sábado, 10 de novembro de 2007

Senta que lá vem a história - prt.2

As luzes de Nova York eram perfeitas para as fotografias. A 5ª Avenida era um parque de crianças chamadas turistas, onde se tiravam fotos, comprava café na Starbucks, dava dinheiro para artistas de rua e via-se prédios. Não por mais, Caio aprendeu a fotografar, e tirava fotos de turistas como passatempo, assim poderia esquecer a saudade que tinha do Brasil.
Passou um ano e foi para Londres. Dentre muitos pub's, o melhor era o do Red Devils, onde havia futebol, torcedores, cerveja e pessoas felizes. Isso era muito familiar. Ficou 6 meses na terra da rainha e voltou para o Brasil, fez curso na Universidade de Londres e juntou com sua pós em Nova York. Tinha um curriculo impecável, e fazia sua segunda faculdade no Brasil.
A 25 de março lembrava muito um jogo do Manchester, todos andando rapidamente para chegar em seus lugares. Policiais a cavalo, a pé, correndo para evitar problemas. Sua bateria saiu por 30 reais, ou "Tlinta leais" na língua Portureana. Ele era baixo, sem muitos cabelos, falava enrolado e gritava com uma jovem que parecia ser sua filha. Ele não via a hora de sair dali.
O manual dizia 12 horas para a nova bateria, mas não era nisso que Caio estava consentrado. Ela era alta, cabelos castanhos escuros, ondulados, pele branca, sarda no nariz. Talvez uma figura tão rara, que ele não tirou seus pensamentos dela por uma semana. Suas aulas não faziam mais sentido, está certo que marketing nunca fez sentido para ele, principalmente na parte das contas.
- Sabe, se você não estiver entendendo, eu posso te dar algumas aulas. Diz Bruna.
- Não, não, estou entendendo perfeitamente.
- Não parece, sei lá, parece que você está em outro lugar, não aqui ao meu lado.
Caio olha para uma loira de aproximadamente 1,60, olhos cor de mel, magra, muito bonita. Não que Caio vá cuspir no prato que comeu, não poderia achar ela feia. Seu sorriso dizia "Oi, sou meiga" mas seus olhos diziam "Vamos transar no seu carro tigrão". Com a maldade no olhar, Bruna só pensava em uma coisa, mas ele em outra. Quando ele foi responder, ouviu uma voz familiar:
-Estou atrapalhando?
Era o professor Edmundo. Alto, barrigudo, cara de cinquentão pegador de menininhas, sujeiro inteligente e bem de vida. Caio gostava de suas aulas, e procurava fazer de tudo para não irrita-lo. Ele vira-se para frente e continua a escrever qualquer coisa sobre Custo por Mil. Edmundo retoma a aula. Mas sua cabeça não está na faculdade, e isso era verdade.
Na sexta-feira teve que ir ao aniversário de um amigo, não pode ir na Paulista, coisa que o deixou muito frustrado. Na outra sexta ele estava lá, no horário de sempre, e como de costume atrasado e com Gabriel em seu encalço, ligando freneticamente. Ele esperava no mesmo lugar que trombou com a garota dos seus sonhos, mas nada.
- Até que enfim ein! diz Gabriel.
- Relaxa Gabi, estou aqui não estou?
- O Gabriel brigou com a mulher hoje, por isso tá bravinho. Diz Felipe
- Hahaha conte-me o que aconteceu amigo.
- Não é pro seu bico, to resolvendo já!
- Ah tá bravinho é?
- Cala a boca Caio, pede loga a cerveja que vo fuma um cigarro vai.
- Algum de vocês sabe que faculdade tem aqui perto?
- Tem a Casper. É aqui ao lado. Eu queria ter feito jornalismo lá, mas sabe como são os pais.
Felipe é um cara simples, bonito por natureza, sempre ficava com as melhores meninas, e por uma delas foi fazer administração na Belas Artes. Na verdade essa é a história que ele conta, mas todos sabemos que sua mãe não gostaria que ele fosse morto queimado como aconteceu com vários jornalistas no Rio de Janeiro. Ela esqueceu que aqui é São Paulo.
- A que horas eles saem?
- Mano, eu quero cerveja!
- Cala a boca Gabriel! Então a que hora eles saem?
- Sei não cara.
- Como não Felipe? Você pegava uma mina da Casper, lembra?
- 11 horas acho. Mas só acho.
- Haha, não me diga que você vai esperar a menina lá. Diz Fernando.
- Que menina lá o que rapaz, pede essa Cerveja logo que to ficando impaciente!



just..enjoy.

2 comentários:

Bok disse...

Sujeito*.

Violência tem em São Paulo tambem né?. Intão esse " ela esqueceu que estamos em São Paulo" soou como um comentario bairrista
mas o texto esta muito bom xD

luuu disse...

mas não ao ponto de queimarmos jornalistas!!

isso q quis dizer
=)

thank ya!