resposta era apenas uma, "Não sei!". Choro e mais choro. Era triste estar naquele lugar. Um ambiente muito carregado entrou em contato com os amigos de Edu, no momento em que entraram. Eles abraçaram o rapaz, os pais da menina e colocaram rosas no caixão. Pessoas choravam, gritavam... mas Eduardo estava morto... assim como ela!
-Vamos tomar um ar Edu.
-Valeu Brunão, mas to bem aqui.
-Então fumar um cigarro.
-Tá, pode ser!
Ele conversou com os amigos, todos tentaram animar Eduardo, mas nenhum conseguiu. Era triste demais para o garoto que não se importava com nada, perder a coisa que ele mais se importou na vida toda dele. O mundo parecia distante, e a dor sempre o trazia para perto.
-Meus sentimentos Eduardo.
Uma voz familiar fez o rapaz virar-se.
-Oi Pedro. Obrigado.
-Fiquei sabendo de manhã, como você está?
-Ah...
-Eu sei que não é fácil, mas não fique se torturando. Pedi para alguns amigos investigarem mais de perto tudo isso.
-Obrigado, os pais dela ficarão gratos.
-Você tem meu telefone, qualquer coisa me ligue, ok?
-Claro, ligarei.
-E Eduardo...
-Sim.
-O Senhor da e o Senhor tira, mas ele sabe o que faz!
As palavras ecoaram na cabeça do garoto durante uma hora. Exatamente uma hora depois que Pedro tinha saído, encostam 3 carros. Deles saem rostos conhecidos. Seguranças do Club que Eduardo frequentava. Todos olham ao redor e no carro do meio saem um senhor e uma jovem garota que se dirigem em direção a Eduardo.
-Vocês vão me revistar é? Pergunta Edu aos seguranças.
-Claro que não. Alguém quer falar com você.
-Salvatore.
-Olá Eduardo.
-Trouxe a biscate com você né!
-Sempre brincalhão esse menino, vamos me de um abraço. Meus sentimentos garoto. Soube que sua noiva era linda.
O abraço era frio. Eduardo começou a ser tomado por um sentimento que nem ele mesmo tinha conhecido.
-Fale logo o que quer.
-Vim dar meus sentimentos e trouxe flores também.
Eduardo encosta no ouvido do velho e fala suavemente.
-Foi você né, seu velho! Vou te matar e tirar seu coração fora.
O velho retruca.
-Por que pensa que fui eu?
Eduardo fica calado.
-Escute, nem todos que dizem que são seus amigos, são realmente. Eu nunca disse que você era meu amigo, mas sim ofereci a minha amizade. E se quisesse você morto moleque, você estaria.
Eduardo escuta as palavras sem reação.
-Os senhores devem ser os pais da garota, meus sentimentos.
Salvatore cumprimenta os pais da menina com abraços e palavras de conforto.
-Bem Eduardo, preciso ir. Tenho uma reunião importante, na qual estou atrasado. Qualquer coisa, me procure.
-Ok.
-E lembre-se do que eu falei.
Os carros se retiram e todos se perguntam quem é o homem. Eduardo está dividido entre a dor da perda e a vingança. Mas quem culpar? Ir atrás de quem? Essas são respostas que ele anseia em descobrir. Mas seu estado emocional era único. Estava morto. Era um zumbi.
Fazia frio na hora do enterro. O caixão preparava-se para descer. Todos choravam. Menos Eduardo. Ele estava com um sentimento que nenhuma pessoa tinha naquele dia. Ele era único. O caixão desce. E desce junto com ele um pouco do Rapaz. Desce seus sonhos, suas felicidades, seus anseios, desce seu mundo, seu amor, sua esperança, sua paz, seu filho. E emerge vingança.


just..enjoy.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O tempo passa, você muda, você esquece...

Acho engraçado como mudamos as coisas. Como colocamos pessoas importantes em lugares que elas não deveriam estar. Como nos esquecemos de sentimentos reais. Esquecemos de como era doce nossa vida. Como era calma. Amável. Parece que não nos importamos com ela... como ela era.
Na verdade, torna-se mais cômodo assim. Lutar? Pra que lutar quando não há uma batalha a ser ganha? Quando o inimigo é tão parecido com a gente que se esconde em nossas sombras? Simplesmente comodidade. É fácil, em alguns momentos da vida, esquecer de quem te queria bem, de quem te amou, de verdade ou de mentira. É simples dizer que faz parte da vida a separação. Que estamos crescendo... e todos se separam! Falaria sobre isso o meu refrão?

Será maquiagem?
ou pro velho miragem?
algo além da sua compreensão...
algo que alguns tem na palma da mão.

Será imaturo dizer
ou sensível de minha parte
se importar com alguém...
que em meu coração, se fez montagem.

Seria certo ou incerto,
brando ou hostil?
teria simples cor...
ou seria bela quanto o Brasil?

Pediria mais e mais,
Pediria em alto e bom som
as pedras que em mim foram atiradas
delas faço jazz e em claro e bom tom.

Mas por que deixar o passado
sair de cena como lareira...
Será que todos somos importantes
ou deselegantes como banheiras?

Entre essas modestas e peculiares linhas espero que tenho deixado minha mensagem. Será que a pessoa importante pra você, está ao seu lado? Aquela que te a judou a colar, te deu a mão para você pular o muro, foi para a diretoria com você, te deu um beijo de amizade, te beijou como se fosse seu ultimo dia, disse que te amava, que se importava... Será que essa pessoa está perto de você, ou foi esquecida no passado? A todas que fizeram isso para mim, eu digo Obrigado!


just..enjoy.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Essência de sapê

A casinha de sapê guardava uma história,

paredes que gritavam no silêncio
e suavam o calor de vidas.
Seu chão exalava chocolate, bolachas e vinho
que se misturavam em cheiro de amor,
vazia se ouvia o eco das crianças, e
suas janelas quebradas demonstravam as travessuras,
enquanto suas portas presenciaram atos de doçura.
A casinha sentia saudade,
as pessoas não entendiam que ela era mais aconchegante,
que ela servia chocolate quente quando chegava o frio
e que abria suas portas no verão para o vento soprar,
por fim, ficou sozinha e desfez seu telhado pra admirar o luar

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Um pouco de mim...

Procuro algo que não sei o que é. Escondo anseios atrás de palavras que não fazem mais sentido para mim. Uma música, um livro, uma história muda a minha rotina e provavelmente a minha vida por completo. Mas ainda assim, não sei exatamente o que procuro.
Pode ser que o que procuro esteja por esse mundo. Algo que não espero encontrar. Ou algo que esperei a vida toda. Uma mulher, um livro, um filme, ou talvez alguém que me ajude e me de um novo sentido a minha vida. Não vou ser caótico, ou negativo. Porém, pode ser que o que procuro esteja dentro de mim. Esperando ansioso para sair. Seria uma coisa esperada.
Fico feliz quando descubro que não sou o único, que não sou o antiquado que pensa ou acha determinada coisa. Confesso que sempre achei que faltava algo em mim. Algo que não sabia explicar. Na verdade, descobri que eu procurava algo. Que todos nós procuramos algo na vida. Algo tão grandioso e tão misterioso que só saberemos o que é... quando encontrarmos.
Por isso que essa coisa está por ai. Me chamando. Talvez ela esteja me esperando. Não digo amores pelo mundo, pode ser uma coisa simples, talvez uma flor, uma borboleta no jardim. Não sei. Mas quero encontrá-la. Assim, acho que serei mais completo. Serei mais neutro, mais brando. Ou talvez morra tentando achar o que eu tanto procuro.


just..enjoy.

domingo, 12 de outubro de 2008

O velho e um pedido...

As benditas armas emperram. Como cuidar de um maníaco? Simples... Matando-o a sangue frio. Depois de alguns socos ele se levanta e tira uma faca. Eu pulo em cima dele e a faca escorrega. O objeto cortante é delicadamente introduzido no seu peito. Ele respira. Perde as forças. E morre em um minuto mais ou menos. Estou começando a ficar bom nisso, e sem armas.
Visito novamente o alemão nazista. Acordo-o em uma noite fria.
-Boa noite, velho.
-Quem está ai?
-Preciso de seus serviços novamente.
-E se eu me recusar?
Confesso que não soube responder a pergunta do velho. Fiquei irritado, profundamente irritado e virei as costas para sair.
-Espere... não se ofenda. Ela travou novamente, certo? Deve ser a mola do gatilho.
-Sim travou.
-Por que você não usa um modelo mais novo?
-Porque eu quero essa!
-Claro, me desculpe. Passe me a arma e vamos até minha oficina que darei uma olhada.
A oficina ficava do lado de fora da casa. Um barracão velho. Com vidros quebrados. Antes de entrar o velho passa pela cozinha e pega uma xícara de café. Ele entra no barraco e acende as luzes.
-Sabe, essas belezas foram mudadas. Aceitam balas de 38 mas não são um 38. O coice é o fator decisivo para um tiro repetido, sabia? e se for muito forte, o coice pode danificar a mola.
-Obrigado pela aula, professor.
-Você é chato demais. Não é o Batman. Tenha isso na mente. Tem namorada? Como ela te aguenta?
-Você fala demais.
-Olhe a molinha, exatamente o que pensei. Terei que trocá-la por uma mais forte.
-E quanto vai ficar isso?
-Acho que vinte reais.
-Tem troco para trinta e oito?
-Boa piada meu jovem. Se continuar assim vai matar seus inimigos com risadas. Aliás, tente acertar apenas um tiro no alvo. Isso minimiza o laudo da perícia.
-Como sabe disso?
-Apenas sei.
-Fale velhote, você não é daqui certo?
-Por que?
-Você é da Alemanha.
-Não, sou do Sul.
-Se fosse, teria um sotaque característico. Você aprendeu um bom português, mas é alemão.
-Ok, você acertou.
-Você era nazista, certo?
-O que? Você está me insultando?
-Sua idade não nega, você sabe mais de armas do que qualquer um. E viveu na Alemanha.
-Como sabe se vivi lá?
-Na sua nuca há um ponto pintado. Era assim que marcavam os nazistas capturados. Nos campos de concentração.
-Você é esperto, Batman. Vai me matar?
-Eu deveria?
-Matei muita gente inocente. Fiz coisas que não me orgulho. Mas gostaria de contribuir para a sua causa. Injusta mas assim mesmo, a melhor saída que encontrei para pagar meus pecados.
-E o que eu precisaria de um verme como você.
-Abaixe a arma para poder pensar melhor, sim? Eu conserto e te forneço alguns tipos de armas.
-E o que você ganha com isso?
-A certeza que cada bala será para matar um canalha como eu.
-Que tal se eu matasse você e pegasse suas coisas?
-As suas armas. Elas funcionarão por pouco tempo. A pessoa que fez a parte do gatilho não tinha conta que era um modelo original e que as outras partes estavam funcionando. Ele travará novamente. E novamente. E novamente. Até alguém refazer tudo.
Por que confiar em alguém que matava por diversão?
-Eu era da unidade especial do exercito alemão. Sei matar com eficiência. E sei algumas coisas sobre tortura, facas, armas, conserto de armas e artefatos cortantes, sobrevivência, caça e orientação lunar e terrestre.
-Eles treinavam bem suas tropas.
-Posso te ensinar algo. E você pega eles por mim!
Não sei porque, mas meu coração amoleceu e eu aceitei a ajuda. Precisava de alguém que me ajudasse no trabalho, mas deixei claro quem manda.
-Velho, aceito sua ajuda. Mas se pensar em algo errado, pode ter certeza que eu te mandarei para o campo de concentração do inferno!
-Ok.
O velho me ensinou algumas coisas sobre manuseio de facas e armas de fogo. Me ensinou como tirar proveito de um dia chuvoso. De como o inimigo pensa. Qual o melhor ângulo de perseguição da bala. Me ensinou um método antigo para cobrir rastros. E o mais importante. Que pessoas podem mudar se forem incentivadas.
Depois dessas aulas eu percorria as noites sem problemas. Adotei também duas facas para combates próximos. A TV falava de um homem com estilo clássico. Ele deveria ter de 38 a 45 anos e ser ex-milita. Informações destorcidas e que me ajudavam muito. Eu acertava muitos mais agora. Tirava de circulação perigosos bandidos.
Homens e mulheres que faziam pessoas chorarem. Eu era a luz no fim do túnel. A última peça em cartaz. A pessoa que atendia suas preces. E nada me tirava o direito de fazer isso. Ninguém nunca ajudou aquele menino que eu vi. Talvez se tivesse alguém como eu, ele estaria vivo. Mas no alto desse prédio, penso no que o velho disse quando saí de sua casa.
-Tem pessoas que roubam e dão para os pobres, que querem impostos dos ricos. Mas quando furam a lei, eles se igualam, mesmo sendo nobre o seu esforço.


just..enjoy.

sábado, 4 de outubro de 2008

Escadas para subir...

Resolveu subir no prédio mais alto e pular?
Afinal, no estado que estava era o mais lógico.
Não fugia de nenhum bandido, mas apenas de si.
Queria que parasse, mas não conseguiu.

Pediu para Deus abrir espaço nas nuvens...
não queria acertar nenhum anjo ao cair.
Olhou para baixo, pensou duas vezes,
três vezes, quarto vezes... e pulou.

Esperou voar, mas só caia.
Bateu os braços mas não houve resposta.
Chorou por estar errado enquanto descia...
mas não viu a vida passar em sua frente!

Antes de bater no chão, encontrou mais pessoas
algumas desesperadas, outras conformadas.
Algumas caíam mais rápido...
Algumas rezavam em voz alta.

Bateu a cabeça primeiro, o corpo foi consequência.
Rapidamente sentiu dor, angustia.
Ficou caído por mais 5 minutos...
depois voltou a subir as escadas da vida até o topo novamente.


just..enjoy.

Estrada e pensamentos...

Enquanto aquele velho pensamento se vai...
sinto que muita coisa é diferente.
Não posso dizer que a tristeza é algo triste,
pois até ela perdeu seu significado para mim.

Meu coração mistura emoções com uma música de Eddie Vedder,
nada tão simples que não possa ser explicado.
Apenas mais um momento em que pensei estar certo,
aliás, certo e errado são coisas distintas... coisas que nem sei mais.

Apenas pedi para ser meiga, inocente.
Disse que não estava preparado para tal coisa,
mas ela foi além, além do limite, além da linha que todas já foram.
Apenas com seu jeito e seu sorriso.

Hoje vejo que a estrada é um conforto muito bom,
ela não te julga pelos seus comentários ou conversas com amigos.
Ela não permite que você se esconda atrás de máscaras ou do seu carro novo.
Ela te mostra quem realmente você é, a pessoa de verdade.


just..enjoy.

Parabéns...

Mês de aniversário... Parabéns ao Blog!!!
Não prometo nada. Mas quem sabe não chame outro autor para a casa?

Se tiver sugestões... é só postar!


just..enjoy.