domingo, 28 de outubro de 2007

Um Dia Perfeito


Certa vez, num vilarejo distante (tão distante que eu nem sei o nome), amanheceu o dia mais bonito que os moradores já haviam visto. Todos no pequeno vilarejo ficaram agraciados com tamanho explendor. Ninguém sabia como era possível, mas o céu estava com um azul radiante, o Sol brilhava forte e suave. O vento batia cândido nos rostos dos moradores estasiados. O único som que se podia ouvir, eram os sussurros baixinho dos moradores e o cantarolar de dezenas de passarinhos. A grama tinha um verde tão vivaz, que até mesmo o mais ranzinza dos moradores sorria ao presenciar tanta beleza. O cheiro de terra molhada e de flores tomava conta do pequeno vilarejo. Em pouco tempo, todos os moradores já estavam fora de suas casas. Um deles virou-se para a multidão e disse: "Não fiquemos parados, vamos comemorar, nasceu o dia mais bonito que já se viu !"

E assim foi o dia. Uma festa alegre e radiante. Muita música e fartura de comida para todos. Não importava quem fosse, naquele dia todos eram iguais, crianças ou adultos, todos se sentiam bem, todos se amavam.

Ao cair da noite, todos estavam cansados. Se despediram com fortes abraços e apertos de mãos sinceros.

Mas eles não conseguiam entender o que era aquele sentimento bom tão forte dentro deles. E provavelmente nunca saberão. Todos os dias dali em diante foram iguais. Eles sempre acordavam e reviviam o mesmo dia sem se lembrar do dia anterior. Era sempre um novo dia para eles. Apesar disso, eles continuaram felizes para sempre.

O que eles não sabiam, é que na verdade, o mundo que eles conheciam não existia mais. A doença da ganância extinguira toda a humanidade e todos eles estavam mortos.