-Olá Eduardo.
-Detetive.
-Ed, por favor. Queria falar comigo?
-É... precisava conversar.
-E quem é a garota.
-Uma vagabunda sem importância.
-Você tem amigos diferentes. Entenda, russos, italianos, chineses, japoneses... pra mim isso é o de menos. O que me importo, é o que eles fazem na minha cidade. Agora você sabe o que eles podem fazer.
O garoto acende um cigarro.
-Vamos Eduardo, no fundo você sabe. Eles são perigosos. Espero que você não se meta em mais problemas, sei que é difícil.
-Estou pensando em viajar.
-Pra onde? Você está sendo investigado, lembra-se?
-Você me acha realmente suspeito?
-Não.
-Então por quê me investiga?
-Olhe garoto, não sei para onde quer ir, mas pode voltar em um caixão.
-Não tenho medo. Morri quando ela morreu.
Ele tirou o distintivo da cintura e colocou no bolso.
-Entre nós, se eu fosse você, iria procurar que fez isso e o mataria.
-Não posso infringir a lei, lembra?
-Quem disse algo sobre lei? Digo sobre justiça. Mexerei uns pauzinhos. Se mande daqui, não volte se quiser, ou volte, foda-se.
-Obrigado.
O garoto se virou e deu mais um trago. O Policial fala:
-Boa sorte filho.
-Filho não, me chame de Edu, Du, Eduardo... como preferir.
-Ok.
O garoto entra no carro e liga o motor. O homem anda dois metrôs, um carro para e ele entra. A vagabunda começa.
-Seu amigo?
-Conhecido.
-Sobre o que conversaram?
-Justiça.
-Justiça?
-E viagens.. Sabia que a Colômbia é bonita? Principalmente a floresta colombiana.
-E o que você quer lá?
-Não sei. Quer ir comigo?
-Não força, não serei sua babá pelo resto da vida!
-Talvez não teremos o resto de nossas vidas.
Ela ficou sem entender.
-Bem... preciso arrumar minhas coisa, e dormir um pouco. Faz um favor para mim? Joga todas aquelas porcarias de garrafas pra fora da minha casa. Esvazia na pia e joga na rua, ou leva pra casa, foda-se.
-Vai entrar por AAA?
-Cala a boca sua vaca, por quê você não ocupa a sua boca me chupando.
Ela fica sem reação por um segundo e abre um sorriso.
-O traste voltou.
-Sim, voltei.
just..enjoy.