Deitado no chão vejo o céu estrelado. Um Deus mora lá, essa é minha única certeza. As estrelas não são numerosas. Devem ter medo ou vergonha de seu velho amigo. Pela minha lente observo pessoas. Todos os tipos, ricos, pobres, políticos...soldados. Vejo coisas ao vivo, que muitas pessoas vêm pela TV. Estou a observar um jovem há horas. Ele procura algo na imensidão.
Não estou sozinho, tenho amigos comigo. Eles aguardam meu sinal. Me sinto um anjo da guarda...uma estrela. Observo o rapaz. Ele é jovem. Deve ter sonhos, anseios, medos... são apenas palavras nesse momento. Em seu dedo uma aliança. Deve ter alguém a esperá-lo em casa. Alguém que o aqueça na cama, que o observe quando dorme, que chora por ele.
Meu trabalho não é o do tipo que se encontra no jornal. Precisa-se de treino e de talento. Com o puxar levemente do gatilho, me apresento ao jovem. Sua expressão muda repentinamente. Coloco calor em seu corpo. Coloco medo, lealdade e esperança. Ele olha para sua mão e eu recarrego a minha mensagem. Observo-o novamente como uma estrela.
Puxo o gatilho. Ele tira os pés do chão e plana no ar. Nunca parei para observar alguém assim...tão de perto. Seus olhos mostram calmaria. Ele deve estar perdido ao meio de pensamentos e sentimentos. Dizemos que só entendemos o que está acontecendo quando caímos no chão. É um baque na fantasia...é a volta da realidade.
Recarrego. Meus amigos correm. Eu observo o jovem tocando no chão. Parece fruta que cai do galho. Não que já tenha visto muitas, mas vi isso na TV uma vez. Seus amigos correm e uma estrela cadente cai do céu. Ela abre um clarão como em meus sonhos e me mostra a realidade. Mostra que não sou anjo da guarda. Mostra apenas que sou o anjo da morte. Puxo o gatilho.
just..enjoy.
Um comentário:
só tenho uma coisa a dizer:
UAU!
Postar um comentário