-Então... O que o homem falou?
-Sabe Eduardo, quando tinha 18 anos não sabia o que fazer da vida. Tentei entrar em uma boa faculdade e consegui. Fiz economia mas não sabia se era isso que me completava. Foi em uma noite de muito frio, quando saia do teatro e decidi dividir meu primeiro táxi que achei o que me completava.
-Como assim?
-Eu conheci uma pessoa muito importante e interessante. Sabe aquelas coisas de destino?
-Sim, claro. Então foi o destino?
-Não. Depois de um tempo percebi que isso não existe. Mais importante que dinheiro é a informação Eduardo. E ele sabia mais de mim do que eu mesmo. E me ofereceu um emprego. Não era nada do tipo de conselheiro, mas sim, motorista particular. Eu o levava a algumas festas e jantares, conheci pessoas e claro... A mim mesmo.
-E você continua trabalhando para ele, certo?
-Claro, e ofereço a mesma oportunidade para você.
-Muitas pessoas estão me oferecendo emprego ultimamente.
-Eu sei, mas o meu é diferente do seu amigo italiano. Não vai ter que sujar as mãos como muito dos meus empregados. Só quero que você continue sendo o mesmo Eduardo revoltado que você era. Surgirá alguns serviços para fazer. Mas nada que te meterá em problemas.
-Como você sabe do italiano?
-Informações meu caro, informações.
-Não sei cara, francamente não sei.
-Eram matadores italianos meu caro. Profissionais. Na verdade, não tão profissionais assim. Eram juvenis para falara verdade. Fazem serviço para uma família em especial.
-Porco sujo! Ele quer me matar.
-Já cuidei das coisas. De quatro coisas. Agora você me deve um favor.
-E o que seria?
-Não sei. Na hora certa vou pedir uma gentileza para você e espero que lembre do amigo aqui.
-Sim, claro.
-Obrigado pela noite Eduardo, tem um carro lá fora que te levará para casa. Seus amigos também serão levados por minha conta. Não se preocupe com mais nada nessa noite, só com o cigarro que está acabando. Boa noite.
-Pedro, e os assassinos?
-Já cuidaram disso, aparentemente foi uma ação contra a polícia.
-E por que você falou que não eram profissionais?
-Por que se fossem, tinham te matado. Boa Noite.
-Você não tem meu telefone e nem eu o seu, mas...
-Vá dormir, não preciso que me dê nada. Eu já tenho. Boa Noite Eduardo.
E com as últimas palavras Pedro se dirige ao outro extremo do hangar. Dois seguranças o acompanham e mais outros dois acompanham Eduardo até o carro. Ele pede para o motorista parar em algum posto para comprar um cigarro. Nunca pensou que iria precisar tanto de um. Ao sair da loja de conveniência com um maço e um refrigerante ele caça em seu bolso seu bic, mas tira o Zippo de Pedro, ao acender o cigarro ele conversa com o segurança:
-Devolva isso ao Pedro por favor.
-Não posso senhor.
-Por que?
Ao virar o Zippo de ponta cabeça, ele se depara com um número de telefone. "Informação é tudo" a frase ecoa em sua mente. Ele olha para o segurança e faz um sinal com a cabeça. Será um novo amigo, ou somente mais um problema que ele terá mais para frente? A pergunta não sai da cabeça na noite que drinks, putas, tiros e cigarros decoraram mais uma vez o nome "Família".
just..enjoy.