terça-feira, 30 de setembro de 2008

Projeto

Seguinte, existe uma revista sobre o resto do mundo criado por Oliviero Toscani, suas páginas são brancas porque eles querem pessoas para escrever, ilustrar e projetá-la. O projeto nasce da colaboração com os Repórteres Sem Fronteiras, uma associação que luta para proteger a liberdade de expressão para todos os jornalistas e defende todo o mundo. Um problema em que as pessoas possam ser livres para contar histórias que ninguém queria ouvir. É uma forma diferente de dar voz a uma verdadeira "o resto do mundo". Cada exemplar é único. É preciso completar uma cópia pessoal do bloco de notas e enviá-lo de volta à CORES escritórios editoriais.
Últimos exemplares do Caderno CORES foram expostos no Centro Pompidou, em Paris (outubro de 2006), o Triennale de Milão (julho 2007) e no Museu de Arte Xangai (outubro 2007). "Fabrica: Les olhos Ouverts" acaba fechada uma exposição na ShiodomeItalia Creative Center - Tokyo. Mas Notebook Projeto está acontecendo com novas exposições e publicações. Acabamos de publicar o primeiro dos dois livros CORES Notebook da série, "FACES" e "violência". Elas foram apresentadas na "typo Berlim 2008". Os mais inovadores e interessantes autores poderiam fazer parte da rede de correspondentes FABRICA. CORES Notebook foi criado para que todos possam ouvir o que você quer dizer. Ela defende e incentiva a liberdade de opinião e de expressão, não importa quem ou onde você esteja no mundo neste momento.
Tornou-se agora um livro em dois volumes: FACES e VIOLÊNCIA, apresentado no TYPOBerlin em 31 de maio de 2008 e à venda a partir de junho de 2008.

Eu vi isso e minha grande vontade de gritar idéias e pensamentos para o mundo não se aquietou até eu mandar um email para lá, sabe o que é mais incrível? O editorial me respondeuuuu!!! E me pediu o número de cópias para me mandar em casa (que beleza hein!)

Gente eu não sei exatamente o que ela vai me mandar, se é o livro pra eu preencher (que seria FODA) ou um exemplar(DUVIDO QUE SEJA ISSO), enfim, qualquer um dos dois eu vou amar. Não prometo nada para ninguém, mas se vocês quiserem participar, solicitem por post para mim, eu acho que posso pedir um e todos nós completarmos o negócio que acha? Se um não der eu solicito outro

E uma observação: isso nada mais é do que uma pessoa correndo atrás do que gosta e conseguindo, nem eu acreditava que ela ia responder. Aprendi minha lição. Agora, os designers fodas que me aguardem, vou mandar e-mail para todos. Hahaha

http://www.colorsmagazine.com/notebook/

(se esses livros não chegar em casa eu vou morrer de vergonha)

*Qualquer pessoa pode participar=)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ou o começo do Fim?

As baladas continuavam cheias e sua presença ainda chamava muita atenção. Conhecia Pedro, Caio, Algusto, Justino e Cidão. Os seguranças das principais baladas de São Paulo e Campos do Jordão. Também conhecia Bruno e Jeff, donos da balada mais quente de Pinheiros. Tuta e Fabinho eram donos dos melhores puteiros da augusta. Tudo estava como sempre. Dinheiro, cigarros, bebidas e mulheres. Tudo como antes.
O maço acabara e Eduardo foi tomar um ar fresco. Conheceu Isabella, ou Isa para os íntimos e passou uma hora conversando com a bancária da Pamplona. Descobriu seus hobbys, estilo de vida, comida predileta, o nome do cão...mas não descobriu como leva-la para a cama. No final da noite, ele se encontrava com Isa e uma japonesa, amiga dela, em um quarto de motel. Cansado. Suado.
Tudo era como antes. Sua mãe dava para metade da cidade. Dormia bêbada no sofá. Eduardo sempre achou que sua mãe pensava que ele a odiava. Mas ela sabia muito bem que era ele que a tirava do sofá, e a carregava até o quarto. A academia começava a produzir novos frutos para Eduardo. Agora ele andava com garotas malhadas e garotões do Jui.
Eduardo se sentia tão bem que comprou um carro novo. Além da X-5, agora ele tinha um Carrera novinho. Prata. E mais status e fama adquiria ao passar e deixar sua marca nos lugares que ia. Arrumava brigas, amores. Todos os tipos de dores de cabeça e felicidades que poderiam existir. Mas essa vida tinha um limite.
Aos sábados ele levantava cedo. Tirava a X-5 da garagem e ia ver sua vizinha. Guarujá era o destino. Ele andava como um anônimo. Todos conheciam a fama de um tal Eduardo. Mas ninguém conhecia seu rosto. Ao menos era o que ele pensava.
Decidiu ir mais além. Estava certo que nenhuma mulher fazia ele se sentir tão bem como ela. Comprou um vinho e marcou com ela na praia. Um encontro às 23horas. Tudo estava perfeito. Mirela chegou no horário. Depois de alguns beijos e carinhos, Eduardo tira do bolso uma caixinha. Ele olha no fundo dos olhos de Mirela, abre um sorriso, fica de joelhos e diz:
-Você é o amor da minha vida. Sem você, não consigo respirar e nem pensar. Quer casar comigo?
A garota entra em choque e ele tem a certeza que pôs tudo a perder. Sabia que não era a hora, nem o momento para isso. Ele começa a ficar chateado com a descoberta, mas uma voz trêmula responde:
-Pensei que você nunca ia pedir. Claro que caso com você!
Os dois se beijam e tudo parece mudar. Uma explosão de cores e nuvens riscam os céus aquela noite. Os dois fazem um amor perfeito. Nada forçado. Eles se encaixam perfeitamente. É a certeza que faltava para si. Ele descobriu a pessoa certa. Sua vida voltou aos eixos de uma pessoa normal. Pensava em trabalhar, fazer uma boa faculdade. E ter filhos.
As famílias adoraram o casal. O pai de Mirela não gostava de Eduardo no começo. Mas aos poucos percebeu que o garoto estava se esforçando para ser homem responsável. O garoto-homem foi convidado pelo sogro a trabalhar com ele. Uma empresa que crescia mais e mais a cada ano. E ele sabia que um dia estaria no controle da empresa.
Certo dia, Mirela liga para seu noivo e diz que tem algo para contar. Que era pra eles se encontrarem na frente da casa dela, na Vila Madalena. A menina estava agitada, e ele sabia que ela tinha escolhido as cortinas novas para sua casa. Mas algo avisava que nada estava certo. Um frio na espinha foi sentido pelo garoto. Mas ele não se atrasou.
Chegou na casa da menina praticamente junto com ela. Como era rodízio, a X-5 estava com Mirela. Ela odiava o carro, mas sempre emprestava seu carro para Edu nesses dias. Afinal, qual empregado chega com um Carrera para trabalhar?
Um carro passa em baixa velocidade e atrapalha a visão do garoto, que está fechando o carro da futura esposa. O carro volta com velocidade de ré. E dispara contra o carro de Eduardo. Rajadas de metralhadoras e tiros de pistolas furam o carro como peneira. Eles fogem rapidamente do local sem olhar para trás.
Eduardo sai do carro desesperado. Corre até a X-5. Muitos dos tiros não acertaram a garota. Apenas um. No meio de sua barriga. Eduardo A coloca no chão e liga para o resgate. Ela chora. Ele se desespera. "O que foi aquilo?" Pensa o menino. Vizinhos saem para fora mas não se arriscam a sair do portão. Eduardo conversa com sua amada. Sua voz é trêmula, mas esperançosa.
-Tudo vai dar certo meu anjo. O resgate já vem, estou escutando eles. Não foi nada. Acalme-se.
A menina, pálida, sorri para seu amor e passa a mão no seu rosto.
-Estou grávida!
Ele entra em choque. A menina sorri. Sua mão cai no chão e ela começa a ficar gelada. Eduardo grita com um último suspiro de esperança. Mas sua amada não está mais com ele. Ela não sente mais dor. Não sente mais medo. Apenas ficou parada em um dia que ia dar o boa notícia para seu futuro marido. Eduardo chora com a menina em seus braços. Os pais de Mirela chegam e ficam chocados ao ver sua filha no chão. Nos braços de seu noivo. Gélida. Quieta. Para sempre.


just..enjoy.

domingo, 28 de setembro de 2008

Senta que lá vem a história - Prt. 13

Ficaram até umas 7horas no apartamento de Caio.
-Nossa... como o tempo voa!
-Que expressão da minha avó Gabriel.
-Desculpa aee senhor Felipe supimpa tanquinho do mal.
Todos dão risada e observam os raios de sol entrarem pela janela da sala. Claro que Marco chegaria em 12horas... mas ninguém estava preocupado com isso. Guilherme dormia na cama de Caio de cuecas e acompanhado da sua pegação. As meninas procuravam um melhor jeito de se aconchegar no sofá da sala. E Caio ficava a admirar Carol.
-O papo esta legal mas tenho que ir. Alguém quer carona, fora os dois meninos?
-Eu vou dormir na casa da Carol!
-Mas não podemos deixar ela aqui. Diz Carol apontando para o quarto.
-Vão vocês, eu levo as meninas. Aproveito e limpo um pouco a bagunça!
-Ok Caio cavalheiro, até mais.
-Espera. Vai rolar uma festinha pro Marco hoje... espero que todos venham!
-Viremos. Não perderia comes e bebes de graça!
-Eita Fernando interesseiro, diz Gabriel.
Os meninos se despedem e vão para o carro. Caio arruma um pouco da bagunça e lava a louça suja na cozinha. Ele faz uma lista para saber o que comprar para a festa e ouve o barulho de chave na porta.
-Eae velho, tá em casa?
-É... tive uma noite daquelas, Max.
-Você vai voltar a morar comigo?
-Acho que vou sim mano, to com saudades do ap.
-Demoro então.
Max vai pra sala e volta rapidamente.
-Por que você não disse que tinha mulher na casa?
-Elas já estão indo. To arrumando a sua bagunça! Ah, o Marco vem hoje... vou dar uma festinha aqui, tudo bem?
-Vou fazer um role amanhã. Só chego a noite.
-Vai ser a noite a parada.
-Por mim tudo bem. Mas não esquece que segunda eu trabalho.
-Podexa!
Depois de deixar as meninas em casa Caio passa no mercado e compra todas as coisas pra festa. Claro que se resume a 3caixas de cerveja, uma vodka, 1kg de limão e dois refrigerantes. Depois de colocar tudo para gelar, ele resolve dormir na sala, já que seu quarto está ocupado.
Ele acorda as 6horas com Guilherme batendo em seu pé.
-O que é mano?
-Velho... onde coloquei as chaves do carro?
-Não sei!
-Me ajuda a procurar... são 6horas.
Caio da um pulo da cama e entra no banheiro. Depois de 20minutos ele já está pronto para sair de casa. Mas falta as malditas chaves de Guilherme. Depois de procurar 20minutos ele decide deixar as chaves de lado e correr para o aeroporto.
-Velho... essas são as chaves do ap. quando você achar as suas tranca tudo e deixa com o porteiro.
Ele corre em direção ao aeroporto. Mas para variar, ele chega as 8horas. Seu celular não para de vibrar:
-Oi.
-É o Felipe mano... que horas é a festa?
-Daqui uma hora!
-Estarei lá.
Vibra de novo:
-Oi.
-Fala fera, é o Gabriel. Que horas é a festa?
-Daqui uma hora!
-Ok, vou pegar o Fernando e já saio.
E mais uma vez:
-Fala!
-Atrasado!
-To chegando, um minuto.
-Ok.
E toca novamente, irritando Caio:
-O que é!?
-Queria saber que horas era pra estar na sua casa, mas acho que você está muito grossinho hoje!
Sua voz doce acalmava até o mais zangado animal que poderia existir.
-Desculpa Carol, é que estou correndo.
-Ok, tchau!
-Espera, daqui uma hora em casa.
-Tá, qualquer coisa eu vou.
E desliga o telefone na cara de Caio.
Ao encontrar o amigo sua alegria é muito evidente. Marco era bonito, alto, cabelos pouco longos, moreno, atlético e sabia se vestir bem. O típo de cara que toda mulher para para olhar. Eles se abraçam, falam algumas palavras em inglês. E dirigem-se para o carro sorridentes. Era um antigo sonho tornando-se verdade. Já no carro, os amigos não param de conversar:
-Mas eae Caio, e a Facul? Tá fazendo marketing né?
-É cara, não pode ficar parado né! E você?
-Estava fazendo sexo aplicado em universitárias espanholas. Ai fiz uma extensão para a itália.
-Tava com saudades de você cara!
-E eu das suas loucuras. Depois do que aconteceu em Londres, a gente se separou né!
-É cara, é complicado.
-Um dia você me conta o que aconteceu naquele quarto de apartamento?
-Um dia.
Ao chegar em casa, todos os amigos estavam presentes. Todos comiam Pizza, que Caio acabara de pedir, e bebiam cerveja. A campainha toca e Caio atende. Carol está do lado de fora, junto com suas amigas.
-Tá menos grossinho?
-Desculpa Carol, eu fui um idiota.
-É... eu sei que foi! Mas está desculpado.
A noite parecia não ter fim para todos os amigos. Um novo personagem tinha entrado na história. Um que sabia coisas muito profundas de Caio. Ele não era apenas um qualquer. Mas sim, a pessoas que ajudara Caio no momento mais difícil de sua vida. E a única que conheceu Sofia.
-Caralho... cadê o Guilherme?
Ele liga para o amigo:
-Eae bebasso... achou a chave?
-Tava dentro do meu carro mano! Desisti de procurar e fui pegar minha blusa no carro, e a vi no console!
-Que sorte ein!
-Nem me fala, mas ae... adorei a noite!
-Vamos repetir ae?
-Hoje não, preciso dormir, to com uma dor de cabeça daquelas!
-Boa noite então Capitão!
-Boa noite feijão!


just..enjoy.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ache o seu significado de valor...

Quanto cada um vale?
Eu descobri que não sirvo pra nada. Não tenho emprego. Nem casa. Nem carro. Nem namorada. Muito menos amigos. Descobri que a porra do mundo é um filho da puta, pois da coisas pra quem não precisa. E nada pra quem luta realmente. Ele quer mais é que você se foda. Deve ser essa a razão do mundo ser azul. Azul de tristeza.
Quanto você vale? Você pode até achar um valor... mas haverá outra pergunta! Quanto pagarão por você? E pode apostar que não será medido pelo seu diploma em Harvard, ou seu doutorado na USP.

Creio que o valor de compra pode ser medido nas histórias de sua vida. Se for igual a minha, um puto que não tem onde cair morto não será muito boa. Por isso dou uma recomendação, não conselho... pois ninguém gosta disso: Converse, conheça pessoas, vá a lugares que você nunca foi, viaje, beije na boca, faça sexo, fume, beba até cair, fique sem dormir por 24 horas, escale uma montanha, bata o carro, minta para seus pais, peça demissão de seu emprego medíocre, ame, roube, vá a missa, faça uma oração de joelhos, escute música, toque guitarra, ria até chorar, faça um coisa inesperada, grite até ficar sem ar, olhe as estrelas, veja o sol nascer, coma até vomitar, tenha medo, enfrente seus medos... mas o mais importante é você nunca se viciar em nada disso! Porque um vício pode te matar... e pode apostar que ele vai se você der uma piscada de olho.

Se fizer tudo isso pergunte a sí mesmo... "Qual o meu valor agora?"


just..enjoy.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Quanto vale uma vida?

Era quase tudo simples na minha vida. O que não era simples era explicar os meus hematomas no serviço. Afinal, não sou o homem de aço, me machuco, sangro. E muitas vezes tenho que agir como se nada tivesse acontecido. Mas a cada dia, inventava novas histórias. Estava ficando bom nisso... muito bom.
Passava noites procurando bandidos. Perdia o sono. Ficava cansado. Minha academia não surtia tanto efeito quanto antes e meu namoro tinha acabado tantas vezes que perdi a conta. Claro que se paga um preço muito alto. Mas será que tudo é válido? Será que esse é o preço para manter as ruas limpas? Essa é a reflexão que faço essa noite. De um ponto da cidade que ninguém me vê.
Pessoas andam nas ruas. A Paulista movimentada diz que é sexta-feira. Dia de happy-hour e baladas. Pra mim... apenas mais uma noite sem dormir. Pessoas dirigem apressadas mas poucas correm. Na verdade... ninguém corre como aquela mulher correu. Eu a vejo na minha mente. Vejo seus passos ficando cansados. Vejo ele batendo na sua cabeça.
Aquela maldita noite que procuro esquecer que falhei. E por esse motivo... não durmo a quase uma semana... esperando. Esperando o momento que ele atacará novamente. Afinal, um maníaco é assim. Ataca várias pessoas. Alguns acham que estão fazendo o certo. Que estão ajudando alguém. Mas normalmente, isso é apenas uma ilusão. Uma desculpa.
Ele era forte. Não consegui sacar a arma a tempo e ele a matou. Uma pancada certeira na cabeça. Fiquei sem reação. Minha mão tremeu. Meu olhar se acalmou e se despediu da garota. Maldito monstro. Sempre consigo chegar a tempo. Mas dessa vez não foi o bastante. Ele me bateu e tirou minha máscara. Cuspiu na minha cara. Tive sorte de conseguir sair antes da polícia chegar. Agora minha nova, porém velha arma tem uma bala com o seu rosto, seu nome.
Comprei de um conhecido que conheci apenas uma vez duas colts 1860. Relíquias que atiravam muito mal. Fiz alguns ajustes com vários armeiros. Deu um trabalho incrível mas consegui que um primo levasse a arma para um alemão na zona norte que mexia com isso. Ele falava que o velho era um perito. E eu achava que ele era um antigo nazista.
A Beleza atirava como um anjo. E eu tinha uma missão para ela. Quanto mais nova a arma. Mais difícil de identificar o dono. Eu usava uma arma que apenas algumas pessoas tinham visto. Claro que a desmontei. Mandei pedaços para as pessoas. O único que viu a arma inteira foi o alemão. Mas fiz uma visita para ele a noite.
Percorri a cidade até achar uma corredora de saltos altos. Era ele novamente. Dessa vez não podia errar. Era o mesmo centro da cidade de sempre. Imundo. E com uma vida a ser tirada. A mulher gritava e eu atirei. Acertei o braço dele de raspão. Não estou acostumado com essa arma. Ele corre para um prédio abandonado. Eu o procuro. Para matá-lo.
Farejo cada centímetro empoeirado do lugar. Procuro algum indício. Alguma dúvida que ele esteja ali. Minha arma quer se redimir. Sei que não errarei o próximo. Mas será eu a caça ou o caçador? Essa pergunta vem a minha mente. Ele me acerta com algo nas costas. Minha arma voa pelo chão do apartamento. Me levanto e revido com um soco. Mas ele é forte demais.
Depois de me bater um pouco consigo rolar e pegar a arma. Ele me levanta pelo pescoço e me joga em um buraco. Caio e minha cabeça fica vazia. Apenas escuto o impacto da batida no chão ao cair do segundo...terceiro andar... não sei. Desmaio. Acordo com ele na minha frente.
-Prepare-se menino triste. Você vai morrer.
Escuto barulhos mas não posso me mexer. A dor é muito forte. Ele chuta meu rosto com violência. Acho que pode ser meu fim. Morrer. Morrer e encontrar com a mulher que grita. A que eu deixei morrer. Morrer. Morrer não. Não pode acabar assim. Não desse jeito. Não agora. Não assim. Não. Morrer não. Não. Não!
-Você esqueceu a outra.
O tiro foi certeiro. Atingiu seu peito e isso o fez recuar. Essa arma era demais. Tateio o chão e encontra a outra. Mas uma voz conhecida me faz virar o rosto para a esquerda. Era a policial. Fardada. Armada. E pronta para atirar.
-Parado!
-Agora não, doçura.
Me levanto lentamente e ela me observa.
-Você escutou o que eu disse?
-Escute... vou matar esse homem agora. Com um tiro no meio da testa. E você não conseguirá me parar.
O homem treme e eu acabo. Ela entra e sai pelo outro lado. Junto com vermelho. Guardo as armas. Serviço cumprido. Eu me viro e saio com dificuldades do lugar. Cuspo um pouco de sangue. Mas a essa altura eu já estava acostumado.
-Acho que bati um novo record. Despenquei e estou vivo. Que maldição, não?
-Não é maldição sobreviver.
-Claro que é... Se você tiver que tirar a vida de outro homem amanhã.
-Então pare de fazer isso. Entregue-se a mim.
-Me entregar para que? Quem vai fazer o meu serviço? A polícia?
Foi bom ter alguém para conversar aquela noite. Foi melhor que um cigarro depois do sexo. A minha pergunta não foi respondida. Mas acho que ela entendeu muito bem o que eu queria dizer. Espero que encontre-a mais vezes. Adoro conversar. Não que eu fale muito. Mas é bom para distrair. Não sei.
As notícias ao meu respeito estavam crescendo. Não consegui ser mais discreto e o governo não conseguiu abafar sua incompetência. Sei que serei preso por causa disso. Sei que minha vida estava em jogo aquela noite e que estará todas as noites que passar acordado. Mas não posso viver nem mais um dia vendo uma pessoa chorar antes de morrer. Pedir a Deus. Suplicar pela existência. Não mais. Não agora. E nem nunca mais.


just..enjoy.