-O triste pesar de um comedor ambulante!
Todos riam da situação e do último acontecimento que Caio narrara. Era sexta-feira, Av. Paulista. Um bar perto da Pamplona servia cerveja gelada, batatas fritas, mandioca frita, uma Caipirinha a moda do Fernando e era palco de risadas e gargalhadas dos amigos que se reuniam toda semana para conversar, falar de futebol, contar "causos", marcar baladas e simplestente... ser homem.
-Então você é o comedor? diz Gabriel ironicamente.
-Eu quero esse mel pra mim, isso sim. Diz Felipe passando a mão no braço de Caio.
-Viro viado agora é?
-Viado deve ser você que come a Bruna e a Vivi e reclama da vida.
-Admite que você viro viado, admite!
Essa voz era muito familiar. Isso lembrara seu tempo de faculdade, da primeira faculdade. Ele quase desistiu se não fosse por um cara que ele conhecera, que virou seu brother. Eram uma dupla e tanto...no fundo eram iguais, mas diferente, pois seus objetivos às vezes se cruzavam, às vezes não.Ao olhar para trás vêm um sujeito forte, com um sorriso na cara e uma loira ao lado.
-Guilherme?
-Fala feijão, como você tá?
-Bem velho, muito bem. E sua amiga?
Tinha 1,70 aproximadamente, magra, seios médios. Um ar de metida e convencida acompanhava sua bolsa Gucci e sua saia Triton. Mas era linda. Olhos azuis, pele bem branca.
-Uma amiga que já está de saída.
Depois de se despedir com um "tchau coletivo" e uma "bitoquinha" em seu amigo...
-Aff...Que bom que essa mina chata foi embora!
-Não é sua amiga não?
-Haha, sou deliciu's não tenho amigas... só casos.
-Hahaha, tinha me esquecido. E o que faz da vida meu querido? Sente-se conosco.
-Capitão do braço mais forte do Brasil.
-Ah, o puteiro? diz Felipe rindo.
-Eu vou matar o seu amigo! Diz Guilherme irritado e com olhar de poucos amigos.
-Mas diz aê.. ouvi agora que você é comedor...
-Já que você conhece nosso amigo também, me diga. Pessoa que come duas gostosas e reclama é o que? Pergunta Gabriel.
-Viado né, só pode ser.
-A história é complicada, não é só assim, chamar de viado.
-Claro que é...Viado! diz Guilherme.
Os cinco conversam por umas duas horas. Mais cervejas e porções aparecem na mesa. Celulares tocam. Convites para baladas aparecem. Garotas procuram algo para fazer essa noite, mas eles se sentem em casa. Até surgir o convite.
-Pessoal, to indo com uns amigos pra Summer, vamos?
Os quatro amigos se olham com um ponto de interrogação. Estão de terno e gravata, elegantes para o bar, medíocres para uma balada. O telefone de Caio toca. Ele passa a mão no telefone, abre o flip e sem olhar solta uma voz rouca...
-Oi.
-Vocês estão em cinco, certo?
-Como?
-Quatro caras de terno, inclusive você. E um de camiseta.
Ele olha para os lados e procura uma jovem. Ao se virar e olhar para o outro lado da rua, vê 3 garotas e uma acenando. Ele corre para o encontro de sua noite. Sente se coração disparar, de 0a 100 em 1 segundo. Elas estavam sem graça e tremendo de frio.
-Oi, pensei que você não vinha.
-Você não me convidou? Então..eu vim. Mas é rapidinho, vamos pra baladinha agora.
-Que balada vocês vão?
Uma menina de cabelo enrolado fala rapidamente:
-Summer.
Esse nome era familiar. Lembrara que seus amigos estavam cogitando de ir. Esse era mais um empurrão do destino? Caio não acredita em destino.
-Hahaha, estamos indo pra lá agora.
-Que legal, vamos juntos então. Mas você vai com essa roupa?
-Não, vou passar na casa de um amigo e tomar um banho.
-Casa de um amigo? Você mora com ele?
-É...digo, não...viajamos faz um tempo e deixei umas coisas lá.
-Ah sim.
-Ca a gente vai ter que ir de ônibus. As meninas já foram. Diz uma das amigas que acompanha carol.
-Que isso. O pessoal tem carro. Vamos juntos.
-Eba!
-Só que vai todo mundo tomar banho e trocar de roupa.
-Ok, vocês nos pegam onde?
-Pegar? Não vamos pegar vocês, vocês vão conosco.
just..enjoy.